Sobre o que você quer saber?







sexta-feira, 27 de março de 2009

Depoimento de uma paciente tratada com ExAblate

Gostaria de dividir com vocês o depoimento que recebemos de uma paciente atendida no Centro de Diagnóstico e Tratamento de Miomas. Acredito que a experiência da Cristiane Angélico pode ser útil para outras mulheres que sofrem com miomas e ainda não conhecem todas as opções já estão disponíveis hoje.

"Procurei um ginecologista em março de 2007, em Rondonópolis, Mato Grosso, para uma consulta de rotina, e também principalmente devido ao aumento do meu fluxo menstrual. Foi aí que descobri que possuía um mioma uterino. Inicialmente, a idéia foi até de uma histerectomia, mas o médico não recomendou. Foi colocado um DIU como tentativa de conter o sangramento. No princípio, deu resultado, mas com o tempo o sangramento voltou, mesmo com o DIU. O desconforto era durante todo o mês, eu sangrava diariamente. Em uma última consulta, com outro ginecologista em Brasília, fui indicada para histerectomia. No desespero, havia agendado a cirurgia para o dia 13 de março de 2008 e já tinha todos os exames pré-operatórios prontos. Apesar de não pretender engravidar mais, eu e meu marido ficamos muito assustados e passamos a procurar na internet se não havia um tratamento para miomas.

Foi aí que descobrimos que no Rio de Janeiro existia um tratamento específico para mioma uterino, o ExAblate. Ligamos para obter mais informações e fomos muito bem instruídos. Fomos até o Rio, fiz a ressonância magnética do útero, que era o exame necessário e retirei o DIU para aí podermos fazer o tratamento.

Durante o procedimento, no dia 24 de março de 2008, praticamente não tive dor, apenas um pequeno desconforto. Apesar de ter útero retrovertido e uma cicatriz de cesárea, foi feita uma manobra para que fosse possível o procedimento. Durou aproximadamente quatro horas, com monitoramento de dois médicos anestesistas. Após o procedimento, fui almoçar, estava super bem. À noite, fomos caminhar na beira da praia e tomar água de coco. É muito tranquilo o procedimento e o pós-operatório. Na realidade, não existe pós-operatório, porque eu fiz o procedimento numa segunda-feira e na quinta-feira já estava em meu consultório odontológico em Brasília, trabalhando.

Hoje, dia 17 de maio de 2008, tenho minha vida normal. O ciclo menstrual é regular e adeus sangramento. Voltei a ter qualidade de vida!"

Por Dra. Fernanda Chagas
Radiologista do Centro de Diagnóstico e Tratamento de Miomas da Rede D'Or
www.rededor.com.br/cdtm

quarta-feira, 25 de março de 2009

Você não precisa sofrer de TPM

Engana-se redondamente quem acha que TPM é frescura. Tensão Pré Menstrual é um problema muito sério, que para muitas mulheres dá a sensação real de que o mundo vai acabar. Trata-se de um mal que acomete entre 75 a 80% das mulheres, das quais 8% manifestam acentuados sintomas físicos e comportamentais, como mudança de apetite, cólicas, dor de cabeça, inchaço, insônia, ansiedade, depressão e raiva.

A Medicina ainda não sabe com certeza o que causa a TPM, apenas que ela está ligada à ovulação, e que deve ser disparada pela produção de hormônios sexuais durante o ciclo menstrual. Por se tratar de uma síndrome, com sintomas que variam muito de intensidade, não existem tratamentos específicos. Cada caso deve ser avaliado individualmente.

Quando a TPM é caracterizada por dores e incômodos acentuados ela é chamada Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM), para o qual, com certeza, seu médico irá ajudá-la a encontrar uma forma (seja por tratamento ou mudanças de hábitos) de amenizar o incômodo.

A TPM também mexe com o temperamento e os conhecidos “humores” das mulheres. Fato é que elas ficam mais sensíveis nesta época. Situações comuns no dia-a-dia tendem a afetá-las emocionalmente com mais intensidade. A disposição também não é a mesma; muitas têm uma sensação de fadiga acentuada. Esses sintomas fazem com que haja diminuição nos interesses pelas atividades de costume, e até mesmo as relações interpessoais podem sofre alterações. O humor e a auto-estima oscilam constantemente neste período, acredita-se, graças às alterações hormonais que acontecem às vésperas do ciclo feminino chegar ao fim.

Algumas dicas simples para o dia-a-dia podem ajudar e muito! Mudanças na alimentação, com a diminuição do consumo de gordura, sal, açúcar e cafeína e a introdução de alimentos ricos em cálcio, além da redução da ingestão de álcool e a prática de exercícios regulares, são armas valiosas para combater a TPM.

Fique atenta: caso você leve uma vida saudável e mesmo assim a TPM comprometa a sua rotina, é sinal de que precisa de cuidados médicos. Procure um especialista, e leve anotado todos os seus sintomas, pois ele poderá lhe orientar a como melhor combatê-la.


Por Dr. Humberto Tindó
Coordenador do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Quinta D'Or

Clique no ícone e ouça o Dr. Humberto Tindó falando sobre TPM



Saiba como tratar o corrimento vaginal de forma adequada

O corrimento vaginal é uma secreção natural do organismo feminino, que pode variar em quantidade, de acordo com o ciclo menstrual. Ele nada mais é do que material de algumas glândulas do aparelho reprodutor feminino, junto com a descamação de células e bactérias da flora vaginal. Um processo natural do corpo, muito comum nos anos em que a mulher está apta para a reprodução.

Algumas vezes, esse fluxo vaginal pode sofrer alterações e ter seu volume aumentado, devido a outros fatores, tornando-se incômodo, constrangedor e, principalmente, um sinal de que alguma coisa na saúde não vai bem e precisa ser cuidada. Essas alterações podem não se limitar à intensidade do fluxo, sendo muitas vezes acompanhadas de odor desagradável, coceiras, ardor ou vontade aumentada de urinar. Quando o corrimento vaginal apresenta alguma dessas modificações, ele é chamado de leucorréia, vaginite ou vulvovaginite, e representa uma das causas mais freqüentes de consultas ao ginecologista.

Os motivos mais comuns da vaginite são as infecções vaginais, infecções de colo de útero e as doenças sexualmente transmissíveis. Doenças como candidíase, tricomoníase, bactérias, herpes, câncer e sífilis, além do uso de roupas sintéticas, amaciantes, papel higiênico e sabonetes perfumados podem estar ligados ao surgimento da doença, por provocarem a inflamação ou contaminação da flora vaginal. Também mudanças hormonais e até mesmo a gravidez podem ser causas de corrimento.

Por isso, o tratamento certo para o corrimento vaginal varia de acordo com cada caso. A princípio, o diagnóstico é iniciado com a avaliação do histórico sexual e dos hábitos da mulher. Depois, seguem-se exames ginecológicos (Papanicolau, laboratoriais, etc), para que o médico possa identificar de fato o que está acontecendo e o distúrbio possa ser tratado adequadamente. Em algumas situações, o tratamento do parceiro também é indicado, para evitar a possibilidade de reinfecção. Às vezes, uma simples mudança de hábitos é a solução, como a troca de algum sabonete e até mesmo absorventes, pois algumas substâncias químicas encontradas nessas substâncias podem causar irritação e desconforto.

Durante a infância, é frequente a incidência de vaginites inespecíficas, geradas por uma higiene inadequada e pela maneira incorreta de realizar a higiene após evacuar. Já na menopausa
, assim como na gravidez, a alteração hormonal deixa a mulher mais suscetível a agressões externas e propensa às vaginites.

No sinal de qualquer uma dessas alterações, a mulher deve procurar imediatamente seu ginecologista, para que a causa do problema seja diagnosticada, tratada e as conseqüências reduzidas. Outra dica importante é sempre estar atento às medidas de profilaxia, ou seja, que previnem as patologias, como o uso de preservativos, higiene adequada e exames ginecológicos com a frequencia recomendada pelo médico.


Por Dr. Humberto Tindó
Coordenador de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Quinta D'Or


Clique no ícone e ouça o Dr. Humberto Tindó falando sobre corrimento vaginal



segunda-feira, 23 de março de 2009

O inchaço pré-menstrual não precisa atrapalhar a sua vida

Você tem a desagradável sensação de que vai explodir sempre que a menstruação se aproxima, com a impressão de estar toda inchada e de que nada mais no guarda-roupa lhe cabe? Se a sua resposta foi sim, não se preocupe: o inchaço pré-menstrual atinge todas as mulheres e é um efeito normal das alterações hormonais pelas quais o corpo feminino passa durante o período.

Essas alterações interferem na produção de algumas substâncias importantes, entre elas, a aldosterona, cuja função é regular a quantidade de sal no organismo. No período pré-menstrual, a produção dessa substância diminui, e o resultado é a retenção de água pelo corpo, fazendo com que a mulher urine menos do que deveria. O resultado é barriga e seios inchados, roupas apertadas e dificuldade para fechar as mãos, entre outros sintomas que atingem todo o corpo.

O incômodo provocado pelo inchaço, no entanto, não afeta todas as mulheres com a mesma intensidade. Então, não se preocupe se você sofre mais com isso do que sua irmã ou sua amiga, pois a retenção hídrica depende de fatores hormonais e individuais, que variam de pessoa para pessoa. Além disso, esses fatores podem mudar também de um mês para outro, razão pela qual você pode se sentir mais inchada este mês, enquanto, no mês passado, não notou nenhuma mudança.

Mas é importante ficar atenta para o caso de o inchaço ser muito forte ou localizado. Nesses casos, pode ter outras causas e representar um sinal para o diagnóstico de várias doenças envolvendo órgãos importantes. Se o inchaço atingir, por exemplo, só os membros inferiores ou mesmo só uma perna, a causa pode ser um problema circulatório. Já se ele atingir mais a parte de cima do corpo, a causa pode envolver órgãos como o coração, rins e fígado. Nesses casos, é importante consultar um médico para que ele possa analisar o que está acontecendo.

Confira algumas dicas para prevenir e amenizar a sensação de inchaço durante o período pré-menstrual

- Uma das medidas mais eficazes para aumentar a circulação linfática e diminuir a intensidade do inchaço é praticar exercícios físicos, de qualquer tipo, por pelo menos meia hora por dia.

- Diminua a ingestão de sal na hora das refeições, para não intensificar ainda mais a retenção de líquidos, e evitar também carboidratos e doces. Dê preferência a alimentos diuréticos, como alface, agrião e morango, além de beber bastante água, para ajudar no bom funcionamento dos rins.

- O velho hábito de deitar no chão ou na cama com as pernas para o alto, apoiadas na parede durante cerca de dez minutos, também pode ajudar muito. Aliás, para melhorar a circulação sanguínea, experimente dormir todas as noites com os pés ligeiramente elevados (cerca de 15cm).

- Outro grande aliado das mulheres no período pré-menstrual são as massagens, principalmente a drenagem linfática, que favorece a circulação sanguínea e linfática e proporciona alívio quase imediato. Nas massagens caseiras, é importante prestar atenção no movimento, que deve ser sempre dos pés para os joelhos.

- Se nenhuma dessas medidas adiantar, convém procurar um médico. Ele pode avaliar a prescrição de um diurético, ou outra solução, em casos mais graves.


Por Dr. Humberto Tindó
Coordenador de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Quinta D'Or


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quinta-feira, 19 de março de 2009

Menopausa não é doença, mas pode ser tratada!

A menopausa é um processo natural do organismo feminino. O assunto é uma das maiores preocupações das mulheres com mais de 40 anos, que, a cada ano, estão mais perto deste processo. Mesmo sendo um estágio normal da vida da mulher, o climatério assusta, não só pelos preconceitos de uma sociedade que supervaloriza a juventude, principalmente a das mulheres, e por alguns mitos e mal-entendidos, mas especialmente pelos sintomas que costumam acompanhá-lo.

Levando em conta os fatores biológicos, o ser humano preza e tem comprometimento com a perpetuação de sua espécie. Neste sentido, a fertilidade é tida – fisiologicamente, historicamente e ainda culturalmente – como um dos mais fortes símbolos da feminilidade. Por isso, ao deparar-se com a chegada da menopausa, muitas mulheres ficam um pouco abaladas sentimentalmente, achando que, de certa forma, perderão parte de seu papel na sociedade.


Mas, é importante entender o que acontece com o corpo da mulher que começa a entrar na menopausa, que muito longe do que dizem, nada tem a ver com a idade em que se inicia o ciclo menstrual. A partir dos 40 anos, os ovários têm uma diminuição importante dos folículos que poderão se transformar em óvulos e vão diminuindo a produção dos hormônios básicos da mulher: o estrogênio e a progesterona. Menopausa é o nome que se dá à última menstruação que a mulher tem em sua vida (assim como menarca é o nome da 1ª menstruação) e, acontece quando a mulher pára de menstruar por completo, geralmente entre os 45 e 55 anos. Porém, até ela cessar completamente, é comum que os ciclos fiquem bastante irregulares, com alterações no fluxo e na frequência das menstruações.

O estrogênio é o hormônio principal da mulher, cuja produção começa ainda na adolescência, quando é responsável pelos sinais sexuais. É a falta dele que causa as ondas de calor em cerca de 75 a 80 % das mulheres. Além disso, a sua ausência provoca o ressecamento vaginal, que pode gerar dores e incômodos na hora do ato sexual e, consequentemente, a diminuição do desejo sexual. Muitas mulheres observam, ainda, certa diminuição do brilho da pele e aumento da gordura abdominal; essas duas modificações também são resultado da menor taxa deste composto no organismo.

O estrogênio também é relacionado ao equilíbrio entre as gorduras no sangue, ldl-colesterol e hdl-colesterol. Estudos afirmam que mulheres na menopausa têm mais risco de sofrerem ataques cardíacos ou doenças cardiovasculares. Sem falar que a falta deste hormônio pode causar depressão, irritabilidade e até mesmo aumentar as chances da mulher sofrer de Alzheimer. Por último, é na menopausa que a mulher começa a sofrer de osteoporose, já que o estrogênio desempenha o papel de fixar o cálcio nos ossos.

Para amenizar os sintomas da menopausa, o recomendável é que se tenha uma vida saudável, com alimentação balanceada e atividades físicas frequentes. Já para diminuir os incômodos, evitar e controlar doenças consequentes, o tratamento a ser feito é a reposição hormonal, que pode ser administrado por via oral, via transdérmica (um adesivo colocado na superfície da pele ou em cremes e soluções aerosol), vaginal ou injetável. O tratamento subcutâneo também pode ser uma opção eficiente de tratamento. Ele consiste na aplicação de implantes com o material para reposição embaixo da pele, com duração de 6 meses.

Como a reposição hormonal é um assunto polêmico, o ideal é que a mulher procure um especialista para, juntos, avaliarem o seu caso e o tratamento mais indicado. Sobre os efeitos colaterais que ele pode gerar, com certeza serão mais brandos do que os problemas da própria menopausa. Além disso, o médico poderá indicar métodos eficientes para amenizar esses efeitos. Mas é essencial atentar para algumas medidas importantes, como nunca iniciar um tratamento de reposição hormonal sem supervisão médica ou, ainda, fazê-lo sem acompanhamento periódico. Parar o tratamento também não é recomendado, já que, em alguns casos, como o da osteoporose, por exemplo, os efeitos surgem após cuidados continuados.

Por Dr. Humberto Tindó
Chefe da Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Quinta D'Or

Clique no ícone e ouça o Dr. Humberto Tindó falando sobre a menopausa



quarta-feira, 18 de março de 2009

Câncer de colo de útero - Exames periódicos e vacina são a melhor prevenção

O câncer do colo de útero é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo todo. Ele é caracterizado pelo crescimento anormal de células da parte inferior do útero. A incidência da doença começa a surgir em torno dos 20 aos 29 anos, mas o risco aumenta mesmo na faixa entre 45 a 49 anos. O perigo é que não há sintomas iniciais. Por isso, a importância do exame preventivo periódico, já que é o único meio de diagnosticar a doença no começo.

O colo é a região que liga o útero à vagina. Ele é responsável pela produção do muco que, por exemplo, durante a relação sexual, ajuda os espermatozóides a deslocarem-se em direção ao útero. Na menstruação, é através do colo que a camada interna do útero é liberada até a vagina, e se exterioriza. Quando a mulher está grávida, o colo fica completamente fechado, para abrir-se somente no parto e permitir o nascimento do bebê.

Apesar da extensa faixa de idade que o câncer do colo do útero pode afetar, ele é o que tem mais chance de cura, quando diagnosticado precocemente. O famoso Papanicolau* é o exame preventivo que pode identificar a doença. Ele deve ser feito pelo menos uma vez por ano, a partir dos 18 anos (ou da primeira relação sexual) e até os 65 anos, em média. O HPV, ou vírus do papiloma humano, principal causador desse tipo de câncer, é transmitido sexualmente. Ele causa alterações nas células do colo do útero, que podem se transformar em lesões pré-cancerigenas. Essa células são identificadas pelo exame de Papanicolau.

Hoje já é possível prevenir o câncer de colo de útero com a vacina contra o HPV, lançada recentemente. Mas é importante enfatizar, que ela não protege contra todos os subtipos do vírus. Por isso, o exame preventivo deve continuar a ser feito, mesmo em mulheres vacinadas.

Porém além do HPV, também há outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença, como o início precoce da atividade sexual, a multiplicidade de parceiros sexuais, o tabagismo, a higiene íntima inadequada e o uso prolongado de contraceptivos orais.

Quando não detectado e logo tratado, os principais sintomas da doença são sangramento vaginal, corrimento e dor.

A melhor maneira de prevenir-se é sempre a camisinha, evitando, assim, a contaminação pelo HPV. Além disso, ter hábitos saudáveis como uma boa de alimentação, não fumar e praticar atividades físicas, assim como uma higiene íntima adequada e a visita periódica ao ginecologista, também são fundamentais para ficar longe desse mal.

* O nome do teste refere-se ao nome do seu criador, o médico greco-americano.

Para saber mais sobre a doença, acesse o site do Instituto Nacional do Câncer:
http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=326

Por Dra. Maria Cecíilia Erthal
Ginecologista e Obstetra. Diretora-médica do Centro de Fertilidade da Rede D'Or

Clique no ícone e ouça a Dra. Maria Cecília Erthal falando sobre o câncer do colo do útero



terça-feira, 17 de março de 2009

Ultrassonografia da mama – quando é preciso fazê-la?

Muitas pacientes relatam ter dúvidas sobre a diferença entre a mamografia e a ultrassonografia. A mamografia é o exame solicitado pelo médico para detectar pequenas lesões nas mamas, antes mesmo de se tornarem palpáveis. Como já tratado em post anterior, ela deve ser realizada anualmente, a partir de 40 anos, e é o único método que pode garantir a detecção precoce do câncer de mama.

É preciso esclarecer que outros exames, como a ultrassonografia e a ressonância magnética, não substituem a mamografia e são recomendados apenas em algumas situações, para complementá-la, especialmente no grupo de alto risco.

Na maior parte das vezes, a ultrassonografia é solicitada quando existe achado na mamografia ou no exame físico, no caso do aparecimento de formações anormais nas mamas para confirmar se o nódulo, ou área mais densa detectada pela mamografia é mesmo um tumor, ou apenas um cisto.

Os cistos são formações benignas que não apresentam risco para o câncer de mama. Eles se desenvolvem, geralmente, em mulheres por volta dos 40 a 50 anos. A maioria das mulheres não apresenta sintomas, porém, se os cistos forem grandes, pode haver algum desconforto ou dor. Atualmente, a ultrassonografia é capaz de caracterizar bem os cistos, excluindo a possibilidade de tumores sólidos.


Por Dra. Ellyete Canella
Radiologista da Rede D'Or e do Instituto Nacional de Câncer - INCA

segunda-feira, 16 de março de 2009

Técnicas de fertilização assistida

No post anterior, tratamos do tema infertilidade feminina, um problema de caráter físico e também comportamental. Continuando o assunto, hoje vamos esclarecer um pouco mais sobre as possibilidades que já existem para os casais que têm dificuldade de engravidar: os tratamentos de fertilização assistida.

Esses tratamentos dividem-se entre os de baixa complexidade e os de maior complexidade. Entre as técnicas de baixa complexidade estão o estímulo à ovulação com medicamentos; a relação sexual programada (realizada nos horários em que, de acordo com avaliações médicas individuais, o organismo feminino está mais apto à fecundação); e a inseminação de espermatozóides dentro do útero.

Já as técnicas mais complexas dizem respeito à inseminação fora do organismo feminino. É o caso da fertilização in vitro, em que óvulos e espermatozóides são colhidos e a fecundação ocorre em laboratório; e da injeção intra-citoplasmática de espermatozóides. Esta, ainda mais moderna, consiste na introdução do espermatozóide diretamente dentro do óvulo, por meio de uma agulha extremamente fina.

Em alguns casos, é preciso, ainda, recorrer à doação de óvulos, ao banco de sêmen e ao diagnóstico genético de embriões. Os casais também podem optar pelo congelamento de embriões, para utilização posterior, caso seja necessário.

Mas, quando se fala de reprodução assistida, o mais importante é ter sempre em mente que cada organismo é único, e a técnica que funciona para um casal, pode não ser a mais indicada e eficiente para outro. Por isso, é fundamental conversar com um especialista experiente, para que seja feita uma avaliação aprofundada, com todos os exames necessários para descobrir a melhor solução para cada casal. Com os avanços constantes da ciência e as diversas técnicas à disposição, a realização do sonho das mulheres que desejam se tornar mães fica cada vez mais palpável.

Entenda mais sobre as técnicas de fertilização assistida:

Indução da ovulação


Para os casos em que seja identificado um problema na hora da ovulação, esse processo pode ser induzido. Doses de hormônio são ministradas para estimular a maturação dos óvulos no período certo. São aplicados desde medicamentos mais fracos, tomados por via oral, até injeções com o hormônio FSH sintético puro. Efeitos colaterais como dores de cabeça, dores no abdômen e perda de apetite podem ocorrer.

Inseminação artificial intra-uterina


O médico, através de um cateter, coloca o sêmen diretamente no útero da mulher. A estimulação da ovulação com hormônios costuma ser feita também paralela a este procedimento, com o intuito de aumentar as chances de sucesso. Além disso, os espermatozóides utilizados são analisados antes da inseminação, para garantir que apenas os mais aptos sejam injetados, aumentando ainda mais as chances de sucesso.

Não há necessidade de anestesia ou sedação, pois apenas um cateter é utilizado. É importante ressaltar que mulheres com obstrução de trompas não podem se submeter a este tratamento, pois assim que são colocados no útero, os espermatozóides devem seguir o caminho natural.
Esse procedimento é indicado quando o homem tem uma alteração na produção de espermas não muito grave e em casos de infertilidade sem nenhuma causa aparente.

Fertilização in vitro

O encontro do óvulo com o espermatozóide é feitaofora do corpo da mulher, em laboratório. São utilizados hormonios para a indução do crescimento dos óvulos e esses são colhidos apos estarem maduros, no mesmo dia no qual p semen é coletado. Os especialistas separam as células que consideram mais adequadas para a fertilização e juntam os dois materiais (óvulos femininos e espermatozóides masculinos) em um mesmo local.

Depois de três dias, os especialistas avaliam quais embriões são os mais aptos a crescerem e escolhem os melhores para serem transferidos ao útero. Em geral, dois são transferidos e, caso o casal queira tentar outra gravidez posteriormente, o que resta dos embriões pode ser congelado.

Este método tem cerca de 40% de êxito e é recomendado nos casos em que a paciente tem alteração nas trompas, o que impede o encontro de óvulos e espermatozóides, ou se a inseminação artificial não deu resultado.

ICSI – intra citoplasmic sperm inject

Esta é uma das técnicas mais avançadas no processo de fertilização assistida, e costuma ser utilizada quando os espermatozóides, sozinhos, não são capazes de fecundar o óvulo.
No laboratório, após o mesmo processo da fertilização in vitro, os especialistas escolhem um espermatozóide, e com a ajuda de uma agulha extremamente fina o introduzem diretamente no óvulo.

Banco de sêmen

Caso o impedimento para a gravidez seja a falta de produção de sêmen, o casal pode recorrer a bancos de doadores. Os laboratórios congelam sêmen de doadores anônimos. Quem doa não pode saber quem recebe o material, assim como quem recebe não deve saber quem doou. O casal recebe as seguintes informações: cor de pele, olhos e cabelo, estatura, peso, profissão e origem familiar. É ilegal oferecer dinheiro em troca de sêmen. O casal que usar o serviço vai pagar ao laboratório pelos custos de armazenamento do material.

Doação de óvulos

Indicado para os casos em que a mulher não produz óvulos, ou quando eles não têm a qualidade adequada, a doação de óvulos tem as mesmas restrições da doação de sêmen. Nesse casos, a doadora terá de passar pela mesma indução de ovulação que a receptora, para ambas estarem em sincronia no período fértil.

“Barriga de aluguel”

Se o motivo da gravidez não ocorrer pela impossibilidade da mulher de gerar um bebê, outra pessoa pode fazer a gestação por ela. É feita uma fertilização in vitro, com o óvulo e os espermatozóides do casal que quer ter filhos, e o embrião é implantado no útero de uma segunda mulher. Apesar do nome, o pagamento por esta prática também é proibido.


Por Dra. Maria Cecília Erthal
Ginecologista e Obstetra. Diretora-médica de Centro de Fertilidade da Rede D'Or


Clique aqui e ouça a Dra. Maria Cecília Erthal falando sobre técinicas de fertilização assistida



O Espaço Saúde da Mulher está na mídia

Hoje, a coluna da Márcia Peltier, no Jornal do Commercio, publicou uma nota sobre nós.
Confira!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Endometriose tem prevenção e controle

A endometriose é uma doença grave, que se desenvolve no aparelho reprodutor feminino e atinge cerca de 15% das mulheres em idade fértil. Ela ocorre quando o endométrio, que é a camada interna do útero eliminada durante a menstruação, atinge outros órgãos do corpo. Ovários, trompas de Falópio e até mesmo o intestino, a bexiga, a vagina e outros órgãos mais distantes podem ser afetados.

A causa exata da doença ainda é desconhecida. Uma das hipóteses é que durante a menstruação as células do endométrio passariam através das trompas de Falópio para a região peritoneal abdominal (membrana que recobre as paredes do abdome e a superfície dos órgãos digestivos), onde se implantariam. Outras teorias sugerem alterações do sistema imunológico e mesmo a possibilidade de herança genética.

As conseqüências e sintomas mais comuns da endometriose são cólicas fortes, dor durante a relação sexual, alterações urinárias e intestinais no período de menstruação e, em vários casos, dificuldade para engravidar.

A endometriose é diagnosticada com base no histórico clínico da paciente e no exame ginecológico. Estima-se que 25% das mulheres portadoras desse mal não sentem dor e só descobrem a doença na consulta ao ginecologista, daí a importância da visita regular ao médico.

O diagnóstico pode ser confirmado por ressonância magnética e por meio da ultrassonografia pélvica e transvaginal; procedimento válido apenas em casos mais avançados da doença, pois em estágios iniciais é pouco conclusiva. A análise de certeza é obtida com a biopsia resultante da laparoscopia - procedimento cirúrgico no qual uma câmera é inserida na cavidade abdominal, mais precisamente no umbigo, e que permite identificar lesões, bem como determinar a extensão da doença.

Atualmente, não há cura para a endometriose, no entanto é possível controlar seu desenvolvimento e suas sequelas com o tratamento adequado, evitando, inclusive, recorrências. Já existem diversos tipos de tratamentos, que são aplicados de acordo com a idade da paciente, a extensão da doença, a severidade dos sintomas, um possível caso de infertilidade e os planos reprodutivos do casal. Entre eles, estão o uso de analgésicos para a dor moderada, medicamentos que bloqueiam o funcionamento do ovário, pílulas e anticoncepcionais injetáveis, DIU de progesterona e até mesmo a acupuntura. Em alguns casos, porém, ainda é preciso recorrer a cirurgias.

E o melhor: é possível prevenir-se contra a endometriose! Exercícios físicos, alimentação balanceada, redução do nível de estresse e pílulas anticoncepcionais podem ajudar a evitar esse mal. Caso sinta algum dos sintomas - cólicas fortes, dor durante a relação sexual, alterações urinárias e intestinais no período de menstruação e, em vários casos, dificuldade para engravidar, não hesite em buscar ajuda médica.

Por Dra. Maria Cecília Erthal
Ginecologista e Obstetra – Diretora-médica do Centro de Fertilidade da Rede D’Or


Clique aqui e ouça a Dra. Maria Cecília Erthal falando sobre endometriose



quarta-feira, 11 de março de 2009

Engravidar nem sempre é fácil

Todo casal que se programa para ter filhos sonha que a gravidez aconteça rapidamente e sem problemas. Mas quando ela demora mais do que o esperado, o resultado é o aumento da ansiedade e a sensação de frustração enfrentada pelos pais, sentimentos que podem atrasar ainda mais a vinda do bebê.

Pesquisas indicam que cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva são inférteis, e que aproximadamente um quarto de todas as mulheres vai passar por períodos de infertilidade em algum momento de suas vidas. O termo infertilidade é definido como a incapacidade de engravidar após um ano de tentativas. No entanto, um diagnóstico de infertilidade não significa a impossibilidade de uma futura gravidez.

Já existem, hoje, diversos tratamentos médicos sob medida para as necessidades de cada casal, com altos índices de sucesso. O médico pode receitar desde medicações para induzir a ovulação até uma cirurgia corretiva, além da opção de realizar, se for o caso, o procedimento de inseminação artificial, ou a fertilização assistida.

É natural que as mulheres tenham certa dose de nervosismo quanto à sua capacidade de engravidar, até mesmo por se tratar de uma expectativa familiar estimulada desde a infância. Mas essa preocupação só deve vir mesmo em situações específicas, como no caso de mulheres acima dos 30 anos com mais de um ano de vida sexual ativa sem uso de anticoncepcionais, e acima dos 40, depois de seis meses de tentativas vãs de engravidar. São esses os casos que demandam a busca por técnicas de fertilização assistida, para facilitar a concepção.

Evitar o estresse também é muito importante, uma vez que ele interfere na fertilidade de ambos os sexos. Na mulher, ele pode alterar a liberação de hormônios que influenciam o ciclo ovulatório, enquanto que, no homem, é responsável por baixar a libido e afetar a produção de espermatozóides. E mais: as substâncias secretadas no organismo feminino também podem interferir no movimento das trompas, que ficam menos eficazes no processo de fecundação.

Caso você esteja tentando engravidar, saiba que o fundamental é adotar um estilo de vida saudável, não fumando, praticando exercícios físicos, seguindo uma alimentação balanceada, moderando a ingestão de bebidas alcoólicas e garantindo as oito horas de sono por noite. E procure, claro, evitar o estresse gerado pela expectativa, para garantir uma vida sexual tranqüila e prazerosa acima de tudo.


Por Dra. Maria Cecília Erthal
Ginecologista e Obstetra - Diretora-médica do Centro de Fertilidade da Rede D'Or

Clique aqui e ouça a Dra. Maria Cecília Erthal falando sobre dificuldades para engravidar



terça-feira, 10 de março de 2009

Fatores de risco para o câncer de mama

Apesar de não se saber ao certo o que causa o câncer de mama, já se pode afirmar que alguns fatores de risco são determinantes no aparecimento da doença. A existência de casos na família é um dos mais importantes. Mulheres com parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) que tiveram câncer de mama antes da menopausa (ou antes de 50 anos, se a idade da menopausa não for conhecida) são consideradas grupo de risco e devem manter um acompanhamento constante.

Mulheres que ficaram menstruadas muito cedo, que não tiveram filhos, cuja primeira gestação ocorreu depois dos 30 anos, ou menopausa iniciou-se tardiamente também têm mais chance de desenvolver a doença.

Além disso, a idade também tem grande influência. Alguns estudos apontam para dois tipos de câncer de mama relacionados à fase da vida: o primeiro tipo geralmente tem caráter familiar, atinge mulheres jovens, antes da menopausa, e é caracterizado por ser mais agressivo; o segundo, ocorre ao acaso, está relacionado com o processo de envelhecimento e representa o tipo mais freqüente.

A alimentação, o tabagismo, o etilismo e a vida sedentária, embora não tenham relação direta com o aparecimento da doença, também são considerados fatores de risco.


Por Dra. Ellyete Canella
Radiologista da Rede D'Or e do Instituto Nacional de Câncer - INCA

Clique aqui e ouça a Dra. Ellyete Canella falando sobre fatores de rsco para o câncer de mama



segunda-feira, 9 de março de 2009

O uso de prótese aumenta o risco de ter câncer de mama?

Um procedimento cada vez mais comum entre as mulheres é o aumento das mamas, pela inclusão de implantes de silicone. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, somente em 2008, 151 mil brasileiras corrigiram os seios. Mas uma preocupação comum entre elas é a possibilidade do silicone causar câncer de mama.

Estudos atuais mostram que não há relação entre a utilização de implantes de silicone e câncer de mama, porém a questão é se eles podem ou não dificultar a realização de exames para sua detecção precoce. A experiência mostra que se o volume das mamas não for exagerado, não há problema para realizar os exames. Apenas se os implantes forem muito grandes, pode haver dificuldade na compressão da região, prejudicando a realização da mamografia.

Portanto, nada de exagero! O volume da mama deve ser proporcional ao tamanho da mulher.


Por Dra Ellyete Canella
Radiologista da Rede D'Or e do Instituto Nacional de Câncer - INCA

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sexta-feira, 6 de março de 2009

Mamografia

A mamografia – exame de raios-X das mamas e de parte das axilas – é a principal forma de detecção precoce do câncer de mama, sendo a única capaz de diagnosticar lesões pequenas, mesmo quando essas ainda não são palpáveis. Como não se conhece ao certo a causa do problema, a melhor opção é a detecção precoce, para tratá-lo em sua fase mais inicial. Atualmente, a mamografia já é capaz de identificar lesões menores do que um centímetro, o que amplia enormemente a possibilidade de cura. Para isso, ela deve ser realizada anualmente, a partir de 40 anos, com maior ênfase para o grupo entre 50 e 69 anos, faixa etária em que a doença tem maior prevalência.

Algumas mulheres, porém, não a fazem com medo da dor que a compressão pode causar. Só que a compressão é fundamental para tornar a mama mais uniforme e também reduzir a dose de radiação durante o exame. Ela deve ser aplicada gradualmente e tem curta duração. Quando as mamas são comprimidas de forma adequada, a imagem radiográfica obtida tem melhor qualidade, o que é indispensável para identificar lesões. Nas mulheres com mamas muito sensíveis, o ideal é a realização da mamografia logo após a menstruação, para reduzir o desconforto.


Hoje não se recomenda mais o auto-exame, pois evidências científicas indicam que, como estratégia de rastreamento, ele não causa redução na mortalidade. O exame clínico das mamas deve ser realizado por um profissional treinado para identificar alterações suspeitas na região. Já exames como ultrassonografia e ressonância magnética não substituem a mamografia e são recomendados apenas em algumas situações, para complementá-la, especialmente no grupo de alto risco.

Mas lembre-se: prestar atenção ao próprio corpo é sempre importante. Se você notar sintomas como nódulos, regiões endurecidas, secreção da mama fora do período de aleitamento e feridas no bico do seio sem causa aparente, deve procurar seu médico imediatamente. Não necessariamente o caso será de câncer, mas há diversas outras doenças das mamas que devem ser tratadas com cuidado.

Por Dra Ellyete Canella

Radiologista da Rede D'Or e do Instituto Nacional de Câncer - INCA

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quinta-feira, 5 de março de 2009

Câncer de mama

Para a mulher, os seios são uma parte muito especial do corpo. Não só definem sua feminilidade, como representam ligação com os filhos, ao amamentar e uma poderosa arma de sedução. Talvez por isso, a mais temida doença entre elas seja o câncer de mama. Ele assusta pela alta freqüência, mas principalmente pelos efeitos psicológicos que causa nas vítimas.

Hoje, no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer - INCA, é o tipo de carcinoma que mais causa óbito entre as mulheres e para 2008 foram estimados 49.500 casos novos, o que representa 51 casos para cada 100 mil pessoas. Mas nem tudo são más notícias. Os especialistas são unânimes: com o avanço em diagnóstico e tratamento, é possível detectar a enfermidade cada vez mais cedo e curá-la na maior parte dos casos.

O câncer é um desenvolvimento anormal das células, que crescem substituindo o tecido saudável e podem invadir outros órgãos ou regiões. Contra o câncer de mama ainda não há prevenção, mas é possível detectar precocemente a doença. Quanto mais cedo a doença é descoberta maiores são as chances de cura, chegando a 98% nos casos iniciais.


Por Dra Ellyete Canella
Radiologista da Rede D'Or e do Instituto Nacional de Câncer - INCA

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quarta-feira, 4 de março de 2009

Tratamentos para miomas – Embolização e ExAblate

Hoje, já existem técnicas de remoção de miomas que independem de cirurgia e, portanto são menos ou nada invasivas, garantindo uma recuperação mais rápida e preservando o útero da mulher.

A embolização é um procedimento minimamente invasivo que interrompe a irrigação sanguínea que chega ao mioma, levando à sua necrose (morte do tecido) por infarto. Para realizá-la, é feita uma pequena incisão de cerca de dois milímetros, na altura da virilha, com anestesia local. Por ela, é introduzido um cateter que chega até as artérias uterinas. Então, são inseridas partículas plásticas até entupir estes vasos, fazendo com que o mioma não receba mais sangue.
Para realizar a embolização uterina, a mulher deve ficar internada em geral por um dia, mas a recuperação costuma ser muito rápida, com o retorno às atividades em média depois de três ou quatro dias. É comum, porém, que muitas pacientes sintam cólicas após a cirurgia e algumas também experimentam enjôo e febre.

O ExAblate é uma tecnologia que utiliza ultrassom, guiado por ressonância magnética, para atingir e destruir os tumores sem danificar os tecidos vizinhos. Aprovada nos EUA, em 2004, pelo FDA (Food and Drug Administration) e aqui pela ANVISA, ela vem sendo aplicada no Brasil desde 2007, com muito sucesso.

A ressonância magnética fornece imagens tridimensionais do mioma e do tecido ao redor. As ondas de ultrassom de alta energia atravessam a parede abdominal e são focalizadas precisamente no mioma, onde há a ablação do tecido, ou seja, ele é necrosado pelo calor.

É um procedimento ambulatorial com duração média de duas horas, onde a paciente permanece consciente e pode se comunicar com o médico. Como é uma técnica que não demanda cortes, não é necessário que ela seja hospitalizada. Além disso, a maioria das mulheres retorna às atividades normais no dia seguinte ao tratamento.


Por Dra. Fernanda Chagas
Radiologista do Centro de Diagnóstico e Tratamento de Miomas da Rede D'Or

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terça-feira, 3 de março de 2009

Diagnóstico e tratamento de miomas

Grande parte dos miomas é descoberta durante o exame de rotina, pois na maioria dos casos, eles não incomodam a mulher. Mais uma boa razão para ir regularmente ao ginecologista. A necessidade de tratamento do problema está relacionada com a presença de sintomas e a escolha da melhor opção deve ser feita em conjunto com o médico. Mas é preciso atenção, pois quanto mais tempo se leva para diagnosticá-los e tratá-los, mais os casos se complicam.

Mesmo que o ginecologista tenha percebido o aumento do útero da mulher - sintoma que indica a presença de mioma - o diagnóstico só poderá ser confirmado pela realização da ultrassonografia abdominal, que é um exame simples e indolor. Tal técnica possibilita que o médico determine o tamanho, a forma e a textura do útero.

Existem várias maneiras de se tratar os miomas. Geralmente, a primeira opção do médico costuma ser a medicamentosa: remédios à base de hormônios para combater as hemorragias uterinas, ou de substâncias que promovem reduções temporárias no tamanho dos miomas. Caso esses mecanismos não surtam o efeito desejado, a outra opção são os procedimentos cirúrgicos.

Hoje já existem alternativas bem menos agressivas que a retirada do útero (histerectomia), mas em alguns casos, quando os miomas se desenvolvem demais, pode ser a única opção. A miomectomia, extirpa apenas os miomas e conserva o útero. Ela pode ser realizada por meio de três técnicas: por laparotomia, laparoscopia e videohisteroscopia.

Na laparotomia, é feito um corte transversal no abdômen e, em seguida, no útero, para a retirada do mioma. Essa foi a única opção durante muitos anos, até surgirem as novas técnicas de videoendoscopia. Quando feita por laparoscopia, a miomectomia consiste em pequenas incisões na parede abdominal e costuma ser recomendada para miomas em pequena quantidade e tamanho, em geral intramurais, subserosos, ou pediculados. Já a videohisteroscopia é indicada exclusivamente para os miomas inseridos na cavidade uterina, ou seja, submucosos. Ela é feita com a utilização do vídeohisteroscópio, utensílio de 3mm de diâmetro, que é introduzido através da vagina e do colo uterino até o útero, permitindo a análise dessa área e a excisão do mioma submucoso.

Por
Dra. Fernanda Chagas
Radiologista do Centro de Diagnóstico e Tratamento de Miomas da Rede D'Or
Dra. Maria Cecília Erthal
Ginecologista e Obstetra. Médica-diretora do Centro de Fertilidade da Rede D'Or

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segunda-feira, 2 de março de 2009

O que são miomas?

Tumores benignos mais comuns do trato genital feminino, os miomas atingem uma em cada quatro ou cinco mulheres e aparecem geralmente em torno dos 30 ou 40 anos de idade. Na maioria dos casos, os miomas são inofensivos e nem precisam de tratamento. Porém, há situações em que eles podem gerar sintomas e ocasionar problemas, dependendo da localização, tamanho e quantidade de nódulos, constituindo a causa de grande parte das cirurgias de retirada do útero (histerectomia) e da maioria das cirurgias ginecológicas realizadas no Brasil.

Os nódulos são formados a partir das células do tecido muscular da parede uterina, o miométrio, e seus tamanhos podem variar desde pequenos a formações tão grandes que chegam a ser confundidas com uma gravidez de seis meses.

Como os miomas se desenvolvem em diferentes partes do útero, os sintomas e sua intensidade variam de acordo com a localização dos tumores e abrangem desde dores na região lombar até aumento da intensidade das cólicas e do fluxo menstrual, com formação de coágulos que podem levar à anemia.
Além desses sintomas, os miomas também são uma causa significativa de infertilidade feminina. Por se localizarem no útero, eles podem causar diversos tipos de dificuldades para engravidar, como obstruções mecânicas e coágulos residuais; impedimento da implantação do embrião; alterações no interior do órgão e em sua cavidade, dificultando a passagem do esperma; e até o aumento das contrações uterinas, podendo levar a abortos.

Localização dos miomas

Os miomas podem ser de três tipos diferentes, de acordo com a sua localização:

Subserosos: crescem para fora do útero e atingem maiores proporções, podendo comprimir órgãos adjacentes ao útero e provocar aumento da freqüência urinária, constipação intestinal, além do aumento do volume abdominal

Intramurais: crescem dentro da parede uterina, geralmente ocasionando deformidades anatômicas da pelve, podendo gerar cólicas, sangramentos e problemas de fertilidade.

Submucosos: crescem dentro da cavidade uterina e são os que causam mais sintomas, provocam hemorragias, cólicas e representam risco a fertilidade, como abortos no início da gestação quanto dificuldades para engravidar.

Por Dra. Fernanda Chagas
Radiologista do Centro de Diagnóstico e Tratamento de Miomas da Rede D'Or


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