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quinta-feira, 28 de maio de 2009

A preservação da fertilidade feminina












Muitas mulheres acalentam o sonho de ter filhos. Algumas, desde pequenas, já imaginam como será a experiência de ser mãe. A questão é que a vida é cheia de surpresas e, às vezes, toma um rumo que leva a pessoa para outros caminhos; um pouco afastados do sonho de ser mãe. Seja uma vida atribulada, seja porque a mulher ainda não encontrou o parceiro ideal, ou, ainda, por conta de alguma doença grave, os anos passam e algumas mulheres acabam não conseguindo realizar o sonho de ser mãe.

Mas o grande trunfo é que, para essas mulheres cuja vontade de ser mãe prevalece, a preservação da fertilidade já é uma realidade e permite que, apesar dos contratempos, ela ainda possa alcançar o objetivo da maternidade.

Chamamos de preservação da fertilidade feminina o conjunto de métodos que podem ajudar quando a mulher teve o seu potencial fértil diminuído. Por exemplo, a partir dos 30, as chances de engravidar decrescem gradativamente. Já a partir dos 40 a taxa de fertilidade começa a cair vertiginosamente, chegando a ser de apenas 1% aos 45. Passando da casa dos 40, as chances de se ter um bebê com problemas genéticos também são maiores.

Mas isso não é motivo para desesperar-se: as técnicas de fertilização assistida são grandes aliadas para as mamães que já atingiram a maturidade. Inúmeras são as possibilidades. O primeiro passo é buscar um especialista, para que, junto com ele, a mulher possa decidir qual o tratamento mais adequado.

Existem técnicas de baixa complexidade, como o estímulo da ovulação, a relação sexual programada e a inseminação de espermatozóides dentro do útero. E ainda as de maior complexidade, quando a inseminação é feita fora do organismo feminino. É o caso da fertilização in vitro, em que óvulos e espermatozóides são colhidos, e a fecundação ocorre em laboratório. Há também outra técnica ainda mais moderna, conhecida como injeção intra-citoplasmática de espermatozóides, na qual um espermatozóide é introduzido diretamente dentro do óvulo por meio de uma agulha extremamente fina. Em alguns casos é necessário recorrer à doação de óvulos, mas somente um especialista poderá orientar a mulher, mediante um estudo aprofundado do caso.

Outra situação que pode comprometer o potencial fértil feminino é o aparecimento de doenças, como, por exemplo, o câncer, cujo tratamento extremamente invasivo pode trazer dificuldades para a mulher engravidar. A quimioterapia e a radioterapia ainda têm um efeito deletério sobre o aparelho reprodutor, podendo acarretar uma infertilidade transitória ou permanente.

Nestes casos, já é possível prevenir-se com práticas como o congelamento de óvulos, tecido ovariano, ou até mesmo de embriões, para utilizá-los no momento ideal para o casal, quando puder e quiser engravidar. Existe uma preocupação cada vez maior em orientar a preservação da fertilidade antes de se iniciar o tratamento para o câncer. Preservar a fertilidade significa guardar os gametas (óvulos e espermatozóides) congelados para uso futuro. O congelamento é feito preferencialmente antes da paciente se submeter ao tratamento.

No caso de câncer, as técnicas para preservar a fertilidade feminina podem ser feitas tanto em mulheres adultas quanto em crianças, das quais também é possível congelar o tecido ovariano, que permite o congelamento de vários óvulos num estágio imaturo. No momento do descongelamento, eles deverão ser amadurecidos em laboratório e depois implantados no útero feminino.

Agora que você já sabe que é possível preservar sua fertilidade, o primeiro passo é buscar um especialista, que irá orientá-la a respeito dos métodos possíveis. Além disso, é importante ter em mente que todos eles são uma alternativa real e possível para a realização do sonho de ser mãe.

Por Dra Maria Cecília Erthal
Diretora-médica do Centro de Fertilidade da Rede D'Or

Clique no ícone e ouça a Dra. Maria Cecília Erthal falando sobre preservação da fertilidade




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