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quinta-feira, 19 de maio de 2016

Gestação: cuidados com as mudanças físicas e hormonais

A gestação é um dos momentos mais especiais na vida de uma mulher. Com as mudanças hormonais ocasionadas pelo momento, existem as mudanças físicas. Para aquelas mulheres que já apresentam históricos de problemas circulatórios, é um período de cuidados redobrados. Diversos fatores, incluindo histórico familiar e obesidade, contribuem para a formação das varizes neste período.

Mas por que ocorrem as varizes na gestação? Elas surgem ou ficam mais acentuadas devido à pressão do útero em crescimento sobre as veias pélvicas e a veia cava inferior (uma grande veia da parte direita do corpo que recebe sangue dos membros inferiores e de boa parte dos órgãos pélvicos e abdominais). Com o desenvolvimento da gestação e aumento do peso do bebê essa pressão aumenta ainda mais. Os níveis de progesterona também influenciam. A elevação desse hormônio provoca o relaxamento das paredes dos vasos sanguíneos.

Se não dá para evitar as varizes para quem já tem propensão, pode-se minimizar o problema com algumas condutas no dia a dia. O exercício físico é super importante. Uma caminhada leve já traz um beneficio enorme para a circulação sanguínea. Não ganhar muito peso, fazer uso de meias elásticas e sempre a noite quando chegar em casa elevar as pernas. Isso alivia a pressão do útero contra a veia, diminuindo assim a pressão nas extremidades inferiores.



O uso de meias elásticas é importantíssimo, principalmente no final da gestação. É importante colocar as meias ao acordar. Caso a gestante tenha um problema de varizes mais grave, o médico poderá indicar meias elásticas de maior compressão. Não fique de pé por períodos prolongados.

Essas ações também são importantes para o combate ao inchaço, que também é um problema comum na gravidez. Ele também é provocado por mudanças hormonais. Vale ressaltar que apesar do inchaço ser comum, durante a gestação, deve-se estar alerta a outros sintomas ligados ao inchaço e que devem ser vistos pelo ginecologista, pois pode indicar complicações. Um dos mais importantes é o aumento da pressão arterial ou perda de proteínas pela urina. Neste caso, os sintomas podem indicar uma pré-eclâmpsia, doença específica da gravidez que provoca parto prematuro e traz riscos para a mãe e o bebê.

Por: Ricardo Brizzi, angiologista e cirurgião vascular. É membro da Sociedade de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro. Responsável pelo setor de cirurgia vascular e endovascular dos Hospitais Badim, Israelita e Norte D’Or.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Alzheimer é a doença mais comum em idosos

O Alzheimer é a doença mais comum em idosos, segundo o Ministério da Saúde. Essa patologia acomete pessoas na faixa dos 60 anos ou mais, e tem basicamente a perda da memória como principal foco. Mas, além do prejuízo nas lembranças, outro sintoma da enfermidade é a dificuldade na fala. De acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), mais de um milhão de pessoas sofrem com esse problema.

Bruna Mendonça, neurologista do Hospital Santa Luzia, em Brasília, comenta que não existe prevenção para esse tipo de doença e o que se pode fazer é estimular ao máximo o cérebro. “Temos que aumentar as conexões. Desenvolver um hábito de leitura, estudar outra língua, praticar esportes. Tudo isto ajuda a lembrar das atividades realizadas no dia-a-dia”, explica a especialista.



Existem dois tipos da patologia: a senil que ataca a população idosa e a precoce que acomete pessoas abaixo de 60 anos. As medicações usadas para o Alzheimer diminuem a progressão desses sintomas, mas não existe cura. Dra. Bruna acrescenta que os estudos sobre o tema estão aumentando. “Nem toda demência é Alzheimer, mas ela é a mais comum. A doença faz com que os neurônios sejam inutilizados, comprometendo a saúde do paciente”, comenta a médica.

CLASSIFICAÇÕES

A patologia tem três tipos de classificação divididas em leve, moderada e grave. De acordo com a neurologista, a mais leve tem a característica do esquecimento recente. “Não lembrar-se de coisas que aconteceram no dia, como um acidente de carro, por exemplo. E, mesmo assim, as memórias antigas continuam intactas”, ilustra a doutora.

Na moderada, o prejuízo avança um pouco mais. Nomes de familiares e o endereço da própria residência já não são mais lembrados. Dificuldades para se vestir corretamente e confusões sobre a data atual também tornam-se cotidianas. E na fase grave da doença, o paciente é internado. Segundo a especialista o quadro não tem reversão. “Ele não lembra mais quem é o pai e a mãe. Nos piores casos, se esquecem até das necessidades básicas, como engolir”, finaliza.

terça-feira, 10 de maio de 2016

5,4 milhões de brasileiros são acometidos por hérnia de disco

Cirurgia só é necessária em 10% dos casos, de acordo com especialista

Lombalgia é o nome científico dado às dores nas costas comuns que acometem pessoas no dia-a-dia. Não é uma doença propriamente dita, mas tira a paz de qualquer um e dificulta a locomoção de quem geralmente sofre com isto. De acordo com o neurocirurgião de coluna do Hospital Santa Luzia, em Brasília, Dr. Márcio Vinhal, o problema é justamente a evolução da lombalgia, mais conhecida como hérnia de disco que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, acomete 5,4 milhões de brasileiros.



Dr. Márcio Vinhal, explica que a lombalgia precisa ser levada muito a sério logo nos estágios iniciais. “Uma das causas mais genéricas é por grandes esforções físicos, que fazem uma compressão na coluna e geram a dor. Esse esforço feito repetidamente pode gerar a hérnia num futuro próximo”, alerta.

Quando a hérnia já está instalada, os sintomas mais comuns são dores locais, podendo ser irradiadas para outras partes do corpo. “Se a hérnia é na coluna cervical, por exemplo, as dores podem ir para os braços, mãos e dedos. Se a hérnia é lombar, as dores vão para as pernas e pés. O paciente pode também sentir formigamentos e dormência nos membros”, afirma e acrescenta que nos casos mais graves da hérnia lombar, pode haver perda de força nas pernas e incontinência urinária.

Dr. Vinhal também comenta que em 90% dos casos de hérnia, não é necessário a cirurgia. De acordo com ele, existem dois tipos tratamentos: o conservador realizado com anti-inflamatório, fisioterapia, e anestésicos, e outro feito com uma espécie de pequena cirurgia por meio de microscópio ou endoscopia da coluna. “Na maioria dos casos, a hérnia não volta. Se fatalmente a dor retorna, o paciente precisa ir ao consultório médico novamente. Neste caso, o problema pode ser fragilidade ligamentar, desgaste prematuro dos discos e até algum fator genético”, esclarece.

Causas comuns

Um caso bem comum do desenvolvimento da hérnia de disco são os exercícios de alto impacto, como por exemplo a musculação do tipo CrossFit. Dr. Vinhal comenta que essas atividades devem ser retiradas da rotina de quem possui o problema e alterar para outras com menos carga na coluna. “Exercícios com muito peso, feitos sem orientações ou de muito impacto pioram as dores e evoluem o quadro da lombalgia que podem tornar-se crônicos”, justifica. “Pacientes que suspeitam ter este tipo de patologia precisam buscar um auxílio médico o quanto antes para orientação quanto ao exercício e tratamento específico”, finaliza.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Embolia pulmonar: como detectar a doença que pode até matar

A embolia pulmonar é uma doença que geralmente tem origem na trombose venosa profunda e se caracteriza pelo entupimento de um vaso sanguíneo do pulmão por um coágulo. Isto é: um coágulo sanguíneo se desloca da perna até o pulmão. Outra causa da embolia pulmonar pode ser a formação de um coágulo no ventrículo direito do coração, devido a uma arritmia ou qualquer outra alteração cardíaca. Esse coágulo se desloca e atinge a artéria pulmonar provocando a embolia.

A doença é grave e pode causar dano permanente ao pulmão devido à falta de fluxo sanguíneo no tecido pulmonar, baixos níveis de oxigênio no sangue, danos a outros órgãos do corpo também por falta de oxigênio e caso o coágulo seja muito grande ou em grande quantidade, a embolia pulmonar pode causar morte.

A principal causa da embolia pulmonar – nove em cada dez casos – começa com um coágulo nas veias profundas da perna, doença chamada de trombose venosa profunda. O coágulo é liberado da veia e segue pela corrente sanguínea até os pulmões, onde pode bloquear uma artéria.

Esses coágulos nas pernas podem se formar quando o fluxo sanguíneo é restringido e diminui. Isto ocorre depois de longas viagens de carro ou avião, depois de cirurgias e se a pessoa fica na cama por um longo período de tempo. Outra forma de formação de coágulos são veias danificadas por cirurgia ou lesão.



Os principais sintomas da embolia pulmonar são: perda de fôlego sem explicação, dificuldade de respirar, dor no peito, tosse com ou sem sangue e arritmia cardíaca.

Mas em alguns casos os únicos sintomas são aqueles relacionados à trombose venosa profunda: dor ou sensibilidade na perna, sensação de calor na área da perna ou inchaço e sensibilidade, inchaço na perna ou ao longo da veia, pele vermelha ou descolorada na área afetada. Muito raramente pode-se ter embolia pulmonar sem apresentar nenhuma dos sintomas relacionados.

O tratamento consiste em medicamentos para afinar o sangue e diminuir a coagulação. Mas se os sintomas são mais graves, com risco de morte, o médico vai receitar medicamentos que agem rapidamente dissolvendo o coágulo sanguíneo ou até recorrer a cirurgia ou a algum procedimento a fim de remover o coágulo. O tratamento visa impedir que o coágulo sanguíneo aumente e também a formação de novos coágulos.

Varizes, gravidez e pessoas que passam muito tempo sentadas ou acamadas são mais propensas a terem trombose. O ideal é que ao notar os primeiros sintomas procurar um especialista e também adotar medidas simples como praticar atividade física regular, ter uma alimentação saudável e não fumar.

Por: Dr. Ricardo Brizzi, Angiologista e cirurgião vascular. Pós graduou-se em cirurgia endovascular em São Paulo. Trabalhou no serviço publico no Hospital Salgado Filho e no Hospital da Lagoa – setor de Hemodinâmica. É membro da Sociedade de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro. Responsável pelo setor de cirurgia vascular e endovascular dos Hospitais Badim, Israelita e Norte D’Or.