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segunda-feira, 21 de maio de 2018

Cardiologista do Hospital São Luiz responde se paixão pelo esporte pode influenciar no coração

Durante a Copa do Mundo do Brasil, em 2014, um homem de 69 anos morreu após um quadro de infarto, durante o jogo entre Brasil e Chile. Segundo algumas reportagens publicadas na época, ele começou a se sentir mal ainda durante a partida no Mineirão e foi encaminhado para uma unidade de saúde particular.

Agora, a pouco mais de mês para a estreia do Brasil na Copa do Mundo da Rússia, o Dr. André Feldman, coordenador da Cardio D’Or, serviço de cardiologia dos Hospitais São Luiz, unidades Anália Franco e São Caetano e do Hospital Villa-Lobos, fala sobre o quanto a paixão pelo esporte pode influenciar na saúde do coração.



“A probabilidade de acontecer um infarto apenas por conta da emoção passada durante a partida é pequena, e não chega ao ponto de recomendarmos que as pessoas deixem de assistir aos jogos. Ainda se falarmos em prevenção, essa questão está mais ligada aos cuidados do dia a dia”, orienta Feldman.

Durante as partidas, em que todos estão vidrados e torcendo a cada lance, os níveis de ansiedade aumentam e automaticamente estimulam a elevação da pressão arterial. São cerca de 1h30 a 2h de estresse absoluto, período de maior atenção, pois o organismo libera uma série de hormônios, como adrenalina, noradrenalina e cortisol, responsáveis pelo aumento da frequência cardíaca e “aperto” dos vasos sanguíneos, conjunto de fatores responsáveis pela elevação da pressão.

O momento em que ocorre o aumento da pressão, o coração, cérebros e outros músculos recebem uma quantidade maior de sangue, elevando os esforços de cada um e há o aumento das chances de ocorrência de eventos cardíacos, como o infarto, por exemplo. “Em um paciente que já tenha histórico de alguma doença do coração, esses esforços podem funcionar como um fator de risco. Se ainda sim ele for hipertenso, as chances podem crescer”, explica o cardiologista.

Além da tensão que envolve assistir as partidas, existe o clima gerado pela Copa do Mundo que facilita as pessoas a confraternizarem com mais ingestão de bebida alcoólica e tabagismo, facilitadores para o aumento da pressão arterial.

Fora dos eventos cardíacos, o enrijecimento da musculatura, causado pela tensão das partidas, pode levar a dores no pescoço, ombros e até torcicolo. Como medida preventiva, ter um lugar adequado para uma melhor postura, pode favorecer e evitar o aparecimento das dores.

O golaço de toda essa questão está no campo da prevenção. “Manter um estilo de vida regrado, com alimentação saudável e prática de atividade física faz toda a diferença”, finaliza.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Especialista do Hospital Assunção explica a relação entre distúrbios hormonais e aumento de peso



Há momentos em que as pessoas começam a observar que estão aumentando de peso. Mudam a dieta, começam a fazer exercícios físicos, mas não é suficiente para eliminar os quilos a mais. O paciente pode não perceber é que a alteração do peso não está relacionada apenas ao estilo de vida, mas com possíveis disfunções hormonais, que podem ocorrer tanto nos homens quando nas mulheres.

O endocrinologista do Hospital Assunção, da Rede D’Or São Luiz, dr. Luiz Akira Hata responde a 5 perguntas que podem ajudar a esclarece o tema:

1. Quais são os distúrbios hormonais que podem alterar peso?
Vários são os distúrbios hormonais que podem resultar o aumento do peso corpóreo. Listo alguns mais comuns: Síndrome de Cushing, por exemplo, que ocorre quando há um aumento anormal nos níveis de cortisol sanguíneo, hormônio liberados excessivamente em resposta ao estresse; a Síndrome dos Ovários Policísticos, em que há aumento de hormônios masculinos (andrógenos) levando a um ganho de massa muscular e, consequentemente, ao aumento do peso corpóreo; o Hipertireoidismo, quando a diminuição dos hormônios tiroideanos ocasionam maior retenção de líquidos corporais e aumento do peso; e o Hipogonadismo, ou falência dos ovários ou testículos, que causam acúmulo de gordura abdominal.

2. Quais são as causas dos distúrbios hormonais?
As causas podem ser tumorais malignas ou benignas, doenças acusadas por mutações genéticas, destruição da glândula por radiação nuclear (radioterapia) ou uso de determinados medicamentos como antiarrítmicos, cortisonas ou medicamentos para terapia de câncer.

3. Como diagnosticar e trata-los?
O diagnóstico se dá através de uma boa análise clínica e exames específico. Já o tratamento é feito com dosagens dos hormônios em laboratórios.

4. Quando é necessário passar por um procedimento cirúrgico?
Em casos de tumores malignos e dependendo da avaliação do médico, em alguns casos benignos também é necessário passar por cirurgia.

5. Como conviver com estes distúrbios e que hábitos tem que ser mudados?
É preciso fazer um acompanhamento clínico regular, monitoramento laboratorial periódico dos hormônios, não interromper a terapia hormonal, evitar comidas industrializadas, fast-foods, refrigerantes, sucos de caixinhas, bebidas alcoólicas e praticar muito esporte. Importante ressaltar que as alterações hormonais podem causar aumento de peso, porém não são as principais causas para a epidemia de obesidade que assola o mundo. A obesidade advém na sua grande maioria das vezes pelos maus hábitos alimentares e estilo de vida ruim.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

O que você precisa saber sobre câncer infantil e a importância do diagnóstico precoce

O câncer é composto por uma série de doenças que têm em comum a multiplicação anormal de células, que pode ocorrer em qualquer lugar do corpo humano e em qualquer idade. Em pessoas com menos de 18 anos corresponde a 2% dos casos de câncer.

Os mais comuns nessa faixa etária são as leucemias, que afetam os glóbulos brancos e representam quase 60% dos casos de câncer infantil, seguidos dos tumores do sistema nervoso central e os linfomas (sistema linfático). Há, também, os tipos exclusivos da faixa pediátrica, que quase nunca são vistos em adultos: os retinoblastomas, que acometem o fundo do olho, e o tumor de Wilms, que afeta o rim.



Segundo Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, assim como em países desenvolvidos.

A Dra. Viviane Sonaglio, oncologista pediátrica do Hospital da Criança, da Rede D’Or São Luiz, explica que o câncer infantil tem característica de crescimento muito acelerada, pois as crianças possuem tecidos ainda embrionários com capacidade de reprodução muito rápida. “Essas diferenças reforçam a importância de um diagnóstico precoce. Até por isso as respostas ao tratamento são mais rápidas”, pondera a especialista.

O tratamento é diferente dos adultos, mas também é composto por quimioterapia, radioterapia ou cirurgia, combinados ou não. A radioterapia é usada em casos mais específicos, como câncer de rim. A Dra. Maria Lúcia Pinho, cirurgiã pediátrica do Hospital da Criança, da Rede D’Or São Luiz, explica que nesta faixa etária as cirurgias têm bastante importância, pois ajudam a frear o avanço da doença. “Em alguns casos a cirurgia pode ser fundamental para a cura, devendo ser planejada a retirada do tumor em um ou mais procedimentos”.

O câncer infantil não tem prevenção, por isso a enorme importância destinada ao diagnóstico precoce. A Dra. Viviane explica que os sintomas são muito comuns a outras doenças desta faixa etária, queixas bastante comuns em prontos-socorros. Entretanto, algumas dicas podem acelerar o diagnóstico:

Uma febre mais prolongada, que não responde a medicamentos ou associada a outros sintomas, como gânglios aumentados;
Infecções de repetição, que acabam levando a criança várias vezes ao hospital;
Perda de peso inexplicável e contínua;
Dor persistente nos ossos e nas articulações, com intensidades que prejudicam as brincadeiras ou atividades;
Dores de cabeças acompanhadas de vômitos, geralmente na parte da madrugada;
Caroços que não cedem – costumam aparecer no pescoço, axilas, virilhas e abdome.

“Quando a criança tem o acompanhamento de um pediatra desde cedo, o especialista consegue entender as diferentes características e sintomas de cada doença, seja para excluir uma suspeita mais séria ou confirmá-la”, orienta Sonaglio. Com o diagnóstico precoce, as chances de cura passam dos 70%, em boa parte dos casos. A doença em estágio avançado diminui consideravelmente essas chances.

Quando há diagnóstico positivo para o câncer, é importante que a criança seja acompanhada por uma equipe especializada em oncologia pediátrica, composta por médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, além de subespecialistas em outras áreas da medicina. É essencial o paciente buscar um local que tenha equipamentos com tecnologia de ponta para a realização de todos os exames que possam ajudar no tratamento, além de um departamento de patologia qualificado.