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quinta-feira, 28 de maio de 2009

Preparando o corpo para a gravidez












A gravidez é um momento extremamente importante na vida da mulher e que requer muitos cuidados. Mas o que muita gente esquece é de que antes de chegar à gestação, a mulher que se prepara para engravidar também precisa estar atenta a algumas atitudes e até mesmo a investir em mudanças no estilo de vida. Essa preparação é muito importante, já que é durante as primeiras semanas que o desenvolvimento do embrião pode ser mais afetado.

Além disso, é sobre essa fase que precede a gravidez, e que traz ansiedades e expectativas, que costumam surgir muitas dúvidas do que se deve ou não fazer, não só para garantir a saúde da mamãe e maiores chances de uma gravidez sadia, mas também a saúde da criança.

O principal motivo para a futura mamãe preparar-se nos meses que antecedem a gravidez, é para que ela possa passar de maneira mais tranquila por todas as mudanças que esse grande acontecimento traz. Uma das medidas mais importantes para a gravidez bem sucedida é planejá-la com alguns meses de antecedência. Com esse projeto, a mulher terá mais tempo para se organizar física e psicologicamente para o grande passo que está tomando. Portanto, comece a pensar sua gravidez pelo menos seis meses antes. Assim, o impacto das mudanças será menor e você poderá diluir a ansiedade ao longo do tempo e com uma postura que lhe deixará mais segura, como cuidar do corpo, evitar hábitos nocivos à sua saúde e à do bebê. E, por que não trocar de experiências com outras futuras mamães, gestantes e mulheres que tenham filhos pequenos?

Com a saúde da mente em dia, controlando a ansiedade e cada dia mais tranquila para o momento que se aproxima, não se pode descuidar da saúde. Por isso, é essencial que a futura mamãe procure adotar um estilo de vida saudável. Os exames devem estar em dia, para que a mulher não seja pega de surpresa com alguma doença ou problema que possa comprometer o sucesso da gravidez. Se isso acontecer, ela ainda terá tempo de dedicar-se ao tratamento adequado e voltar à investida de engravidar, sem maiores danos. Uma dica importante é manter uma alimentação balanceada e nisso, um nutricionista pode ajudar, orientando sobre a dieta mais indicada.

Outro capítulo importante é a prática de atividades físicas moderadas, necessária em qualquer momento da vida, mas crucial na vida da futura gestante. Isso porque, além de ajudar para que a mulher esteja com o peso ideal, os exercícios liberam a endorfina, ajudando no combate à ansiedade, além de proporcionarem sensação de bem-estar e melhor disposição. Mas nada de pegar pesado: um profissional de educação física poderá orientar quais os exercícios mais adequados. Não fique temerosa em procurar os especialistas para uma melhor orientação. As dúvidas e inseguranças são comuns e somente eles poderão ajudá-la da maneira mais segura e correta.

No mais, as terapias complementares também são indicadas: yoga, massagens e acupuntura, por exemplo, podem ajudar a relaxar. Além disso, use e abuse de atividades prazerosas, que lhe fazem sentir-se feliz. Caminhar, ler, praticar um hobbie, ir ao cinema, tudo que possa deixar a futura mamãe de bem com a vida e com a saúde.


Por Dra. Maria Cecília Erthal
Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Barra D'Or

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A preservação da fertilidade feminina












Muitas mulheres acalentam o sonho de ter filhos. Algumas, desde pequenas, já imaginam como será a experiência de ser mãe. A questão é que a vida é cheia de surpresas e, às vezes, toma um rumo que leva a pessoa para outros caminhos; um pouco afastados do sonho de ser mãe. Seja uma vida atribulada, seja porque a mulher ainda não encontrou o parceiro ideal, ou, ainda, por conta de alguma doença grave, os anos passam e algumas mulheres acabam não conseguindo realizar o sonho de ser mãe.

Mas o grande trunfo é que, para essas mulheres cuja vontade de ser mãe prevalece, a preservação da fertilidade já é uma realidade e permite que, apesar dos contratempos, ela ainda possa alcançar o objetivo da maternidade.

Chamamos de preservação da fertilidade feminina o conjunto de métodos que podem ajudar quando a mulher teve o seu potencial fértil diminuído. Por exemplo, a partir dos 30, as chances de engravidar decrescem gradativamente. Já a partir dos 40 a taxa de fertilidade começa a cair vertiginosamente, chegando a ser de apenas 1% aos 45. Passando da casa dos 40, as chances de se ter um bebê com problemas genéticos também são maiores.

Mas isso não é motivo para desesperar-se: as técnicas de fertilização assistida são grandes aliadas para as mamães que já atingiram a maturidade. Inúmeras são as possibilidades. O primeiro passo é buscar um especialista, para que, junto com ele, a mulher possa decidir qual o tratamento mais adequado.

Existem técnicas de baixa complexidade, como o estímulo da ovulação, a relação sexual programada e a inseminação de espermatozóides dentro do útero. E ainda as de maior complexidade, quando a inseminação é feita fora do organismo feminino. É o caso da fertilização in vitro, em que óvulos e espermatozóides são colhidos, e a fecundação ocorre em laboratório. Há também outra técnica ainda mais moderna, conhecida como injeção intra-citoplasmática de espermatozóides, na qual um espermatozóide é introduzido diretamente dentro do óvulo por meio de uma agulha extremamente fina. Em alguns casos é necessário recorrer à doação de óvulos, mas somente um especialista poderá orientar a mulher, mediante um estudo aprofundado do caso.

Outra situação que pode comprometer o potencial fértil feminino é o aparecimento de doenças, como, por exemplo, o câncer, cujo tratamento extremamente invasivo pode trazer dificuldades para a mulher engravidar. A quimioterapia e a radioterapia ainda têm um efeito deletério sobre o aparelho reprodutor, podendo acarretar uma infertilidade transitória ou permanente.

Nestes casos, já é possível prevenir-se com práticas como o congelamento de óvulos, tecido ovariano, ou até mesmo de embriões, para utilizá-los no momento ideal para o casal, quando puder e quiser engravidar. Existe uma preocupação cada vez maior em orientar a preservação da fertilidade antes de se iniciar o tratamento para o câncer. Preservar a fertilidade significa guardar os gametas (óvulos e espermatozóides) congelados para uso futuro. O congelamento é feito preferencialmente antes da paciente se submeter ao tratamento.

No caso de câncer, as técnicas para preservar a fertilidade feminina podem ser feitas tanto em mulheres adultas quanto em crianças, das quais também é possível congelar o tecido ovariano, que permite o congelamento de vários óvulos num estágio imaturo. No momento do descongelamento, eles deverão ser amadurecidos em laboratório e depois implantados no útero feminino.

Agora que você já sabe que é possível preservar sua fertilidade, o primeiro passo é buscar um especialista, que irá orientá-la a respeito dos métodos possíveis. Além disso, é importante ter em mente que todos eles são uma alternativa real e possível para a realização do sonho de ser mãe.

Por Dra Maria Cecília Erthal
Diretora-médica do Centro de Fertilidade da Rede D'Or

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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Leite materno: fundamental para a saúde da mãe e do bebê












Ato de amor, a importância do leite materno vai muito além da alimentação do bebê, sendo essencial não só para construir um importante vínculo afetivo com a mãe, como, principalmente, garantir a saúde da criança por toda a vida. E os benefícios não atingem somente o bebê: o ato de amamentar diminui as chances de a mulher desenvolver doenças como câncer de mama e ainda é uma maneira de queimar os quilinhos a mais, adquiridos durante a gravidez.

O leite materno contém todas as proteínas, açúcares, gorduras, vitaminas e água essenciais para a alimentação do bebê, além de ser rico em anticorpos e glóbulos brancos, fundamentais para o fortalecimento do sistema imunológico. Eles protegem a criança contra o desenvolvimento de infecções e doenças como bronquite, pneumonia, meningite e até câncer, além de diminuírem a probabilidade de ela desenvolver obesidade ou diabetes do tipo I, quando adulta.

Mas, além de atuar na constituição e fortalecimento do sistema imunológico do bebê, o leite da mãe traz vários outros benefícios para o desenvolvimento da criança ao longo da vida. O aleitamento materno promove o estabelecimento de uma ligação emocional muito forte entre a mãe e o bebê, o que, conforme estudos comprovaram, facilita o seu desenvolvimento e torna-o mais confiante para relacionar-se com outras pessoas. Outra vantagem é o fato de que mamar no peito melhora a formação da boca e tem papel essencial no alinhamento dos dentes da criança, favorecendo também a fala e a respiração.

Mesmo diante de todos esses benefícios, muitas mulheres ainda deixam de amamentar seus bebês. Algumas, por vaidade, e outras, por não conseguirem, já que muitas vezes há dificuldades em aninhar o bebê junto ao seio e estabelecer uma correta rotina de amamentação, entre outras dificuldades. Nesses casos, como o aleitamento materno é muito incentivado hoje em dia, mas não bem orientado, as mães ficam com uma culpa enorme quando não conseguem amamentar seus filhos. Para evitar que isso aconteça, aí vão algumas dicas sobre o melhor procedimento na hora da amamentação:

- Procure sempre um lugar tranquilo para amamentar, sem que ninguém atrapalhe você e o bebê nessa hora tão importante. A posição ideal para uma boa amamentação é aquela em que o bebê consegue abocanhar toda a aréola do seio materno.

- Se o bebê já berra de fome logo ao acordar, tente acordá-lo um pouquinho antes para que ele não chore de fome, dificultando a pega. Ele estará mais calmo e isso evitará o estresse de ambos na hora da mamada.

- Caso o bebê costume acordar faminto logo depois de ter mamado, uma boa dica é, antes de dar o peito, esvaziá-lo um pouco para retirar o leite anterior, que é constituído basicamente por água. É essa água que mata a sede do bebê, razão pela qual ele nem precisa beber água. Quando o peito é esvaziado, o leite restante é o posterior, mais rico em gordura, que sacia melhor o bebê e permite mais tempo de sono.

- Não mude o bebê de peito sem que ele esvazie completamente o primeiro. Quando isso acontece, ele bebe somente o leite mais fraco, aquele rico em água, e fica com fome logo depois. Por isso, é importante deixá-lo esvaziar todo um peito para depois oferecer o outro, para que ele mame tanto o leite rico em água quanto o rico em gordura.

- Se o peito estiver muito cheio de leite, é bom esvaziá-lo um pouco antes de oferecer ao bebê. Quando as mamas estão muito cheias, o bebê só consegue abocanhar o bico, machucando a mãe.

Por Dra. Maria Cecília Erthal
Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Barra D'Or


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terça-feira, 26 de maio de 2009

Gravidez cada vez mais tarde










A emancipação feminina nas últimas décadas fez com que a mulher se dedicasse cada vez mais à sua carreira profissional, a estabilizar-se financeiramente e a deixar para depois duas etapas da vida antes tão importantes: casar-se e ter filhos. Hoje, uma em cada cinco tem a primeira gravidez após os 35 anos, por isso, percebo claramente no consultório que são cada vez mais comuns os casos de mulheres que de repente se percebem já com 35 anos, 40 anos e com vontade de ter seu primeiro bebê. Esse momento pode acabar gerando ansiedade, tensão e, para muitas, uma verdadeira corrida contra o tempo. Mas, afinal, que problemas a mulher realmente pode enfrentar se a gestação for sendo protelada?

A partir dos 30 anos, a chance de gestação espontânea cai entre 3 a 5% a cada ano – é de 25% aos 25 anos; 20% aos 30; 15% aos 35; 5% aos 40 e de apenas 1% aos 45. Isso ocorre pelo envelhecimento natural do organismo e dos óvulos, mas também porque é na faixa dos 35 aos 45 anos que costumam surgir ou piorar certas doenças que dificultam uma possível gravidez. As principais são: miomas uterinos, endometriose, doença inflamatória pélvica, obstrução nas trompas, distúrbios ovulatórios, doenças da tireóide e doenças do colo uterino.

Outro ponto importante, é que, acima dos 40 anos, toda gestação é considerada de alto risco. Isso quer dizer, que tem mais chance de haver intercorrências como: ameaça de aborto, ameaça de parto prematuro, hipertensão, eclâmpsia, diabetes, descolamento prematuro da placenta, placenta prévia, entre outras. Todas essas situações podem colocar em risco o desenvolvimento e crescimento do feto, a vitalidade materna e a fetal.

Por isso, já a partir dos 35, a candidata a mãe de primeira viagem deve tomar cuidados ainda mais especiais. É importante iniciar a suplementação com ácido fólico no mínimo três meses antes de engravidar, fazer acompanhamento de pré-natal, com realização de todos os exames solicitados, atividades físicas, ter hábitos alimentares saudáveis e suplementação vitamínica. E, claro, acompanhar o desenvolvimento do feto através de exames de ultrassom periódicos.

É importante ter em mente também que, a partir dos 40, aumentam os riscos de anomalias cromossômicas (alterações genéticas), sendo a síndrome de Down a mais conhecida. Segudo o Journal of the American Medical Association (JAMA) e o American Journal of Human Genetics, os riscos de ter um filho com síndrome de Down correlacionado com a idade são: 0,5% a partir de 35 anos, 1,2% a partir de 37 anos, 6% a partir de 43 anos e 11% a partir de 45 anos". Nessa idade, também por causa dessas alterações, as taxas de abortamento costumam ser maiores. Por isso, é recomendável que as mulheres acima dessa faixa procurem tratamentos de gravidez assistida.

Além disso, já existe hoje um exame feito nos embriões fruto de fertilização in vitro chamado Diagnóstico Genético Pré-Implantacional, ou PGD, que aumenta o sucesso da gravidez. O PGD analisa células do embrião para rastrear problemas genéticos, possibilitando que somente embriões saudáveis e mais aptos ao desenvolvimento da gestação sejam implantados no útero. Com isso, as chances de sucesso de gravidez aumentam muito, porque os embriões, sendo normais, têm uma probabilidade muito maior de se desenvolver.

Mas, se você ainda está tentando engravidar, o ideal é não ficar muito tensa e continuar encarando a atividade sexual como algo prazeroso, pois já se sabe que o estresse dificulta o processo. As técnicas de fertilização assistida são indicadas apenas nos casos de mulheres acima dos 30 anos que, com mais de um ano de vida sexual ativa não conseguiram engravidar naturalmente, ou aquelas acima dos 40 e que, depois de seis meses nas mesmas condições, ainda não estão grávidas.

E mais: é preciso tem em mente que, além do avançar da idade, o estilo e a qualidade de vida também podem fazer toda a diferença para quem pretende engravidar. Mulheres que fumam, consomem muita bebida alcoólica, vivem estressadas ou estão acima do peso podem ter problemas na sua capacidade reprodutiva. A obesidade, por exemplo, pode reduzir em até 50% as chances de gravidez. Portanto, levar uma vida saudável é o melhor caminho para se manter fértil por muito mais
tempo.

Por Dra. Maria Cecília Erthal
Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Barra D'Or


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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Síndrome do ovário policístico

Entre 20% e 30% das mulheres desenvolvem cistos nos ovários em alguma altura da vida. Apesar de ser importante acompanhá-los, normalmente estes não têm relação com doenças e desaparecem de forma espontânea. Porém, 10% delas apresentam um tipo de disfunção que está entre as causas mais comuns de infertilidade feminina e vem associada a outros sintomas, a síndrome do ovário policístico (SOP). Ainda que seja um mal incurável, os sintomas da SOP podem ser amenizados e hoje já existem diversas opções de terapias que aumentam e muito as chances de gravidez dessas mulheres.

A SOP é uma doença endócrina, ou seja, causada pela alteração dos hormônios. Não tem uma causa conhecida, mas é sabido que ocorre uma disfunção na glândula que regula a produção hormonal, o hipotálamo, e também uma resistência do organismo à ação da insulina, que acaba por estimular a produção excessiva de testosterona pelos ovários. Com o excesso de testosterona, a ovulação é alterada e alguns folículos que estão nos ovários não conseguem completar o ciclo de ovulação, não amadurecem e acabam por se acumular, formando microcistos.

Sintomas e Diagnóstico

Os principais sintomas são alterações no ciclo menstrual, que pode ter longos intervalos, em torno de três meses entre uma menstruação e outra, ou até mesmo a ausência da menstruação; aparecimento de pelos em locais inconvenientes, como, por exemplo, no rosto; aumento da oleosidade da pele com surgimento de acne; e acúmulo de gordura abdominal, com tendência à obesidade. Caso haja existência de dois ou mais desses indícios, é bom procurar um médico.

Contudo, apenas os sintomas não são suficientes para determinar o quadro clínico. A avaliação completa é feita por meio de ultrassonografia pélvica, ou transvaginal, exames clínicos e laboratoriais. Para a confirmação do diagnóstico, é preciso que a mulher apresente dois dentre os seguintes sinais: ovários policísticos apresentando mais de 12 folículos, com aumento do volume ovariano acima de 10 cm³; falta de ovulação ou deficiência; e sinais de aumento na produção de hormônio masculino.

Tratamento

O tratamento vai depender da fase da vida da mulher. O que é mais importante em determinado momento e qual o sintoma que mais a incomoda são perguntas essenciais a serem feitas pelo médico. Em geral, é indicado o uso de anticoncepcionais orais, que diminuem o aparecimento de pelos, espinhas, cólicas, ou mesmo evitam o aumento de peso. Para mulheres que querem engravidar, a primeira alternativa é o uso de indutores de ovulação, mas, em alguns casos específicos, em que o ovário esteja mais danificado, ou haja grande produção de hormônio masculino, pode ser necessário um tratamento de reprodução assistida.

Procurar tratamento para a doença e manter o peso são fundamentais para a saúde e bem-estar das pacientes. A obesidade também gera resistência à insulina, que produz o aumento dos hormônios masculinos e tende a agravar os sintomas. Além disso, no caso da SOP, também piora a tendência ao desenvolvimento de diabetes e a chance do aparecimento de doenças cardiovasculares.

Por Dra. Maria Cecília Erthal
Ginecologista e Obstetra do Centro de Fertilidade da Rede D'Or


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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Pele oleosa












A maior parte das mulheres já sofreu ou sofre com um problema que embaraça e prejudica a auto-estima: a pele oleosa. A pele, normalmente, elimina quantidades regulares de gordura através de suas glândulas sebáceas, o que forma uma película que mantém a epiderme lubrificada e protegida. Porém, por diversas razões, a produção de sebo pode ser acentuada, principalmente em locais de maior concentração das glândulas, como na região “T” da face, no colo e na parte superior das costas. O resultado é uma pele brilhante, com poros abertos, irritada e fragilizada. E, além de constrangimento, a pele oleosa também pode abrir caminho para cravos e espinhas.

Hoje já se sabe que a maior causa da oleosidade é a predisposição genética, mas alterações hormonais também influem, e muito. A produção do sebo é regulada principalmente por fatores hormonais. Nas mulheres, as glândulas sebáceas são estimuladas pelos hormônios ovarianos e os provenientes das glândulas supra-renais.

Além disso, alguns fatores não hormonais também afetam as glândulas sebáceas. O clima mais quente e a radiação ultravioleta do sol, por exemplo, aumentam a produção de sebo. Da mesma forma, o estresse e uma alimentação pouco saudável também podem influenciar no funcionamento das glândulas.

Para manter uma pele bonita e saudável, algumas dicas básicas podem ser úteis:

- Lavar o rosto no máximo duas vezes ao dia e com água fria, para não retirar gordura em excesso e estimular ainda mais as glândulas, como efeito rebote;

- Usar sempre sabonetes neutros, ou indicados pelo dermatologista;

- Para fechar os poros, acalmar a pele e refrescar, você pode tonificá-la com adstringentes sem álcool;

- Para hidratar, use sempre com produtos sem álcool, em gel, ou loção, por exemplo;

- Filtros solar, sempre fundamental para evitar o envelhecimento precoce e o câncer de pele, também sem óleo, em gel;

- Maquiagem em excesso, com uso de pós compactos e bases, deve ser evitada, pois obstrui os poros e aumenta as chances de desenvolver acne;

- Sempre retirar a maquiagem antes de dormir com demaquilante sem álcool.

- Evite ao máximo alimentos gordurosos, beba bastante água e dê preferência a uma alimentação com frutas, legumes e verduras.


Mas, se o excesso de oleosidade for muito grande e se nenhuma dessas medidas ajudar a controlá-lo, não é motivo para se desesperar. A boa notícia é que, a cada dia, a medicina descobre e aprimora os tratamentos no combate à oleosidade. É preciso atenção, porém, para não cair na tentação de se automedicar. A má utilização de cremes, pomadas e tratamentos realizados por profissionais não qualificados podem trazer danos irreparáveis à pele. Procure um dermatologista, pois só ele vai ser capaz de lhe indicar o tratamento adequado para o seu tipo de pele.

Por Dr. Sergio Serpa
Dermatologista do Hospital Copa D'Or


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quinta-feira, 21 de maio de 2009

Unhas: indicadores da saúde do organismo












Pintadas de várias cores, com diferentes tamanhos e formatos, as unhas dizem muito sobre a personalidade da mulher. Mas, mais do que enfeitar e conferir aquele detalhe charmoso ao visual, elas também são um forte indicador de como anda a nossa saúde. Por isso, é importante prestar atenção não só no aspecto das unhas, como também na sua textura e em eventuais manchas que surjam, pois elas podem ser decorrentes de alguns problemas de saúde, como doenças de pele, anemias e até enfermidades sistêmicas, que atingem diversos órgãos do nosso organismo.

Alterações na coloração das unhas podem ser indícios de problemas cardíacos e pulmonares, por exemplo. No entanto, na maioria das vezes, as modificações que apresentam têm causas dermatológicas, como a psoríase (doença inflamatória da pele) e as micoses provocadas por fungos. Alguns dos sintomas são a presença de manchas brancas na superfície, pequenas depressões ao longo do comprimento e unhas amareladas. Já as micoses são mais comuns nas unhas dos pés, devido ao fato de ficarem mais expostas a topadas e à sujeira. Elas costumam aparecer com uma mancha branca no canto da unha, que depois vai amarelando até tornar-se esverdeada.

Unhas quebradiças e fracas são outro problema que aborrece grande parte das mulheres. As causas vão desde características genéticas até o tipo de esmalte e removedor que se usa, uma vez que eles podem ressecar e enfraquecer as unhas. Para evitar que isso aconteça, procure usar sempre produtos hipoalergênicos e aplicar óleos e hidratantes para fortalecê-las.

Outro cuidado essencial para unhas sempre saudáveis e sem infecções é evitar retirar as cutículas, uma vez que elas existem para proteger a região entre a pele e a unha, barrando a entrada de sujeira e bactérias que podem provocar uma infecção. O ideal, então, é somente afastá-las, evitando arrancar com o alicate e utilizando sempre ferramentas desinfetadas. Mas isso não é tudo: o cuidado com o formato do corte também é essencial. Ele deve ser quadrado nas unhas dos pés, já que os cortes ovais, redondos ou pontiagudos provocam o encravamento da unha. Nas mãos, o formato oval é ideal para quem tem unhas fracas, por quebrar com menos facilidade.

Se suas unhas apresentarem manchas, micoses ou estiverem muito fracas, mesmo com a aplicação de hidratantes, não deixe de procurar um dermatologista para indicar o tratamento adequado. Só ele pode analisar se existem doenças na própria unha ou se o enfraquecimento e as manchas são decorrentes de alguma doença do corpo, como a anemia, doenças da tireóide ou até mesmo câncer de pele.

Por Dr. Sérgio Serpa
Dermatologista do Hospital Copa D'Or


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quarta-feira, 20 de maio de 2009

Cabelos - cuidados com a beleza e saúde dos fios












Conhecido como a moldura do rosto, os cabelos são uma das partes mais valorizadas do corpo feminino. Especialmente entre as brasileiras, que adoram cabelos longos e lisos, a busca por tratamentos para deixá-los cada vez mais bonitos chega ao ponto de ameaçar a saúde, tanto dos fios, quanto do organismo como um todo. Mas não pense que todos os fios são iguais. Para cuidar bem deles é preciso respeitar a diferença de cada tipo de cabelo.

Fios normais, oleosos, secos ou mistos; cada um deles merece um tipo de cuidado específico. Os normais não ressecam ou ficam oleosos facilmente porque as glândulas sebáceas do couro cabeludo produzem a quantidade ideal de gordura para nutrir os fios. Basta lavá-los regularmente com um xampu suave.

Já mulheres com cabelos oleosos apresentam excesso de óleo no couro cabeludo e devem procurar lavá-los diariamente, hábito que, ao contrário do que diz a sabedoria popular, não provoca a queda dos fios. Os cabelos que caem durante a lavagem são aqueles que atingiram o final de seus ciclos, portanto, esta queda é processo natural do organismo. Exceto quando a queda é em quantidade anormal, que pode ser sinal de estresse ou alguma doença.

Cabelos ressecados e sem brilho ficam mais suscetíveis aos danos externos, como o sol, o vento e os agentes químicos empregados para coloração e alisamento. Esses devem ser lavados com menor frequência para evitar que se ressequem ainda mais, e o uso de condicionadores é fundamental.

Por fim, os cabelos mistos, aqueles oleosos na raiz e secos nas pontas, são característicos da maioria das mulheres de cabelos compridos e devem ser lavados com xampus para cabelos oleosos, sempre associados ao uso de condicionadores nas pontas.

Mulheres com cabelos crespos, cacheados ou secos e que querem mudar o visual encontram disponíveis no mercado cada vez mais opções de tratamentos que prometem cabelos lisos e brilhantes. O problema é quando são usados produtos nocivos à saúde em nome da beleza. As famosas escovas progressivas e outros tratamentos que utilizam produtos não autorizados pelos órgãos de saúde podem representar riscos sérios. Essas substâncias agem sobre a queratina que recobre os fios, quebrando suas cadeias e alisando as madeixas. Mas o excesso de produtos químicos, principalmente de formol, utilizado nessas formulações, pode gerar desde alergias, (com ardência, manchas avermelhadas e coceira na pele), quebra dos fios, a irritação nos olhos e até problemas mais graves, se a exposição for muito frequente.

Segundo a lei, o uso de formol em concentração acima de 0,2% é ilegal. Mas para conseguir o alisamento, muitos salões aplicam doses várias vezes maiores. O problema é que o formol é tóxico quando inalado ou em contato com a pele.

Veja recomendações da ANVISA sobre o uso de formol

Por isso, muito cuidado antes de aplicar no seu cabelo aquele último tratamento que promete milagres, não deixe de conversar com o seu dermatologista para ver se os produtos utilizados não agridem os fios ou provocam danos à estrutura capilar.

Por Dr. Sergio Serpa
Dermatologista do Hospital Copa D'Or

terça-feira, 19 de maio de 2009

Oleosidade da pele, espinhas e acne afetam mais as mulheres do que os homens












Incômodo, constrangimento e vergonha são sentimentos de muitas pessoas que sofrem com espinhas, cravos e oleosidade excessiva da pele. A acne é uma doença crônica, que acontece por causa do aumento da produção de sebo pelas glândulas sebáceas e pela colonização da superfície cutânea por bactérias.

Calcula-se que 80% das pessoas tenham algum grau de acne em determinado momento da vida. Existem mais de 50 tipos de acne, doença que costuma afetar, principalmente, os adolescentes. Entre os adultos, são justamente as mulheres as mais atingidas. Isto devido às influencias hormonais, muito mais presentes nelas, do que neles. A acne atinge principalmente as regiões da pele onde se concentram as glândulas sebáceas, como o rosto, o pescoço e as costas, e é caracterizada pela formação de cravos e espinhas.

No caso das mulheres, especificamente, a acne ainda pode ser apenas pano de fundo de outras doenças, como, por exemplo, a síndrome do ovário policístico. Mulheres que têm alta produção de andrógenos também costumam apresentar quadros de acne. Até mesmo o estresse é capaz de desencadear ou agravar o problema.

Há alguns mitos a serem esclarecidos a respeito da acne. Um deles é o fato de que não há estudos que comprovem que a ingestão de alimentos gordurosos, guloseimas, chocolates e amendoim agravem o problema de oleosidade na pele. Também, afirmar que o sol ajuda a melhorar espinhas e cravos não é correto, assim como a atividade ou freqüência sexual nada influencia no aparecimento ou melhora da acne.

Muita gente sofre desse mal e não busca tratamento. Principalmente porque tende-se a achar que a oleosidade é uma característica do tipo de pele de determinada pessoa. Mas a acne deve ser investigada e tratada, para se descobrir o real fundo da doença e evitar não só o agravamento do caso, como também prevenir marcas e manchas na pele.

O tratamento da acne pode ser tópico, sistêmico, ou hormonal. O tratamento tópico consiste no uso de substâncias que diminuem a oleosidade da pele e a inflamação provocada pelas espinhas, e é geralmente associado ao tratamento sistêmico, com antibióticos que agem na redução das bactérias associadas à acne.

Já o tratamento hormonal costuma ser uma boa opção no caso das mulheres adultas. Se você sofre com a acne, não tente se medicar por conta própria, pois isso pode acabar piorando o problema. O ideal é procurar um dermatologista, para que ele defina o tratamento mais adequado para o seu tipo de acne.


Algumas medidas podem ser tomadas no combate à oleosidade intensa, como manter uma higiene adequada da pele nas regiões afetadas. Deve-se lavar o rosto duas ou três vezes por dia, no máximo, desde o queixo até a linha de cabelos na parte superior da testa, com movimentos circulares e delicados. Enxaguar com água morna e não utilizar buchas ou esponjas. A escolha adequada do sabonete é essencial. O ideal são os sabonetes leves; os neutros, próprios para a pele do local.
Dica: a prática de exercícios também é importante para prevenir e evitar a acne, já que melhora todo o funcionamento do organismo.

Por Dr. Sergio Serpa
Dermatologista do Hospital Copa D'Or


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segunda-feira, 18 de maio de 2009

Pele jovem e bonita por mais tempo












O envelhecimento é um processo natural ao organismo e atinge todas as células de uma forma geral. Porém, na pele, por ser o invólucro do corpo, essas alterações ficam ainda mais evidentes. As principais mudanças percebidas com o passar do tempo são a perda de elasticidade e brilho e o surgimento de rugas, manchas e flacidez. O envelhecimento da pele é provocado por diversos fatores, inclusive aqueles inevitáveis, como a idade e a constituição genética de cada pessoa.

Na estrutura da pele, começa a acontecer uma série de mudanças que vão alterando seu aspecto de dentro para fora. A oxidação aumenta, pois o organismo já não elimina mais as toxinas e oxigena as células da mesma forma, com isso, há a diminuição da renovação celular. Assim, a epiderme fica cada vez mais fina, com menos camadas. Já com a diminuição da produção hormonal, a pele fica mais ressecada. E, além disso, na derme, a retenção de água e a produção de fibras de colágeno e elastina já não é a mesma de antes, o que prejudica sua firmeza e elasticidade.

Não há como impedir o envelhecimento da pele, mas há um grupo de causas externas, que aceleram ainda mais a sua degradação, que pode e deve ser combatido. O sol é, de longe, o principal agente relacionado ao envelhecimento. Os raios ultravioletas A e B podem causar danos que vão desde vermelhidão a queimaduras, como também, com o passar do tempo, rugas, manchas senis e até câncer de pele.

Por isso, é fundamental utilizar filtro solar todos os dias e evitar a exposição excessiva aos raios solares. Hoje já está comprovado que essa prática desde a juventude previne o envelhecimento cutâneo, além, é claro, de proteger contra doenças mais graves. Para peles morenas, o protetor FPS 15, mais comum na maior parte das formulações é suficiente, mas para pessoas de pele clara, ou com pele sensível, um bloqueador bloqueador solar com FPS 30FPS é o mais recomendável

Outro inimigo da pele é o hábito de fumar, que além de produzir rugas em torno da boca, diminui a circulação de sangue e, consequentemente, a nutrição cutânea. Nesse caso, a recomendação é uma só: parar de fumar.


Para evitar os danos, além do protetor solar, o uso de bons hidratantes, ou ainda cosméticos antiidade, pode ser iniciado aem média, aos 25 anos de idade, minimizando linhas finas e rugas, além de hidratar e criar uma barreira eficiente contra a agressão externa. Outra medida importante para retardar o envelhecimento da pele é seguir uma dieta rica em frutas, legumes e verduras, que ajudam a prevenir a formação de radicais livres responsáveis pelo envelhecimento.


Mas se os estragos já tiverem ocorrido, existem diversos recursos disponíveis para reverter ou amenizar os sinais de uma pele envelhecida. Consulte o seu dermatologista e veja qual tratamento é mais indicado para o seu caso.


Por Dr. Sergio Serpa
Dermatologista do Hospital Copa D'Or


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sexta-feira, 15 de maio de 2009

Sedentarismo: o grande mal do século XXI












Intimamente relacionado à obesidade, o sedentarismo é considerado o grande mal do novo milênio, fonte de diversas doenças que interferem diretamente na nossa qualidade de vida. Ele pode ser definido como a grande diminuição ou até mesmo a ausência total da atividade física, que não diz respeito somente à atividade esportiva, mas ao baixo gasto de calorias no cotidiano de uma forma geral. Uma pessoa sedentária é aquela que pratica pouca ou nenhuma atividade física no dia-a-dia, com um gasto de calorias inferior a 2.200 por semana.

Além do aumento do peso, o estilo de vida sedentário acarreta diversos outros males para o nosso organismo. Ele provoca o desuso dos sistemas funcionais, fazendo com que o aparelho locomotor e outros órgãos usados durante as atividades físicas entrem em um processo de regressão funcional. Esse processo acarreta vários fenômenos danosos ao corpo, como a atrofia das fibras musculares, a perda da flexibilidade articular e o comprometimento do bom funcionamento de vários órgãos. Isso sem falar do fato de que o sedentarismo é a principal causa do aumento da incidência de várias doenças, como o diabetes e o infarto do miocárdio.

Como prevenir é sempre melhor do que remediar, para evitar que todos esses problemas aconteçam, o melhor mesmo é deixar de lado o sedentarismo e começar a se exercitar mais. Praticar esportes ou freqüentar uma academia, fazendo exercícios sob a orientação de um profissional de educação física, são as melhores formas de exercitar o corpo de maneira saudável e agradável. Com tantas opções de esportes e inovações nas academias, você com certeza pode encontrar aquele exercício que se adéque às suas necessidades e características.

Mas se o orçamento anda apertado ou você é do tipo que simplesmente detesta esportes, não precisa se desesperar nem se entregar de vez ao sedentarismo. Com mudanças simples no cotidiano, não é difícil se exercitar e ter uma vida mais saudável. Descer do ônibus um ponto antes e caminhar o resto da distância, trocar o elevador pelas escadas e levantar para mudar o canal da tevê em vez de utilizar o controle remoto, são exemplos de medidas simples e eficientes para evitar o sedentarismo. Experimente!

Por Dra. Vera Cuoco
Endocrinologista da Rede D'Or


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quinta-feira, 14 de maio de 2009

Obesidade na infância: cuidar da saúde das crianças é garantir adultos saudáveis












Cerca de 10 % das crianças brasileiras sofrem de obesidade. Com níveis alarmantes, a obesidade é considerada uma doença de extrema gravidade. Ela traz conseqüências físicas e psicológias, tanto imediatas, quanto a longo prazo, que serão potencializadas na vida adulta.

A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de peso corporal, avaliada pelo Índice de Massa Corporal (IMC), estando relacionada ao aparecimento de várias doenças como diabetes, hipertensão e os distúrbios metabólicos em geral.

Como a criança age por imitação, os familiares devem alimentar-se de forma balanceada, incentivando o uso de alimentos menos calóricos. O poder de compra é da família e não da criança, evitando-se o incentivo de rotina, ao uso de biscoitos, doces, alimentos de confeitaria em geral, que são bastante atraentes à faixa etária.

Deve-se também ter atenção especial com o lanche escolar. Há no mercado alimentos saborosos com valor nutricional e calórico definidos, facilitando o cálculo da ingestão calórica diária. Nessa condição, é importante uma diretriz entre a família e a escola, numa escolha consciente do que vai ser oferecido na merenda escolar.

O sedentarismo infantil também é uma realidade a ser modificada. O computador, jogos de games e em alguns casos o isolamento da criança são fatores contribuintes. As crianças de hoje trocam cada vez mais as brincadeiras de correr e jogar bola por atividades que demandam baixo gasto de calorias.

Para evitar que os filhos tenham toda a vida prejudicada pela obesidade, você, que é mãe, deve incentivar os pequenos a praticar atividades que demandem gasto de energia. Vale colocá-los na natação, na escolinha de futebol. Ou, quem sabe, você mesma não poderia fazer alguma coisa divertida com eles, como andar de bicicleta ou correr na praia? Estimular as atividades físicas escolares, complementando com outras atividades extras. Sempre que possível, reunir a família para caminhadas, passeios de bicicleta, futebol e tudo que possa colaborar para minimizar essa condição e ainda fortalecer as relações familiares de troca e ajuda mútua.

Por Dra. Vera Cuoco
Endocrinologista da Rede D'Or

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quarta-feira, 13 de maio de 2009

Obesidade é doença










A obesidade é uma doença crônica, metabólica e multifatorial séria. Em todo o mundo, transformou-se num grave problema de saúde pública e já não é mais vista como decorrente apenas de gula, de falta de força de vontade, ou distúrbio psicológico. Hoje já sabemos que é uma doença de suscetibilidade genética, com forte influência ambiental, em que diversos mecanismos metabólicos estão alterados, favorecendo um balanço energético positivo e o ganho de peso.

A obesidade pode ter seu início em qualquer etapa da vida, mas costuma agravar-se na adolescência, gravidez e com a menopausa. O grande problema da doença é que ela pode trazer complicações e aumentar o risco para diversas outras patologias. Entre elas estão: diabetes; hipertensão arterial; dislipidemia (alteração das gorduras no sangue); doença coronariana; acidente vascular cerebral; apnéia do sono; deformidades articulares; cálculos de vesícula; aumento de acido úrico e alguns tipos de câncer (vesícula, mama e endométrio-útero).

Além disso, um organismo obeso pode desenvolver distúrbios hormonais que causam problemas sérios como o aumento de insulina e de estrogênio na circulação sanguínea. Com isso, algumas mulheres obesas apresentam menarca (primeira menstruação) precoce, menopausa retardada, ausência de menstruação, pouco fluxo menstrual e até falta de ovulação, gerando problemas de fertilidade.

Para muitas mulheres, a luta contra a balança é realmente uma batalha para a vida toda e demanda mudanças profundas no estilo de vida. Mas estar um pouco acima do peso não significa que você está obesa. Ao procurar um especialista, ele poderá fazer uma avaliação endócrina completa, que inclui o cálculo do IMC (índice de massa corporal), avaliação de história familiar, distribuição de gordura corporal, avaliação laboratorial e caso necessário, ultrassom abdominal. Assim, poderá determinar que tipo de tratamento é mais adequado para o seu caso.

Tenha em mente que, seja qual for o nível de obesidade e a etapa de vida, duas medidas são básicas para controlar o problema:

- Diminuir a ingestão alimentar, seja por dieta restritiva, em alguns casos cirurgias bariátricas, ou ainda medicamentos anorexígenos.

- Aumentar o gasto de energia por meio de exercícios, ou medicamentos calorigênicos e o uso de drogas que diminuam a absorção de gorduras a nível intestinal.

Por Dra. Vera Cuoco
Endocrinologista da Rede D'Or


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terça-feira, 12 de maio de 2009

Síndrome metabólica: cuidado com ela!










Com o aumento do sedentarismo e do consumo de alimentos industrializados ricos em açúcar e gordura, a síndrome metabólica tem se tornado uma condição cada vez mais comum entre as mulheres. Ela se caracteriza por um conjunto de fatores que, reunidos, resultam em aumento de risco para doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral.

Usualmente, relaciona-se a síndrome metabólica à deposição de gordura central e à diminuição da sensibilidade dos tecidos à ação do hormônio insulina (resistência insulínica). As manifestações costumam se iniciar na vida adulta e pioram com o envelhecimento. Aos 50 anos, a incidência é duas vezes maior que aos 30. Os indícios da síndrome são percebidos pelo aumento da circunferência abdominal, da pressão arterial, dos níveis de glicemia, ácido úrico, triglicerídeos, colesterol Ldl (mau colesterol) e redução do colestrol Hdl (bom colesterol).

Muitas vezes, a mulher não percebe as alterações até que surjam complicações, principalmente as cardiovasculares. Mulheres com ovários policísticos, por exemplo, estão sujeitas a desenvolvê-la, mesmo sendo magras.

O risco de mortalidade cardiovascular a que estão expostas pacientes com síndrome metabólica é elevado. Por isso, estar atenta aos fatores de risco é muito importante para saber se você pode estar desenvolvendo essa condição. São eles:

- Aumento da circunferência abdominal: acima de 88 cm em mulheres;
- Distribuição da gordura corporal no centro do corpo, ou relação elevada cintura/ quadril;
- Elevações da pressão arterial, maior ou igual a 130/85 mmHg, ou uso de anti-hipertensivo;
- Glicemia de jejum maior ou igual a 100 mg/dL, com ou sem diabetes;
- Aumento de triglicerídeos maior que 150 mg/dL e colesterol HDL (bom colesterol) menor que 50 mg/dL; e
- Aumento de ácido úrico.

Atenção: se você está com sobrepeso ou obesidade, é sedentária, e possui pelo menos três fatores dos citados acima, procure seu médico para uma avaliação clínica. Dieta adequada e atividade física são as primeiras medidas, para prevenção e controle da sindrome metabólica. Um endocrinilogista poderá fazer seu escore de risco cardiovascular e indicará o tratamento adequado, antes que o problema avance.

Por Dra. Vera Cuoco
Endocrinologista da Rede D'Or


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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Prolapso vaginal

Ainda desconhecido para muitas mulheres, o prolapso vaginal é um problema bastante comum na população acima de 50 anos e que tem sido cada vez mais incidente, com o gradativo aumento da expectativa de vida. Ele é caracterizado pelo deslocamento dos órgãos da cavidade pélvica feminina (útero, ovários, tubas uterinas, além da bexiga e dos grossos canais musculares que formam vagina, reto e uretra) para o canal vaginal, e acontece por conta do enfraquecimento dos músculos e ligamentos que sustentam essa região.

Além da “queda” dos órgãos em direção ao canal vaginal, chegando em alguns casos mais graves à sua exposição externa, mulheres com prolapso vaginal podem apresentar várias formas de disfunções na bexiga, como retenção urinária, urgência, ou aumento da frequência e ainda incontinência urinária de esforço.

Existem diversas condições associadas a um risco maior de surgirem problemas nos tecidos que sustentam o útero. As causas mais comuns são a cirurgia de retirada do útero, cirurgias abdominais ou vaginais, múltiplos partos normais e até mesmo a menopausa. Nessa época, ocorre a diminuição do estrogênio, hormônio feminino que contribui para a tonificação dos músculos. Na verdade, a perda do tônus muscular e o relaxamento dos músculos são normais e também estão associados ao envelhecimento, os problemas surgem quando essa flacidez é exagerada.

Ainda há outros fatores que podem ocasionar a alteração, como a tosse excessiva causada por problemas no pulmão, em casos de bronquite crônica ou asma. Já a obesidade pode exercer uma tensão adicional nos músculos de sustentação da pelve e a prisão de ventre e o esforço associado a ela, podem causar fraqueza. As grandes fibroses uterinas também contribuem para a tensão muscular e a descida também pode ser causada por um tumor pélvico, ainda que tal fato seja raro.

Hoje ainda não há meios de prevenção, mas o problema pode ser diagnosticado e facilmente revertido, sem provocar maiores sequelas à saúde da mulher. O tratamento é feito por meio de cirurgia, que reforça os músculos e ligamentos, devolvendo a antiga sustentação aos órgãos. Mas é importante que o médico avalie cuidadosamente cada paciente para determinar qual segmento (ou segmentos) são atingidos pelo prolapso, como também avaliar o grau de comprometimento do suporte da cúpula vaginal.


Por Dr. Humberto Tindó
Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Quinta D'Or

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quinta-feira, 7 de maio de 2009

Exames da mulher










Para manter o bem-estar durante toda a vida, a mulher tem um grande aliado: seu médico ginecologista. A partir da primeira menstruação, o ideal é freqüentar regularmente o consultório do especialista. Ele vai poder indicar quais e quando realizar os exames de rotina que não só monitoram a saúde como podem diagnosticar precocemente doenças como o câncer de mama e de colo de útero. Além de prevenir doenças, os exames adequados para cada idade são essenciais para esclarecer todas as dúvidas, melhorando a qualidade de vida das mulheres.

Exame pélvico e das mamas:

Na consulta regular, o médico observa visualmente o colo do útero, com toque e palpação dos órgãos reprodutores e das mamas, procurando por doenças e infecções, corrimentos anormais, nódulos e outros problemas. Toda mulher com mais de 20 anos e com vida sexual ativa, deve realizá-los pelo menos uma vez ao ano.

Mamografia:

Principal forma de detecção precoce do câncer de mama, a mamografia (espécie de raios-X das mamas e de parte das axilas), é o único capaz de diagnosticar lesões pequenas, mesmo quando essas ainda não são palpáveis. Atualmente, a mamografia já é capaz de identificar lesões menores do que um centímetro, o que amplia enormemente a possibilidade de cura do câncer de mama. Deve ser realizada a partir dos 35 anos, a cada 3 anos e anualmente, a partir de 40 anos, com maior ênfase para o grupo entre 50 e 69 anos, faixa etária em que a doença tem maior prevalência. Mulheres com parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) que tiveram câncer de mama antes da menopausa, que ficaram menstruadas muito cedo, não tiveram filhos, cuja primeira gestação ocorreu depois dos 30 anos, ou menopausa iniciou-se tardiamente, são consideradas grupo de risco e devem manter um acompanhamento mais constante.

Papanicolau:

O famoso Papanicolau é o exame preventivo que pode identificar a doença. Ele deve ser feito pelo menos uma vez por ano, a partir dos 18 anos (ou da primeira relação sexual) e até os 65 anos, em média. O exame identifica as células do colo do útero alteradas pelo HPV, ou vírus do papiloma humano, que podem se transformar em lesões e, consequentemente, em câncer.

Colposcopia:

É a observação visual da vulva, da vagina e do colo do útero com o colposcópio, aparelho que ilumina a região e amplia de dez a 40 vezes a imagem, feito no consultório do médico. Sua função é detectar as lesões que correspondem às alterações porventura encontradas na colpocitologia (Papanicolau) e biopsiá-las.

Outros exames:

Alguns exames que saem do escopo ginecológico também são muito importantes no monitoramento da saúde da mulher como um todo. Converse com o seu ginecologista sobre a necessidade de realizá-los:

Colesterol e triglicérides - Exame de sangue indicado, especialmente, para mulheres acima de 35 anos, com destaque para as fumantes, hipertensas, com histórico familiar de colesterol elevado, ou obesidade. Sua função é prevenir doenças do sistema cardiovascular.

Glicemia de jejum - Exame de sangue solicitado pelo médico para avaliar possíveis distúrbios ligados à produção de insulina e ao diabetes. Deve ser feito regularmente por mulheres acima dos 35 anos, especialmente aquelas com casos de diabetes na família.

Eletrocardiograma - Este exame pode ser indicado pelo médico para analisar tanto a frequência cardíaca em descanso, como em movimento. O eletrocardiograma de repouso avalia problemas com o batimento cardíaco e o de esforço, o potencial do sistema cardíaco em aceleração causada por esforço físico. Em geral, são solicitados às mulheres acima de 35 anos, que sejam sedentárias, ou que estejam iniciando condicionamento físico
.

Por Dr. Humberto Tindó
Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Quinta D'Or

Palestras gratuitas em homenagem ao Dia das Mães














Olá, queridas leitoras do Espaço Saúde da Mulher,

Gostaria de convidá-las para o encontro anual em homenagem ao Dias das Mães, realizado pelo Centro de Fertilidade da Rede D'Or, no próximo sábado, dia 9 de maio, das 10h às 12h. Vamos oferecer duas palestras muito especiais, principalmente para quem está aguardando a tão esperada chegada do bebê, ou encontra alguma dificuldade em engravidar.!

Este ano o Centro de Fertilidade convidou uma especialista para falar sobre o congelamento do sangue de cordão umbilical, assunto que interessa e muito às futuras mamães. Além disso, em minha palestra vou esclarecer as dúvidas a respeito de fatores que levam à infertilidade, como aumentar suas chances de gravidez e a partir de quando um casal deve se preocupar com o assunto.

E mais: todos os participantes receberão, gratuitamente, uma entrevista com avaliação e aconselhamento sobre fertilidade, a ser agendada durante o evento.

O Dia das (Futuras) Mamães acontece no próximo 9 de maio (sábado), de 10h a 12h, no Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro. Endereço: Av. Ayrton Senna, 2541 - Barra da Tijuca - Rio de Janeiro


O evento é gratuito e aberto a todos os interessados, bastando se inscrever na página da Rede D’Or: www.rededor.com.br (no link “Cursos e Palestras”) ou pelo telefone: 21 2430.3600.

Convide os amigos! Esperamos você lá!

Palestras:

“Prevenção, diagnóstico e tratamento da infertilidade conjugal” - Às 10h
Dra. Maria Cecília Erthal, diretora-médica do Centro de Fertilidade da Rede D’Or, esclarece as dúvidas a respeito de fatores que levam à infertilidade, como aumentar suas chances de gravidez e a partir de quando um casal deve se preocupar com o assunto.

“Célula-tronco adulta e congelamento do sangue de cordão umbilical” - Às 11h
Dra. Maria Helena Nicola, PhD em Ciências Morfológicas e coordenadora de Pesquisa & Desenvolvimento da Cryopraxis – Criobiologia, fala sobre usos atuais e futuros das células-tronco e de como o congelamento de sangue de cordão umbilical pode ser vantajoso.


Por Dra. Maria Cecília Erthal
Diretora-médica do Centro de Fertilidade da Rede D'Or

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Prazer sexual feminino











Já faz algum tempo que o sexo deixou de ser encarado apenas como uma forma de reprodução para as mulheres, tornando-se parte cada vez mais importante para seu bem-estar. Mas mesmo com toda a informação disponível, o prazer sexual feminino ainda é um assunto que provoca muitas dúvidas e percebo que várias pacientes se perguntam se o que sentem é normal. E pior: se culpam por não ter orgasmos com a frequência que gostariam.

De uma forma geral, o prazer sexual pode ser encarado como sinônimo de saúde. Ele costuma ser associado ao orgasmo, mas é importante lembrar que nem sempre para se obter prazer é necessário atingi-lo. Por isso, as mulheres devem ter em mente que o prazer é o contato íntimo, que abrange a relação como um todo, incluindo as preliminares e a intimidade com o parceiro.

Porém, como o orgasmo é uma manifestação física de prazer, a preocupação por não conseguir alcançá-lo é normal. Na maior parte das vezes, as causas de não atingir o orgasmo são de fundo emocional, podendo ter a ver, entre outros motivos, com o cansaço, o stress, a falta de intimidade com o parceiro e a ansiedade. Além disso, fatores externos também podem atrapalhar no momento de se atingir o clímax, como o consumo de drogas e bebidas, o local não apropriado e a pressa. Para evitar que esses problemas aconteçam, é importante manter um diálogo aberto com o parceiro, para deixar bem claro o que você gosta ou não durante as relações sexuais. Procurar conhecer o próprio corpo, se tocando e vendo as formas de carinho mais prazerosas, é outra medida que pode ajudar bastante as mulheres a aumentar o prazer que sentem durante as relações sexuais.

Ter muita dificuldade para atingir o orgasmo ou não sentir prazer algum, no entanto, não é normal. Fungos (cândida), doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e irritação da mucosa vaginal podem ser apontadas como algumas das razões para a dificuldade em se ter prazer sexual. Outro motivo pode ser a disfunção hormonal, que entre outras alterações, diminui a lubrificação vaginal e interfere na libido da mulher. As alterações nos níveis hormonais costumam atingir principalmente as que já chegaram à menopausa, mas podem acontecer com mulheres de todas as idades.

Por essas razões, é importante estar atenta para o fato de sentir ou não prazer no ato sexual e, se for o caso, procurar um especialista para auxiliá-la a descobrir a razão do problema. O profissional mais indicado para tratar das dificuldades físicas é o ginecologista, enquanto o psicólogo é o especialista que você deve procurar caso ache que a dificuldade em obter prazer sexual pode ter fundo emocional.

Por Dr. Humberto Tindó
Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Quinta D'Or

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terça-feira, 5 de maio de 2009

Métodos anticoncepcionais












Uma das perguntas que os ginecologistas mais ouvem nos consultórios é qual o contraceptivo mais adequado. A verdade é que cada método tem suas vantagens e desvantagens e alguns funcionam melhor do que outros para prevenir a gravidez. Além disso, é preciso ter em mente que todos têm suas limitações. Na escolha de qual adotar, é importante levar em conta diversos fatores, como a frequência das relações sexuais, a saúde geral da mulher e os possíveis efeitos colaterais de cada um. Não se pode esquecer, porém, que nem todo método anticoncepcional evita doenças sexualmente transmissíveis e, portanto, o uso da camisinha (masculina e feminina) é sempre recomendado.

Mas conhecer as opções disponíveis é fundamental para orientar-se nessa escolha. Os métodos contraceptivos dividem-se em 5 grupos: hormonais, de barreira, dispositivos intra-uterinos (DIU), cirúrgicos e comportamentais.

Métodos hormonais

A pílula anticoncepcional consiste na ingestão diária de hormônios, enganando o organismo, como se a mulher estivesse grávida. Assim, os ovários não produzem óvulos e a mulher não engravida. Existem diversos tipos de pílulas e apenas o médico pode receitar a mais indicada para cada caso. As mais comuns são:

Pílula diária:

Combinam os hormônios estrogênio e progesterona. Toma-se uma por dia, a partir do quinto dia de menstruação. Ao terminar a cartela, há uma pausa de uma semana, quando se deve iniciar nova cartela. Existem também pílulas de baixa dosagem, ou micro pílulas. Estas podem ser tomadas por lactantes e devem ser ingeridas todos os dias, sem interrupção. As desvantagens desses medicamentos vão desde efeitos colaterais como enjôo, inchaço, dor e sensibilidade nos seios, dor de cabeça, entre outros. Fumantes, e mulheres com problemas cardíacos, hipertensão, enxaqueca, derrame, ou outras doenças não devem usar pílulas. Além disso, caso haja falha na ingestão, o famoso esquecimento da pílula, a mulher corre risco de engravidar.

Anticoncepção de emergência:

Também conhecida como pílula do dia seguinte, é uma opção válida, mas que deve ser utilizada apenas, como o nome diz, em casos de emergência. É um medicamento hormonal oral que deve ser tomado até 72 horas após a relação sexual desprotegida. Se tomada em até 24 horas, o índice de falha é de apenas 5%. Já entre 49 e 72 horas, o índice chega a 42%. A pílula não tem efeito caso a mulher já esteja grávida. O medicamento pode causar diversos efeitos colaterais e não deve ser usado como método regular.

Injeção anticoncepcionais:

São injeções de hormônios que duram de um a três meses e devem ser receitadas diretamente pelo médico. Tem alta eficácia e a mesma função da pílula diária, mas nesse caso não há o risco de esquecer-se de tomar o medicamento e é também indicada para mulheres que não podem tomar a pílula via oral. Também pode apresentar efeitos colaterais como dor de cabeça, ganho de peso e sangramentos.

Anel vaginal:

Anel contendo hormônios que é inserido pela própria mulher na vagina no início do ciclo menstrual. Permanece no corpo por três semanas, impedindo a ovulação como uma pílula diária. As vantagens são a absorção direta dos hormônios pela circulação e a não possibilidade de esquecimento da pílula, muito comum no uso da pílula diária. Após os 21 dias de uso, há uma pausa de sete dias e outro anel deve ser inserido.

Adesivo anticoncepcional:

Contém os mesmos hormônios das pílulas comuns, mas em forma de adesivo. Cada adesivo permanece na pele por uma semana e deve ser trocado por outro. Isso se mantém por três semanas e depois há uma pausa. Como no anel vaginal, vantagem é que a mulher não corre o risco de esquecer-se de tomar a pílula e os hormônios são absorvidos pela circulação. A eficácia é a mesma.

Implante hormonal:

Microbastão de hormônio que é colocado embaixo da pele, com anestesia local, e inibe a ovulação por até três anos. Assim como os métodos anteriores, a eficácia é alta e os hormônios são absorvidos diretamente pela circulação.

Métodos de Barreira

Camisinha masculina:

Método mais utilizado e popular que existe, a camisinha barra os espermatozóides logo após a ejaculação. Além de barata e eficiente, protege contra as doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a AIDS. Em geral é feita de látex e a maioria das pessoas não encontra problemas em usá-la. Deve ser colocada no pênis ereto e, na ponta, deixado um espaço vazio e sem ar, para que ali fique o esperma. Caso contrário, a camisinha pode estourar ou o esperma subir até a base do pênis. Quando bem colocada, sua eficácia em evitar a gravidez chega a 96%.

Camisinha feminina:

É feita em poliuretano, no formato de um saco, com dois anéis flexíveis em cada extremidade, sendo uma delas fechada. Parece complicado, mas a camisinha feminina é simples. Um dos anéis facilita a colocação e o outro segura a camisinha, além de proteger os pequenos e grandes lábios. Também evita DSTs, como a masculina e sua eficácia contra a gravidez é de 97%.

Diafragma:

Em formato de concha, o diafragma é um dispositivo feito de látex ou silicone, que a mulher insere na vagina, cobrindo o colo do útero e impedindo a entrada de espermatozóides. Deve ser utilizado com uma pomada espermicida, garantindo maior eficácia. O ideal é que seja indicado por um médico, pois sua escolha depende do tamanho do colo uterino. Os cuidados com a limpeza e o armazenamento são muito importantes para não causar infecções. É recomendado que se insira o diafragma de 15 a 30 minutos antes da relação sexual e retirado de seis a oito horas após a penetração. Sua eficácia fica em torno de 80%.

Dispositivo Intra-Uterino (DIU):

Os DIUs são dispositivos de plástico recobertos de cobre, inseridos na cavidade uterina pelo ginecologista. Eles evitam a fecundação, pois impedem que o espermatozóide alcance os óvulos, dificultando sua locomoção dentro do útero. Hoje, inclusive, já existem métodos que contém hormônios combinados ao dispositivo. Os DIUs mais modernos podem ficar no corpo da mulher por até 10 anos, mas para isso é preciso que ela faça um controle periódico com seu médico. O DIU é geralmente recomendado para mulheres que já têm filhos e que só desejam engravidar em alguns anos. Em alguns casos, ele pode apresentar desvantagens como dores abdominais, sangramentos, além de não ser recomendado para mulheres com cólicas fortes, hemorragias, alergia ao material e doenças como miomas ou anomalia intra-uterina. Em compensação é um método muito eficiente e garante contracepção em até 99% dos casos.

Métodos definitivos

Ligadura de trompas:

A laqueadura tubária é a esterilização da mulher. É um método cirúrgico, logo exige internação e anestesia geral ou regional, que consiste na ligadura ou corte das trompas de forma definitiva, impedindo que os óvulos alcancem o útero e, assim, haja o encontro e com os espermatozóides e, conseqüente implantação do embrião. Assim, a decisão de recorrer a esse método deve ser muito bem analisada levando em conta idade, a constituição da prole e o desejo de nunca mais ter mais filhos.

Vasectomia:

A esterilização do homem também não deixa de ser um método contraceptivo para a mulher. Consiste no corte do tubo que leva os espermatozóides dos testículos até as glândulas que fabricam o esperma, garantindo uma ejaculação normal, mas sem presença dos gametas masculinos. Assim como a laqueadura, a decisão de optar pela vasectomia deve ser muito bem pensada, pois é uma intervenção definitiva.

Métodos comportamentais

Tabelinha:

O método procura prever quando ocorre a ovulação da mulher e, assim, calcular o início e o fim do período fértil. Antes de tudo, a mulher deve analisar pelo menos os últimos seis ciclos menstruais para saber se este é regulado e quanto tempo dura. Teoricamente, a mulher é fértil no meio do seu ciclo. Ou seja, se ele dura 28 dias, a fertilidade máxima seria entre o 12° e o 16º dia, contando o primeiro dia da menstruação como 1º. Nesse período, é preciso abster-se de relações sexuais, ou optar por métodos de barreira como preservativos e diafragma. Mas lembre-se, a tabelinha é arriscada e só funciona para mulheres com ciclo menstrual regular.

Temperatura:

Quando a mulher ovula, sua temperatura corporal aumenta entre 0,3 e 0,8°C, pela ação hormonal. O método consiste em medir a temperatura oral, durante cinco minutos, pela manhã, após pelo menos cinco horas de sono, sem ter feito nenhum esforço e antes de comer. A mulher deve anotar os resultados durante pelo menos dois ciclos menstruais, desde o primeiro dia da menstruação até o período em que a temperatura se elevar por três dias consecutivos. Depois de estabelecer um padrão, ela poderá determinar o período fértil e evitar relações sexuais nesses dias. A desvantagem é que se por algum motivo, como doenças diversas, a temperatura for alterada, o método não é válido.

Muco ou Billings:

A mulher observa diariamente o muco vaginal, atentando para a quantidade de umidade e sua viscosidade e detectando se está ou não em seu período fértil. O muco surge cerca de três dias após a menstruação e, antes da ovulação, fica mais espesso e grudento. Quando percebe essa alteração, deve permanecer pelo menos quatro dias sem manter relações sexuais. É um método muito arriscado, porque depende da interpretação da mulher. E, geral, é usado pelos casais que querem engravidar, já que determina o período em que a mulher estaria ovulando.

Coito interrompido:

O coito interrompido é a tentativa de não haver a ejaculação dentro da vagina da mulher. O método é bastante falho porque antes mesmo do homem sentir que está na iminência de ejacular e retirar o pênis, já há a liberação de líquido que contém espermatozóides suficientes para fecundar o óvulo.


Por Dr. Humberto Tindó
Coordenador do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Quinta D'Or


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