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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Qual o melhor tipo de parto?











Muitas são as decisões e providencias que um casal que aguarda a chegada de um filho precisa tomar. Talvez, uma das mais importantes delas, durante esse período de nove meses de espera, seja a opção pelo tipo de parto que irá trazer a criança ao mundo. Essa decisão é tão importante e tão séria, que acaba sendo motivo de muitas dúvidas e preocupações.

A polêmica em torno de qual o melhor tipo de parto, se o parto normal ou a cesárea, e ainda, as dúvidas sobre métodos mais modernos são grandes questionamentos para casais que esperam um bebê.

O primeiro passo dos futuros papais deve ser entender que muitos são os fatores a serem analisados, e que, nem sempre, são uma questão de escolha. Em determinadas situações, realizar um tipo de parto, ao invés do outro, representa segurança para mãe e filho.

As condições físicas e psicológicas da mãe, o conforto para ela e o bebê, as complicações que podem acontecer por conta do uso da anestesia e a recuperação pós-parto... todos esses pontos devem ser considerados.

O importante é trazer o bebê com o máximo de segurança ao mundo. Para isso, a orientação médica no esclarecimento e avaliação de todos os métodos é fundamental. Sob a orientação clara do especialista e tomando uma decisão consciente, a futura mamãe vai se sentir mais segura e confiante, o que ajuda bastante para a realização de um parto com sucesso. Também, a assistência de uma boa e completa equipe médica, uma boa maternidade, com UTI neonatal e todo aparato disponível para resolver qualquer problema que possa surgir é algo indispensável.

Então, sabendo de todos esses fatores, é hora de conhecer um pouco mais sobre todos os métodos de parto possíveis, para fazer uma escolha segura e adequada.

Parto normal - É o método mais aconselhado pelos médicos. Isso porque o parto normal ocorre mais tranquilamente e os riscos de infecções, abscessos e acidentes anestésicos são bem menores do que a cesariana. Além disso, a recuperação no pós-parto é muito mais rápida e a mulher pode voltar logo às suas atividades. Ele exige que a mãe se prepare desde o pré-natal, porque nesse tipo de parto ela participa ativamente, fazendo força para ajudar no nascimento. É necessário que a mãe apresente, quando chegada a hora do nascimento, contrações e dilatação do colo do útero adequadas. Além de estar em boas condições de saúde e apta para este procedimento, a prática de exercícios de respiração ao longo da gravidez pode ajudar o bebê a ser expulso mais rapidamente. Além disso, é comum o médico fazer um corte em um dos lados da vagina (episiotomia) para auxiliar no processo de expulsão.

Cesárea – Essa, apesar de ser totalmente cirúrgica, é a modalidade preferida pelas gestantes – até 90% dos partos realizados nas maternidades brasileiras são cesarianas. Porém, a cesárea é criticada por alguns médicos porque pode trazer consequências para o bebê, como dificuldades respiratórias, ou resultar em infecção hospitalar. Mas a rapidez do parto – cerca de meia hora - e o uso da anestesia, que diminui as dores, fazem com que ela seja a mais popular. Na cesárea, a mãe é anestesiada e fica deitada de costas. Ela participa menos do parto, já que uma cobertura é colocada entre a barriga e as pernas. O bebê é extraído através de um corte de 15 a 20 centímetros e, após várias camadas, o médico atinge o útero. Um auxiliar empurra a barriga para cima, para facilitar a saída do bebê pela abertura feita pelo médico. Assim que o bebê sai, é apresentado à mãe e levado para a sala de pediatria neonatal.

Parto com fórceps – O parto com fórceps alto é uma técnica antiquada e era comumente aplicada a partos feitos com cesariana. O fórceps alto é um instrumento em forma de duas colheres metálicas, utilizado em momentos complicados do parto, com o objetivo de puxar o bebê que está com dificuldade no período expulsivo. Por se tratar de um procedimento traumático, está praticamente abandonado. Hoje, o mais usado é o fórceps de alívio, que trás o bebê quando ele já está mais baixo no canal de parto – ainda assim só em casos onde não há outra solução. A utilização é mais indicada para bebês com pneumopatias ou cardiopatias, entre outros problemas de saúde.

Parto Leboyer – Criado por um médico francês, esse tipo de parto é parecido com o parto normal, com a diferença de que, por meio de técnicas – como uso de trilha sonora e baixa quantidade de luz - busca transformar a sala de parto em um ambiente menos frio mais tranquilo. O pai, ao invés de ficar do lado de fora assistindo, também pode participar.

Parto na água – Esse tipo de parto é pouco praticado no Brasil, já que não é muito convencional. É realizado em uma banheira confortável de água quente e tem o intuito de relaxar a mamãe, para que o parto seja mais fácil e tranquilo. Nem sempre essa prática é uma boa opção. O bebê pode aspirar água para o pulmão, o que pode levar a sérias complicações respiratórias para ele.

Parto de cócoras – É inspirado no parto indígena, mas sem precisar ficar no chão da maternidade. Para expulsar o bebê, a mulher fica de cócoras, acomodada em uma cadeira especial. O diferencial é que a gravidade ajuda na saída da criança, diminuindo as dores e uma grande vantagem é que, por conta de uma maior liberdade de movimento, a compressão de alguns vasos sangüíneos é menor do que em partos realizados com a mulher deitada.

Parto natural – Embora represente um risco bastante grande para mamãe e bebê, há pessoas que ainda preferem ter neném à moda antiga, parindo em casa, sem anestesia, ou intervenção médica. As chances de complicações e infecções são grandes, assim como os de paralisia cerebral e morte fetal. Essa prática não é recomendável, já que apesar do conforto da própria casa, são muitos os riscos desnecessários envolvidos.

Anestesia e pós-parto

Além dos tipos de parto possíveis, esses dois aspectos costumam permear a cabeça de papais e mamães.

Normalmente, a mãe pode escolher qual anestesia quer tomar. No parto normal, ela pode optar entre a peridural e a local. Já na cesárea, a escolha fica entre a peridural e a raquianestesia com agulha fina. Todo procedimento que faz a utilização de anestesia pode trazer complicações. Quanto maior a dose, como nas cesarianas, maior o risco. Cefaléia, diminuição da pressão arterial e da atividade uterina e, em casos mais sérios, dificuldades como taquicardias ou paradas cardio-respiratórias são algumas das dificuldades que podem ocorrer.

O pós-parto em geral costuma ser tranquilo para todos os casos, já que o corpo da mulher é preparado para a gestação e para este período após o parto. Mas é claro que as complicações podem ocorrer. A cesárea exige mais cuidados e costuma reter a mulher por mais tempo no hospital, aguardando uma recuperação mais segura. Enquanto mães que fizeram partos sem cirurgia saem do hospital em até 24 horas, as que realizaram a cirurgia precisam de pelo menos 48 horas de observação. As atividades físicas de quem fez parto normal podem ser retomadas em duas semanas, enquanto quem passou pela cesariana precisa esperar um mês.

Se você ainda está em dúvida sobre a melhor opção, não hesite em expor ao seu médico. Ele é a pessoa mais indicada para esclarecer todos os riscos, vantagens e necessidades da sua gestação.


Por Dra. Maria Cecília Erthal
Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Barra D'Or

Clique no ícone e ouça a Dra. Maria Cecília Erthal falando sobre os diversos tipos de parto



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