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terça-feira, 30 de junho de 2009

"Realizei meu sonho de ser mãe" - Depoimento de paciente tratada com ExAblate

"Há mais ou menos dois anos, fiz uma ultrassonografia, devido ao grande fluxo menstrual que tinha. Nessa época descobri que tinha miomas. Pesquisei na internet a respeito de tratamentos e, no início, não possuía muitas informações. O que me os médicos me disseram foi que a única opção de tratamento seria a retirada do mioma, através de cirurgia. Até que encontrei um profissional que me indicou o ExAblate. Preferi optar por um procedimento não cirúrgico.

Três meses depois do tratamento, engravidei. Estou grávida de quatro meses!

O tratamento em si foi muito tranquilo, sem problemas e a recuperação, excelente.
Há sete meses realizei o procedimento e me sinto bem, sem sintomas e muito feliz por estar grávida."

Depoimento de Monica, 36 anos, pedagoga


Por Dra. Fernanda Chagas
Radiologista do Centro de Diagnóstico e Tratamento de Miomas da Rede D'Or
www.rededor.com.br/cdtm

"Escolhi a opção não invasiva para preservar meu útero" - História de uma paciente tratada com ExAblate

Esta semana, quis trazer para vocês alguns depoimentos emocionantes de pacientes que trataram seus miomas conosco. São casos bem legais que mostram a experiência dessas mulheres antes e depois do tratamento. Espero que gostem!

"Em 2005, por meio de um exame de ultrassonografia pélvica transvaginal, descobri que havia um mioma subseroso de 40 x 33 mm em meu útero. No início, não tinha sintomas, mas depois comecei a ganhar peso, não menstruar regularmente, sentir desconforto na barriga, suor excessivo e aparecimento de manchas no rosto.

Pelo tamanho do mioma à época, a médica achou por bem não operá-lo e manter o acompanhamento semestral do aumento de tamanho, por meio de exame de ultrassonografia transvaginal. Mas, em 2007, constatou-se a necessidade de intervenção cirúrgica, em virtude de um aumento significativo do volume do mioma e, também, a possibilidade de perda do útero. Fiquei preocupada e fui pesquisar a respeito do assunto na internet, onde encontrei informações sobre o método não invasivo (ultrasssom focalizado e guiado por ressonância magnética), praticado pelo Centro de Diagnóstico e Tratamento de Miomas.

Contatei o Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro, e fui orientada a realizar o exame de ressonância da pelve e encaminhar o laudo, via fax, pois moro em Brasília - DF, para análise e parecer. O parecer foi favorável ao tratamento.

Minhas razões para escolher essa opção não invasiva estavam na preservação do meu útero, uma vez que ainda não sou mãe, bem como ser a recuperação mais rápida que uma cirurgia convencional, exigindo menor afastamento das minhas atividades profissionais.


O tratamento em si foi muito tranquilo e durou mais ou menos umas cinco horas, devido o tamanho do mioma (9 cm). Os profissionais envolvidos foram muito eficientes e competentes, o que me proporcionou tranquilidade e confiança na equipe. Saí do hospital sem sentir nenhuma dor e nem marca na barriga. A recuperação também foi ótima. Alguns dias depois do tratamento, menstruei, proporcionando um grande bem-estar.

Já faz um ano que realizei o tratamento (26 de março de 2008). Estou me sentindo bem melhor, pois voltei a menstruar regularmente. O exame complementar, realizado após seis meses do tratamento, mostrou uma redução de tamanho em torno de quinze por cento. Sinal de que o tratamento foi satisfatório."

Helena Bastos, 46 anos, servidora pública


Por Dra. Fernanda Chagas
Radiologista do Centro de Diagnóstico e Tratamento de Miomas da Rede D'Or
www.rededor.com.br/cdtm

terça-feira, 23 de junho de 2009

Gravidez múltipla e tratamentos de fertilidade












Quem nunca desejou ter um casal de filhos de uma só vez? Apesar de ser o sonho de muitas mulheres, a gravidez de gêmeos pode ser mais arriscada. A possibilidade de prematuridade e complicações de diversos tipos, tanto para mãe quanto para o filho, aumenta proporcionalmente à quantidade de bebês.

A possibilidade de prematuridade e de complicações de diversos tipos, tanto para mãe quanto para o filho, aumenta proporcionalmente à quantidade de bebês no ventre. A mulher que aguarda a chegada de gêmeos, por exemplo, pode ter desde náuseas em excesso, até maior chance de desenvolver eclampsia e diabetes gestacional.

As taxas de gravidez gemelar crescem a cada dia no mundo inteiro com a popularização de tratamentos de reprodução assistida. Por isso, o desafio dos especialistas dessa área é desenvolver técnicas para reduzir as taxas de gravidez múltipla. Na Europa é onde há a maior fiscalização desse tipo de tratamento por parte dos governos e, portanto, as taxas são as melhores do mundo. Lá, o índice de gestação gemelar está inalterado há quatro anos, mantendo-se em 26,4%. Desse número, temos 24,4% de gestação gemelar, 2,0% de gestação trigemelar, e 0,04% de quadri-gemelar.

Buscando alcançar ainda menores taxas, vários centros pelo mundo vêm colocando em prática técnicas mais avançadas de reprodução humana assistida, em que se procura fazer a transferência de poucos embriões, ou de embrião único. O PGD - ou diagnóstico pré-implantacional de embriões - por exemplo, é uma tecnologia para selecionar embriões mais saudáveis que procura melhorar o índice de implantação no útero, possibilitando a transferência de menos embriões a cada tentativa de fertilização.

Em muitos tratamentos de fertilidade são utilizados hormônios para provocar uma hiper estimulação ovariana. Esse processo aumenta a produção de óvulos na mulher. No caso da fertilização in vitro - em que, em cada tentativa, costuma-se implantar no útero mais de um embrião -, a chance de gravidez múltipla é bem maior do que na fertilização natural. Apenas uma em cinco tentativas de fertilização in vitro resulta em gravidez, o que pode levar médicos a implantarem vários embriões de cada vez para ampliar as possibilidades de sucesso. Mas esse procedimento aumenta em muito a chance de multiplicidade de fetos, arriscando a saúde e até a vida dos bebês. Por isso, com o intuito de reduzir a chance de gravidez múltipla, especialistas em fertilidade vêm recorrendo a novas técnicas de análise dos embriões e de gametas.

A questão com a gravidez múltipla é que ela aumenta oss riscos de problemas intra-uterinos, como atraso no crescimento dos fetos e até abortos. Nesses tipos de gestação, é comum as crianças nascerem mais cedo e menores, com alguns dos problemas a que os prematuros estão sujeitos. As complicações mais comuns são: ameaça de aborto, abortos, partos prematuros, crescimento de um dos fetos prejudicado pela presença do outro ocupando espaço, e a síndrome de transfusão sanguínea de um feto para o outro, colocando em risco a vida de um deles.

Já para a gestante de gêmeos, é normal acontecer um excesso de náuseas e vômitos, o que, em alguns casos, pode, inclusive, comprometer seu estado nutricional, levando à perda de peso. Se houver um agravamento do quadro clínico, pode ser até necessário recorrer á internação, se a mulher não consegue recuperar o peso ideal. Além disso, a gestação de gêmeos aumenta a chance de hipertensão arterial materna, de pré-eclâmpsia, eclampsia, síndrome de HELLP e diabetes gestacional.


E, por fim, na gravidez múltipla existe indicação para cesariana, procedimento no qual ocorre os riscos inerentes a qualquer cirurgia. Por isso, por mais linda quês seja a gravidez de gêmeos, a mulher precisa ter em mente que sua saúde e dos bebês demanda muita atenção. Assim, o acompanhamento pré-natal e o os cuidados com a gestante que carrega mais de uma criança devem ser redobrados.


Por Dra. Maria Cecília Erthal
Ginecologista e Obstetra, Diretora clínica do Centro de Fertilidade da Rede D'Or

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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Qual o melhor tipo de parto?











Muitas são as decisões e providencias que um casal que aguarda a chegada de um filho precisa tomar. Talvez, uma das mais importantes delas, durante esse período de nove meses de espera, seja a opção pelo tipo de parto que irá trazer a criança ao mundo. Essa decisão é tão importante e tão séria, que acaba sendo motivo de muitas dúvidas e preocupações.

A polêmica em torno de qual o melhor tipo de parto, se o parto normal ou a cesárea, e ainda, as dúvidas sobre métodos mais modernos são grandes questionamentos para casais que esperam um bebê.

O primeiro passo dos futuros papais deve ser entender que muitos são os fatores a serem analisados, e que, nem sempre, são uma questão de escolha. Em determinadas situações, realizar um tipo de parto, ao invés do outro, representa segurança para mãe e filho.

As condições físicas e psicológicas da mãe, o conforto para ela e o bebê, as complicações que podem acontecer por conta do uso da anestesia e a recuperação pós-parto... todos esses pontos devem ser considerados.

O importante é trazer o bebê com o máximo de segurança ao mundo. Para isso, a orientação médica no esclarecimento e avaliação de todos os métodos é fundamental. Sob a orientação clara do especialista e tomando uma decisão consciente, a futura mamãe vai se sentir mais segura e confiante, o que ajuda bastante para a realização de um parto com sucesso. Também, a assistência de uma boa e completa equipe médica, uma boa maternidade, com UTI neonatal e todo aparato disponível para resolver qualquer problema que possa surgir é algo indispensável.

Então, sabendo de todos esses fatores, é hora de conhecer um pouco mais sobre todos os métodos de parto possíveis, para fazer uma escolha segura e adequada.

Parto normal - É o método mais aconselhado pelos médicos. Isso porque o parto normal ocorre mais tranquilamente e os riscos de infecções, abscessos e acidentes anestésicos são bem menores do que a cesariana. Além disso, a recuperação no pós-parto é muito mais rápida e a mulher pode voltar logo às suas atividades. Ele exige que a mãe se prepare desde o pré-natal, porque nesse tipo de parto ela participa ativamente, fazendo força para ajudar no nascimento. É necessário que a mãe apresente, quando chegada a hora do nascimento, contrações e dilatação do colo do útero adequadas. Além de estar em boas condições de saúde e apta para este procedimento, a prática de exercícios de respiração ao longo da gravidez pode ajudar o bebê a ser expulso mais rapidamente. Além disso, é comum o médico fazer um corte em um dos lados da vagina (episiotomia) para auxiliar no processo de expulsão.

Cesárea – Essa, apesar de ser totalmente cirúrgica, é a modalidade preferida pelas gestantes – até 90% dos partos realizados nas maternidades brasileiras são cesarianas. Porém, a cesárea é criticada por alguns médicos porque pode trazer consequências para o bebê, como dificuldades respiratórias, ou resultar em infecção hospitalar. Mas a rapidez do parto – cerca de meia hora - e o uso da anestesia, que diminui as dores, fazem com que ela seja a mais popular. Na cesárea, a mãe é anestesiada e fica deitada de costas. Ela participa menos do parto, já que uma cobertura é colocada entre a barriga e as pernas. O bebê é extraído através de um corte de 15 a 20 centímetros e, após várias camadas, o médico atinge o útero. Um auxiliar empurra a barriga para cima, para facilitar a saída do bebê pela abertura feita pelo médico. Assim que o bebê sai, é apresentado à mãe e levado para a sala de pediatria neonatal.

Parto com fórceps – O parto com fórceps alto é uma técnica antiquada e era comumente aplicada a partos feitos com cesariana. O fórceps alto é um instrumento em forma de duas colheres metálicas, utilizado em momentos complicados do parto, com o objetivo de puxar o bebê que está com dificuldade no período expulsivo. Por se tratar de um procedimento traumático, está praticamente abandonado. Hoje, o mais usado é o fórceps de alívio, que trás o bebê quando ele já está mais baixo no canal de parto – ainda assim só em casos onde não há outra solução. A utilização é mais indicada para bebês com pneumopatias ou cardiopatias, entre outros problemas de saúde.

Parto Leboyer – Criado por um médico francês, esse tipo de parto é parecido com o parto normal, com a diferença de que, por meio de técnicas – como uso de trilha sonora e baixa quantidade de luz - busca transformar a sala de parto em um ambiente menos frio mais tranquilo. O pai, ao invés de ficar do lado de fora assistindo, também pode participar.

Parto na água – Esse tipo de parto é pouco praticado no Brasil, já que não é muito convencional. É realizado em uma banheira confortável de água quente e tem o intuito de relaxar a mamãe, para que o parto seja mais fácil e tranquilo. Nem sempre essa prática é uma boa opção. O bebê pode aspirar água para o pulmão, o que pode levar a sérias complicações respiratórias para ele.

Parto de cócoras – É inspirado no parto indígena, mas sem precisar ficar no chão da maternidade. Para expulsar o bebê, a mulher fica de cócoras, acomodada em uma cadeira especial. O diferencial é que a gravidade ajuda na saída da criança, diminuindo as dores e uma grande vantagem é que, por conta de uma maior liberdade de movimento, a compressão de alguns vasos sangüíneos é menor do que em partos realizados com a mulher deitada.

Parto natural – Embora represente um risco bastante grande para mamãe e bebê, há pessoas que ainda preferem ter neném à moda antiga, parindo em casa, sem anestesia, ou intervenção médica. As chances de complicações e infecções são grandes, assim como os de paralisia cerebral e morte fetal. Essa prática não é recomendável, já que apesar do conforto da própria casa, são muitos os riscos desnecessários envolvidos.

Anestesia e pós-parto

Além dos tipos de parto possíveis, esses dois aspectos costumam permear a cabeça de papais e mamães.

Normalmente, a mãe pode escolher qual anestesia quer tomar. No parto normal, ela pode optar entre a peridural e a local. Já na cesárea, a escolha fica entre a peridural e a raquianestesia com agulha fina. Todo procedimento que faz a utilização de anestesia pode trazer complicações. Quanto maior a dose, como nas cesarianas, maior o risco. Cefaléia, diminuição da pressão arterial e da atividade uterina e, em casos mais sérios, dificuldades como taquicardias ou paradas cardio-respiratórias são algumas das dificuldades que podem ocorrer.

O pós-parto em geral costuma ser tranquilo para todos os casos, já que o corpo da mulher é preparado para a gestação e para este período após o parto. Mas é claro que as complicações podem ocorrer. A cesárea exige mais cuidados e costuma reter a mulher por mais tempo no hospital, aguardando uma recuperação mais segura. Enquanto mães que fizeram partos sem cirurgia saem do hospital em até 24 horas, as que realizaram a cirurgia precisam de pelo menos 48 horas de observação. As atividades físicas de quem fez parto normal podem ser retomadas em duas semanas, enquanto quem passou pela cesariana precisa esperar um mês.

Se você ainda está em dúvida sobre a melhor opção, não hesite em expor ao seu médico. Ele é a pessoa mais indicada para esclarecer todos os riscos, vantagens e necessidades da sua gestação.


Por Dra. Maria Cecília Erthal
Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Barra D'Or

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Casais HIV sorodiscordantes












Hoje abordaremos um tema delicado: como tornar possível a gravidez de um casal HIV sorodiscordante sem que o bebê seja contaminado pelo vírus. Esses casais são aqueles em que um parceiro é soropositivo e o outro, soronegativo.

Trata-se de um assunto muito importante porque a maior parte dos 40 milhões de pessoas infectadas pelo vírus do HIV é composta de adultos heterossexuais em idade reprodutiva, uma vez que a relação sexual desprotegida é a principal via de contaminação tanto para homem, como para a mulher.

Até algum tempo atrás, descobrir que se era positivo para o vírus HIV era quase uma sentença de morte. Mas, com o grande progresso das terapias anti-virais, boa parte das pessoas contaminadas pelo vírus não chega a manifestar a síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA ou AIDS) provocada por ele. Felizmente, hoje, essas pessoas podem manter seu ritmo de vida normal, tornando possível seguir com os planos e sonhar com a ideia de constituir uma família.


Um casal HIV sorodiscordante pode, sim, ter um bebê sem o vírus HIV. Isso é possível porque, na verdade, não é o espermatozoide que contem o vírus, mas as outras células presentes no sêmen. Assim, a reprodução assistida pode tornar o sonho da maternidade possível por meio das técnicas de inseminação intra-uterina e fertilização in vitro. Nessas técnicas, é feita a seleção dos espermatozóides com maior chance de fertilização, bem como o isolamento das demais células presentes no sêmen, principal fonte de contaminação na relação sexual sem proteção.

São procedimentos já feitos há muitos anos em várias clínicas da Europa, que realizam tratamentos para obtenção da gravidez em casais cuja mulher é HIV-negativo e o homem, HIV-positivo, sem qualquer registro de casos de contaminação das mulheres ou dos bebês. A gravidez sem risco ao bebê também é possível nos casos em que a futura mamãe é HIV-positivo. Para isso, existem critérios médicos e laboratoriais que permitem a liberação da mulher para gravidez.

Em qualquer situação, no entanto, estejam infectados ambos ou apenas um dos parceiros, é preciso ter em mente que a gravidez deve ser sempre um trabalho conjunto do médico infectologista, do especialista em reprodução assistida e do casal que tanto deseja conceber.

Por Dra. Maria Cecília Erthal
Ginecologista e obstetra, diretora clínica do Centro de Fertilidade da Rede D'Or

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Cuidados para ter uma gestação saudável











A gestação é um período repleto de expectativas na vida da mulher. Muitas são as dúvidas que surgem, principalmente do que deve ou não ser feito nesse momento tão especial que é a espera por um filho. Ter um estilo de vida saudável é fundamental durante a gestação, já que tudo que a gestante faz tem efeito direto no bebê, com consequências que podem afetar toda a vida da criança. Por isso, a futura mamãe tem que estar atenta às suas atitudes, para incorporar à sua rotina hábitos saudáveis e abandonar os que podem prejudicar a gestação.

Já diz o velho ditado que gravidez não é doença! Se a mulher está apresentando uma gravidez normal e não de risco, ela pode seguir com suas atividades usuais, sem necessariamente privar-se de alguma coisa. Claro que os cuidados devem existir, as tarefas devem ser moderadas, mas ela pode seguir com sua rotina normal de vida.

As atividades físicas são fundamentais para a mulher em gestação. Além de ajudarem no combate à ansiedade, ajudam também no controle de peso que as gestantes costumam ter ao longo dos nove meses. E as melhores atividades físicas para as grávidas são aquelas realizadas dentro da água. Elas facilitam o retorno venoso pela pressão que a água exerce sobre o corpo, e, claro, no caso de quedas, o perigo é muito menor.

Assim como os exercícios físicos, a alimentação também é um item importante na lista de toda grávida que quer passar saudável pelos nove meses. Um nutricionista pode ajudar, desenvolvendo uma dieta rica nos nutrientes que ela precisa.

Na fase de gestação, a mulher deve ter consciência de que vai passa por alterações fisiológicas e essas mudanças também levam a diferentes necessidades e cuidados que ela deve ter. O trabalho que a mulher desempenha, por exemplo, deve ser avaliado pelo médico obstetra a fim de se assegurar que ela pode exercê-lo sem problemas. Pela legislação vigente no país, caso seja detectado, pelo médico, risco para a gestante, a opção é solicitar alteração da função exercida, ou, até mesmo, indicar que ela fique de licença até a chegada do bebê.

Grande também é a polêmica em torno de uma vida sexual constante durante a gestação. O sexo nesse período não é contra-indicado, levando-se em conta casos onde exista contra-indicação específica pelo médico obstetra. É muito importante para a mulher, já que faz bem à auto-estima e toda relação de carinho é fundamental para o bem-estar da mamãe e do bebê.

Os maus hábitos sim, esses devem ser evitados a todo custo. A gestante que fuma, precisa já parar com o cigarro, pois além de prejudicar a sua saúde – e a de todos que estão ao seu redor, este vício pode influenciar no peso e altura do bebê, gerando crianças abaixo das medidas ideais e ocasionando má formação do feto. A ingestão de bebida alcoólica é outro hábito prejudicial e não indicado para as gestantes. A nicotina e o álcool atravessam a barreira placentária. O álcool, inclusive, pode levar a má formações fetais, e ambos acarretam crise de abstinência pós parto nos bebês.

Embora pareça ser difícil abandonar esses maus hábitos, há boas formas de substituí-los por outros mais saudáveis. Para reduzir a ansiedade depois de largar o cigarro, exercícios físicos são a melhor alternativa, desde que sob orientação médica. Outra ótima opção é experimentar novos sabores. Vale provar sucos de frutas diferentes, experimentar comidas. Adotar novos hobbies e tudo mais que distraia a atenção desses maus hábitos.

Por Dra. Maria Cecília Erthal
Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Barra D'Or

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Diabetes gestacional e pré-eclâmpsia












Durante os nove meses de gestação, a mulher deve estar sempre atenta à sua saúde e à do bebê. Alimentação adequada, exercícios moderados e alguns cuidados são muito importantes para que esse período seja de felicidade e bem-estar. Além disso, entender algumas condições que podem ameaçar a saúde é fundamental para garantir uma gravidez saudável.

Duas doenças bastante graves podem aparecer nesse período e ameaçar a gravidez: o diabetes gestacional e a pré-eclampsia. Certamente, as mulheres que realizam um pré-natal bem orientadas por seus médicos já ouviram bastante falar de ambas. Porém, ter informação nunca é demais, especialmente porque a manifestação desses problemas tem muito a ver com o estilo de vida que se escolhe levar nesse período.

O diabetes gestacional é a alteração das taxas de glicose (açúcar) no sangue que surge, ou é identificado, pela primeira vez durante a gravidez e pode persistir ou desaparecer depois do parto. Como o diabetes do tipo 2, acredita-se que essa doença seja resultado de uma resistência exagerada à ação de insulina. Ainda não se sabe a causa exata, mas sim que a gestante naturalmente já tem uma tendência a desenvolver certa resistência e um conjunto de fatores de risco podem expor a mulher a maiores chances de desenvolver o diabetes.

Por exemplo: se a futura mamãe tem mais de 25 anos, é obesa, ou ganha muito peso durante a gestação, especialmente com concentração de gordura na região do tronco, é preciso estar atenta. Suas chances de desenvolver o diabetes gestacional aumentam muito. Da mesma forma, se ela tiver história familiar de diabetes, é preciso redobrar os cuidados. Outro fator que pode levar ao desenvolvimento da doença é o crescimento excessivo do feto e doenças como hipertensão e pré-eclâmpsia, que explicarei melhor, em seguida.

Ter atenção às gestações anteriores também é super importante. Se a mãe tiver gerado bebês com excesso de peso, ou já tiver desenvolvido a doença anteriormente, é possível que isso venha a se repetir em gestações futuras. Problemas obstétricos como morte fetal, ou neonatal também indicam mais cuidado com a gravidez atual.

Durante a gravidez, o corpo da mulher (mais especificamente, a placenta) produz hormônios importantes para o desenvolvimento do bebê. Estes aumentam a sua resistência à ação da insulina. Por isso, especificamente a partir da 24ª semana de gestação, é importante que a mamãe faça exames que verifiquem a possibilidade de desenvolvimento da doença. E nessa altura que as taxas hormonais ficam mais elevadas e o diabetes gestacional costuma surgir. O mais grave é que mulheres que passam pelo problema durante a gravidez, costumam ter mais chances de desenvolver o diabetes do tipo 2 depois de ter o bebê.

O tratamento inicial costuma ser dieta alimentar elaborada por uma nutricionista, exercícios físicos sob orientação e acompanhamento médico regular. No caso do diabetes, é preciso também cuidado rígido com as taxas de glicose e, em alguns episódios, a aplicação de insulina.

E mais: com o aparecimento do diabetes, é possível que ocorra também o desenvolvimento da pré-eclampsia, também conhecida como toxemia. Na prática, para a gestante, a pré-eclâmpsia se manifesta como aumento de pressão arterial (hipertensão) e inchaço por retenção de líquidos (edema). Não é preciso alarde, porque a doença pode ser evitada e controlada. Só que, se não diagnosticada rapidamente, a pré-eclâmpsia pode evoluir para um quadro de eclampsia, levando a convulsões, coma e, em alguns casos, também pode ser fatal.

Cerca de 10% das grávidas chegam a apresentar quadros de pré-eclâmpsia, na maiora das vezes, de forma leve e, costumeiramente, na segunda metade da gestação. A ameaça para o bebê é que ela porque pode diminuir o fluxo de sangue para a placenta. Se a mãe tem problemas de pressão alta, casos de hipertensão na família, as chances de apresentá-la aumentam. Da mesma forma, as mamães de primeira viagem também costumam estar mais expostas ao problema.

Além de uma boa alimentação antes e durante a gravidez, não existe uma forma de prevenir a doença. Contudo, com um bom pré-natal e realizando os exames indicados pelo médico, a gestante consegue detectar o problema ainda no início e pode seguir o tratamento correto, sem maiores riscos para ela ou o bebê. O tratamento indicado é, em geral, repouso e ingestão de pouco sal. Em casos mais graves, o médico também pode indicar internação hospitalar e antecipação do parto.

Para não correr riscos desnecessários, toda a mulher deve ter consciência de que o momento da gravidez é especial e demanda cuidados. Assim, manter o acompanhamento pré-natal regular e ter a seu lado um médico de confiança é indispensável. Se você vai ser mãe, converse bastante com seu médico a respeito desses problemas, pois, estando informada, você pode ter uma gravidez tranquila e garantir muita saúde para você e seu bebê!


Por Dra. Maria Cecília Erthal
Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Barra D'Or

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sexta-feira, 19 de junho de 2009

Estria tem tratamento











Grande vilã da vaidade feminina, a estria é um tipo de lesão na pele que incomoda e constrange muitas mulheres. Todo esse pavor se deve ao fato de que elas causam marcas bastante visíveis na pele e são de difícil tratamento; quase que encaradas como marcas para toda a vida.

Apesar de comum também em homens - principalmente no chamado “estirão”, quando os meninos crescem mais rápido do que a pele consegue se adaptar, ou então, em casos de obesidade ou hipertrofia muscular - são as mulheres as mais atingidas pelo problema.

As estrias acontecem quando há uma tensão, um estiramento exagerado na pele, seja por aumento de gordura na região ou do volume muscular, enquanto as fibras locais ainda estão em formação. Ou seja, a pele local não consegue acompanhar o volume de massa de um determinado local do corpo, já que suas fibras elásticas ainda estão se desenvolvendo.

No local onde aparece a estria, há um afinamento da pele, causando o rompimento das fibras elásticas. É esse rompimento que causa na pele o aspecto semelhante a pequenos sulcos, que primeiro são avermelhados, e depois vão se tornando esbranquiçados.

As regiões mais comuns e vulneráveis ao aparecimento de estrias são as laterais das nádegas, coxas, barriga e mamas, que têm uma concentração maior de tecido adiposo.

Há duas fases da vida da mulher quando é maior a tendência ao seu aparecimento: a adolescência e durante a gravidez. No primeiro caso, as estrias surgem mais nas mamas e na parte interna e externa das coxas, regiões que se desenvolvem quando a menina está passando da infância para a puberdade. Já durante a gravidez, as estrias atacam a barriga da futura mamãe e as mamas, que aumentam por conta dos hormônios e produção de leite materno.

Além disso, é comum também o aparecimento de estrias em pessoas que fazem uso de alguns medicamentos, como os corticosteróides, por exemplo. Quando utilizado de maneira sistêmica, ou até mesmo o uso tópico pode causar o aparecimento dessas lesões tão indesejáveis.

Para prevenir as estrias, é recomendável que se evite ganho e perda constante de peso, exageros no desenvolvimento muscular nas academias e o sobrepeso, sobretudo na gravidez. Dieta saudável e prática regular de exercícios aliadas a uma constante hidratação da pele são outras medidas nesse combate. O tratamento clínico deve ser feito por um dermatologista e os melhores resultados são alcançados quando elas ainda estão avermelhadas. Atualmente, existem alguns procedimentos cirúrgicos e aplicação de certos tipos de laser que podem render ótimos resultados.

O ideal é sempre a prevenção. Mas se as estrias já apareceram, não se desespere. Há sim solução para amenizar as marcas. Alguns tratamentos como peelings, aplicação de ácidos, como, por exemplo, o retinóico, e algumas outras técnicas disponíveis no mercado têm trazido resultado satisfatório a muitas mulheres. Mas muito cuidado... Nada de tentar fórmulas milagrosas. Procure um médico especializado. Só ele poderá dizer como tratar o problema e garantir sua segurança e bons resultados.

Por Dr. Sergio Serpa
Dermatologista do Hospital Copa D'Or

Clique no ícone e ouça o Dr. Sergio Serpa falando sobre as estrias


quinta-feira, 18 de junho de 2009

Quem tem medo da celulite?












A celulite é um mal que atinge principalmente o corpo feminino. Para muitas mulheres, ela é a inimiga número um do biquini e da minissaia. Os furinhos são resultado da degeneração do tecido adiposo de algumas regiões da pele com maior concentração de gordura, fruto de alterações na nutrição dessas áreas.

Muitos são os fatores que provocam os distúrbios na nutrição da pele, mas, aparentemente, a predisposição genética é o principal. Além dela, também são apontados como motivos as alterações hormonais, o uso de anticoncepcionais e o sedentarismo. Isso sem falar, é claro, na alimentação desregrada, com a ingestão de muita gordura, açúcar e sal; e de álcool, que favorece a formação de gordura e, consequentemente, o aparecimento de celulite.

Se você, como nove entre dez mulheres em todo o mundo, também sofre com a celulite, não precisa se desesperar: já existem, hoje, algumas drogas e tratamentos capazes de melhorar bastante o aspecto da pele, como a carboxiterapia, a mesoterapia e a drenagem linfática.

Mas embora esses tratamentos sejam bastante eficazes no combate às celulites, é importante lembrarmos que ainda não há comprovação de que seu efeito seja superior à manutenção de hábitos saudáveis de vida. Por isso, melhor do que apelar para os tratamentos, é adotar medidas que impeçam essas visitantes desagradáveis de se instalarem. Veja abaixo algumas dicas de como evitar as celulites:

- Dê preferência a sapatos de saltos baixos, pois o salto alto dificulta a circulação.

- Melhore sua alimentação: evite consumir frituras e açúcar refinado, aumente a ingestão de frutas, vegetais crus ou cozidos e alimentos ricos em fibras. Não esqueça de que o sal em excesso provoca a retenção de líquido, fator importante para o surgimento da celulite.


- Evite refrigerantes e bebidas alcoólicas em geral. Em vez disso, procure beber bastante água, fundamental para eliminar as toxinas do organismo e manter a pele sempre bonita.

- Deixe o sedentarismo de lado! A prática de exercícios não só combate as celulites como ajuda a deixar o corpo mais bonito como um todo. Os mais aconselhados contra os furinhos indesejáveis são a natação e a hidroginástica, pois trabalham harmoniosamente toda a musculatura e ainda massageiam os tecidos.

- Quando ficar muito tempo em pé ou sentada, coloque um pouco as pernas para cima, para facilitar o retorno do sangue venoso. Outra boa medida para isso é flexionar e estender os dedos dos pés e fazer rotação externa, interna, flexão e extensão dos tornozelos.

- Prefira as peças de roupas mais folgadas e confortáveis. Não use cintas redutoras, que dificultam a circulação venosa e linfática, assim como as roupas justas.

- Não fume! As substâncias presentes no cigarro aumentam a espessura dos vasos sanguíneos, dificultando também a circulação.

Por Dr. Sergio Serpa
Dermatologista do Hospital Copa D'Or

Clique no ícone e ouça o Dr. Sergio Serpa falando sobre a celulite


quarta-feira, 17 de junho de 2009

Proteção solar - garantia de uma pele bonita e saudável por mais tempo












O principal aliado para quem deseja uma pele saudável e bonita são os filtros solares. Isso porque eles são essenciais não só para evitar que a pele fique ardida depois de exposta ao sol, como, principalmente, para prevenir o envelhecimento e diminuir a incidência do câncer. A importância do cuidado com a pele é tão grande, aliás, que deve começar cedo; mais exatamente antes do primeiro ano de vida, quando já é recomendável a aplicação regular e diária do filtro solar. Afinal, quanto antes se começar a proteger a pele, menor a exposição que ela terá aos efeitos nocivos do sol.

Atualmente, não faltam no mercado produtos de qualidade, que atendem às exigências médicas e peculiaridades de cada tipo de pele, ou até mesmo estilo de vida, como no caso de atletas e pessoas que trabalham muito expostas ao sol. Para as mulheres, há ainda alternativas de protetores solares para uso diário, como produtos sem cheiro ou específicos para o rosto e corpo. Já no caso dos bebês, há filtros específicos, de composição mais suave para não danificar sua pele mais sensível, nem provocar intoxicações.

Mas é muito importante termos em mente que, apesar de fundamental, apenas o uso de filtros solares não é suficiente para manter a pele protegida. Para isso, a mudança de hábito é tão ou mais importante. O uso de roupas adequadas, o costume de se usar chapéus e óculos escuros, evitar exposição prolongada e os horários de maior incidência de raios ultravioleta, ou seja, entre 10 e 15 horas, por exemplo, são algumas das medidas essenciais para preservar a pele da exposição excessiva ao sol.

Por Dr. Sergio Serpa
Dermatologista do Hospital Copa D'Or

Clique no ícone e ouça o Dr. Sergio Serpa falando sobre os filtros solares


terça-feira, 16 de junho de 2009

O sol e pele: limites para manter a saúde e evitar riscos













Com a temperatura amena e a sensação de que os raios solares são “mais fracos” durante o outono, muita gente acaba deixando a preocupação com a proteção da pele um pouco de lado nos meses mais frios do ano. Se você é uma dessas pessoas, já está mais do que na hora de rever seus conceitos: a proteção contra os raios solares deve ser um hábito constante e essencial durante o ano inteiro.

A exposição ao sol de forma adequada é fundamental para a saúde da mulher e a manutenção da pele. A luz solar atua na calcificação óssea, prevenindo a osteoporose, influencia na liberação de hormônios e traz uma série de outros benefícios à saúde, quando não usufruída excessivamente.

Um dos principais benefícios está associado à produção da vitamina D no organismo. Segundo estudos, essa vitamina protege contra certos tipos de câncer, como o de mama e também contra a osteoporose. Porém, a exposição crônica e exagerada ao sol pode trazer efeitos indesejáveis à epiderme. Isto porque os raios ultravioletas da luz solar penetram na pele e causam alterações do material genético de nossas células cutâneas, fazendo com que a quantidade de fibras colágenas diminua. A longo prazo, a pele vai ficando áspera e cada vez mais fina e exposta.

A demasiada exposição ao sol também pode causar alterações nas células que produzem o pigmento da pele, fazendo aparecer manchas claras ou acastanhadas. As rugas, sulcos profundos, flacidez e coloração amarelada são também decorrentes da exposição aos raios solares e, inclusive o câncer da pele.

Assim, as vantagens trazidas pela exposição solar, especialmente no nosso país, em que temos o privilégio de ter bastante radiação disponível o ano todo, podem se transformar em perigos para a saúde. Sendo assim, o melhor é sempre seguir o bom senso. É importante só se expor ao sol na parte da manhã, até as 10h; ou à tarde, após as 15h. Além disso, o uso diário de filtro solar é indispensável.

E lembre-se: em exposições mais prolongadas, o filtro solar deve ser reaplicado diversas vezes. Filtro solar, bonés, barracas e o proveito inteligente do sol são os principais aliados de uma pele saudável.

Por Dr. Sergio Serpa
Dermatologista da Rede D'Or

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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Pele na gravidez












Um dos problemas mais comuns enfrentado pelas grávidas é o escurecimento da pele em certas regiões do corpo. Por causa de uma série de alterações metabólicas e hormonais, como o aumento da produção de progesterona, as gestantes ficam muito mais suscetíveis a alterações pigmentares. Cerca de 75% das grávidas percebem manchas, escurecimento de áreas como mamilos e linha central do abdome, ou pintas e cicatrizes mais destacadas. Porém, cada organismo reage de maneira diferente e, em muitos casos, essas marcas desaparecem após a gravidez. Para aquelas mamães que se sentem incomodadas com as marcas da gravidez na pele, já existem tratamentos específicos que o próprio dermatologista pode indicar. Apesar disso, todas elas devem estar atentas para cuidados básicos especiais que este período demanda.

O melasma, por exemplo, que é a famosa mancha que aparece no rosto de algumas grávidas, pode ser prevenido com a ajuda do filtro solar. Certas áreas da pele são mais propensas ao escurecimento, como o rosto, as axilas, as coxas, o períneo e as cicatrizes e pintas, por isso a atenção a essas regiões deve ser redobrada. Durante a gravidez, o dermatologista deve indicar cosméticos adequados ao tipo da pele, protetores solares diários e cremes hidratantes especiais são capazes de proteger contra essas.

Já a hiperpigmentação da linha escura vertical no centro da barriga e da aréola mamária é muito comum em boa parte das grávidas e costuma desaparecer de forma parcial ou completa. Caso isso não ocorra naturalmente, pode se recorrer ao tratamento com produtos despigmentantes, mas apenas após o desmame do bebê.

Para a gestante, o uso do protetor solar é fundamental, bem como evitar a exposição demasiada ao sol. Há bons clareadores disponíveis no mercado. Mas, todo cuidado é pouco e muitos produtos, como os que contêm ácido retinóico e glicólico, são contra-indicados durante a gestação. Por isso, consulte sempre um especialista.

Já as estrias são outro grande vilão durante a gestação. Elas variam de mulher para mulher, mas, como via de regra, ao evitar o ganho de peso excessivo, utilizar hidratantes adequados e evitar o uso em excesso de sabonetes e os banhos muito quentes, a grávida consegue prevenir-se contra esse problema. Hidratantes de boa qualidade a base de óleos (amêndoas e uva, por exemplo) em regiões propensas como abdome, quadril e seios, costumam produzir bons resultados.

Toda futura mamãe já sabe, mas não custa lembrar: um programa de atividades físicas próprias para gestantes também traz grandes benefícios, além, é claro, dos cuidados com a alimentação. Ao ingerir bastante líquido, sua pele vai se manter mais hidratada e bonita.

Dr. Sérgio Serpa
Dermatologista do Hospital Copa D’Or


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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Dislipidemia - Quando o sangue fica "gordo"













Apesar do nome estranho e, talvez, exatamente por causa dele, muita gente não entende bem do que se trata a dislipidemia. A dislipidemia nada mais é do que o aumento anormal de lipídios no sangue, na maioria dos casos, triglicerídeos e/ ou “colesterol ruim” (LDL). Os lipídios são moléculas de gordura extremamente importantes ao organismo, por desempenharem funções no metabolismo, mas, quando em excesso, tornam-se muito perigosos. Por isso, a dislipidemia representa um importante fator de risco para doença cardíaca ou derrame e pode, inclusive, levar à morte.

O problema pode ter várias causas. A origem pode ser tanto genética, como consequência de doenças (por exemplo, insuficiência renal e hipertireoidismo), ou do uso de certos medicamentos (anabolizantes, inclusive); e, ainda, resultado de uma dieta rica em colesterol (gorduras saturadas) e triglicerídeos (carboidratos).

Como também pode ser uma condição assintomática, o paciente, a longo prazo, acaba por acumular essas substâncias nos vasos sanguíneos formando placas que levarão à diminuição da circulação sanguínea, criação de trombos, ou à obstrução do vaso. Dessa forma, pessoas com dislipidemia podem desenvolver aterioesclerose, infarto, angina, AVC e doenças vasculares de uma forma geral.


Para evitar a doença é preciso entender primeiro quais os fatores de risco que a antecedem. A mulher que tem problemas de hipertensão arterial, ou é diabética, tem casos de dislipidemia na família, fuma, tem colesterol HDL (“bom colesterol”) muito baixo, ou já passou dos 55 anos, deve estar atenta.

Apesar da doença nem sempre poder ser prevenida (quando de origem genética), o melhor a se fazer é manter exames regulares de colesterol e triglicérides (lipidograma) e se precaver com alimentação balanceada e exercícios regulares. Comer menos gordura e aumentar o consumo de fibras, vegetais e frutas; procurar alimentos riscos em Omega 3 (peixes e oleaginosas); abandonar o sedentarismo e o fumo, são passos em direção à saúde e armas importantes contra a dislipidemia.

Por Dra. Vera Cuoco
Endocrinologista da Rede D'Or

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quinta-feira, 11 de junho de 2009

Osteoporose













O tema de hoje é um assunto muito delicado, principalmente para as mulheres mais idosas: a osteoporose, doença que atinge uma em cada quatro mulheres brasileiras. Ela é caracterizada pela diminuição da massa óssea e a deterioração da estrutura dos ossos, tornando-os mais frágeis e, consequentemente, mais exposto a fraturas. O problema é tão grave que, nelas, o risco de morte por fratura de quadril é igual ao de morrer por câncer de mama, uma das doenças que mais vitimam mulheres mundo afora.

Os casos de osteoporose podem ser divididos da seguinte maneira:

Primária – É a forma mais comum, resultado de uma perda óssea relacionada à menopausa ou ao envelhecimento. Costuma surgir nos primeiros dez anos após o fim da menstruação.

Secundária – Causada por medicações e outras condições que predispõem à perda de massa óssea. Ocorre geralmente após os 70 anos, estando relacionada à diminuição da formação óssea e à redução da capacidade de produção da vitamina D, devido à diminuição da absorção intestinal de cálcio.

Os fatores de risco para o desenvolvimento da osteoporose são, além da idade avançada, o baixo peso corporal, uma dieta inadequada (com excesso de cafeína e baixa ingestão de cálcio), irregularidades menstruais, sedentarismo e alcoolismo. Além disso, quem tem histórico de osteoporose, principalmente por parte materna, deve tomar um cuidado extra, bem como as mulheres brancas, mais propensas a desenvolver o problema.

Para prevenir a osteoporose e suas complicações, é importante praticar exercícios físicos regularmente e evitar o tabagismo e o excesso de álcool. Para as mulheres que já atingiram a menopausa, a reposição hormonal também pode ser um aliado interessante. Já no caso das idosas, é fundamental adotar estratégias para redução de quedas nos cômodos da casa, assim como consultar um médico para que ele indique suplementos vitamínicos, alimentos e remédios que possam amenizar o problema.

Por Dra. Vera Cuoco
Endocrionologista da Rede D'Or


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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Pré-diabetes: controle é fundamental













Dando continuidade ao assunto abordado ontem no blog, falaremos hoje sobre o pré-diabetes. Esse é o termo usado para identificar as pessoas que possuem risco potencial de desenvolver diabetes do tipo 2, pois já apresentam elevação anormal dos níveis de glicose no sangue, mas tais níveis ainda não estão altos o suficiente para caracterizarem a doença.

A melhor maneira de se identificar o pré-diabetes é por meio da dosagem periódica do nível da glicemia no sangue. É considerado pré-diabético quem apresenta taxa de glicemia de jejum entre 100 e 125mg/dl. Após diagnosticado o problema, através de um teste de tolerância à glicose, cujo resultado da glicemia de 120 min deverá estar até 140 mg/dL, é fundamental o acompanhamento médico e o tratamento com medicamentos para evitar que o quadro evolua para o diabetes do tipo 2.

Mas se você já está pensando em correr para o médico para verificar sua glicemia, muita calma: nem todas as pessoas precisam fazer o teste para saber se têm pré-diabetes. Quem deve medir a glicemia para o diagnóstico do pré-diabetes ou de diabetes mellitus são as pessoas maiores de 45 anos, principalmente aquelas acima do peso ideal. No entanto, algumas pessoas mais novas ou que não apresentam sobrepeso também devem realizar o teste caso apresentem alguns fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes. Esses fatores são: histórico familiar de diabetes, sedentarismo, hipertensão arterial, nível de colesterol ou triglicérides alterados, síndrome dos ovários policísticos, histórico de doença vascular ou, ainda, mulheres que tiveram bebês com mais de 4kg.

Se você se enquadra no chamado grupo de risco, não deixe de procurar um especialista e fazer avaliações regulares. Apesar de o pré-diabetes ser um estado intermediário entre a normalidade e o diabetes do tipo 2, é importante ressaltarmos que nem todos irão deixar a condição de pré-diabéticos para tornarem-se realmente diabéticos. Estudos comprovam que as pessoas que adquirem novos hábitos de vida, como a prática regular de exercícios físicos e a diminuição de cerca de 10% do peso corporal, têm bastante diminuídas as chances de se tornarem diabéticas.


Por Dra. Vera Cuoco
Endocrionologista da Rede D'Or

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terça-feira, 9 de junho de 2009

Diabetes – A melhor saída ainda é prevenir e cuidar













Doença grave, o diabetes é um problema sério de saúde pública, não só pelo número crescente de indivíduos que atinge, mas também pelos custos elevados envolvidos no controle e prevenção de suas complicações. A cada ano que passa, o diabetes incapacita e causa a morte de mais pessoas principalmente entre as mulheres, que são as mais afetadas.

Estima-se que até o ano 2025 teremos 300 milhões de pessoas com a doença em todo o mundo. O número é resultado de aumento da longevidade dos indivíduos, a partir da segunda metade do século XX, crescimento do consumo de gordura saturada, sedentarismo e, principalmente, por conta da obesidade.

Diabetes Mellitus, nome científico do mal, é uma doença crônica degenerativa, que envolve um grupo de alterações metabólicas, com causas diversas. É caracterizada por hiperglicemia (aumento da glicose no sangue), ocasionada por uma deficiente produção de insulina( hormônio produzido pelo pâncreas) ou resistência insulinica (produção hormonal é normal ou elevada , mais a ação do hormonio não é eficaz).

O diabetes se divide em duas classificações: tipo 1 e 2. O do tipo 1 pode ser de natureza auto-imune ou idiopático (causa desconhecida) e ocorre por destruição da célula que produz a insulina no pâncreas, levando a uma deficiência absoluta desse hormônio. Ou seja, o organismo não produz insulina. Ele ocorre entre 10% a 20% dos casos, sendo predominante em crianças e adolescentes (cerca de 80% dos casos surgem antes dos 18 anos). Uma característica desse tipo de diabetes é que, normalmente, os pacientes são magros ou estão dentro do peso ideal.

Já o tipo 2 do diabetes é caracterizado pela produção de insulina pelo pâncreas, porém há incapacidade do organismo em absorver o hormônio regulador da glicose. É responsável por 80 a 90% dos casos de diabetes e surge habitualmente após os 40 anos. Cerca de 80% dos portadores deste tipo de diabetes são obesos. Ultimamente, presenciamos um aumento dramático desta doença em crianças e adolescentes, o que parece estar relacionado com a taxa de obesidade nesse grupo etário. Há diversos fatores de risco para o diabetes tipo 2. Entre eles: histórico familiar, hipertensão arterial e taxas de HDL e triglicerídeos fora dos padrões.

No caso do diabetes tipo 1, não há prevenção específica. A atenção tem que estar voltada aos sintomase, que são a taxa de HDL baixo e triglicerídeos elevados, para que não se tenha um início tardio no tratamento, o que poderia comprometer seriamente a vida do paciente. Os sintomas são: muita fome, sede e aumento do volume de urina, ou seja, o paciente passa a ir muitas vezes ao banheiro, associados à perda de peso.

Em diabetes tipo 2, o ideal é o acompanhamento regular das taxas de glicose no sangue, por meio de exames indicados pelo médico, quando o paciente tem histórico familiar e já se encontra acima do peso, ou sofrendo de obesidade. Isto porque o tipo 2 tende a ser pouco sintomático, ou assintomático e associado a ganho de peso.

Levar uma vida saudável, com boa alimentação, prática regular de atividades físicas é a receita ideal para a prevenção de qualquer doença. Principalmente quem sofre de diabetes tem que ter a consciência de que está diante de uma doença extremamente séria e que implica em uma rotina regrada, aliada ao tratamento indicado pelo médico.

Por Dra. Vera Cuoco
Endocrinologista da Rede D'Or

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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Bulimia e anorexia – transtornos alimentares tipicamente femininos












Seja pela pressão social por um padrão físico idealizado, seja pela popularização de dietas e assuntos relativos a nutrição, o problema dos transtornos alimentares está cada vez mais em voga. Casos e mais casos de meninas vêm à tona pela mídia e chocam pela agressão que causam à saúde, levando, algumas vezes, até à morte.

É preciso ser muito criterioso ao definir essas doenças, pois muitas pessoas ainda os confundem com algo que depende da vontade de quem sofre com eles. Na verdade, são doenças psiquiátricas sérias, caracterizadas por graves alterações do comportamento alimentar e se incluem em duas categorias diagnosticas principais: a anorexia nervosa (AN) e a bulimia nervosa (BN).

Apesar de afetar indivíduos de qualquer sexo, idade, raça ou nível social, mais de 90% dos pacientes são do sexo feminino e 75% são ainda adolescentes quando o problema começa a se desenvolver. Atualmente, essas doenças são motivo de grande preocupação por parte de médicos de todo o mundo, pois vêm sendo cada dia mais frequentes nas sociedades industrializadas, especialmente entre as classes econômicas média e alta.

Aprender um pouco mais sobre esses transtornos pode não apenas ajudar as mulheres a entender os riscos que a obsessão pelo peso oferece, como a identificar caso comecem a apresentar algum desses sintomas. Caso desconfie que possa estar desenvolvendo alguma dessas patologias, ou conheça alguém que sofra com elas, procure ajuda especializada. Os transtornos alimentares são problemas muito sérios e que demandam acompanhamento médico. Diante da suspeita diagnóstica, a família deve incentivar a busca de ajuda, cujo tratamento será realizado por equipe multiprofissional e, em alguns casos extremos, há até mesmo a necessidade de internação hospitalar.

O que é a anorexia nervosa?

É caracterizada por um pavor de se tornar gorda e uma obsessão por ser magra, levando a uma insuficiente ingestão calórica para manter o peso. O curso da doença é caracterizado por perda de peso progressiva e continuada e perturbação da imagem corporal, onde a paciente se recusa a reconhecer seu estado corporal atual, o que a leva ao isolamento social.

A gravidade da doença pode ser avaliada pelo IMC, sendo maior ou igual a 17,5, como um dos critérios diagnósticos. Os principais sintomas são: secura da pele; redução dos pelos; baixo batimento cardíaco e pressão arterial; edema (inchaço); alterações hormonais endócrinas - como ausência de menstruação, doenças tireoidianas, quadro de desnutrição protéico calórica e osteoporose, entre outras complicações, além do agravamento dos distúrbios psiquiátricos.

O que é a bulimia nervosa?

A paciente tem medo excessivo de ficar gorda e a doença se expressa por três aspectos de comportamento básicos: um forte e incontrolável impulso de comer demais; medo de sentir-se “cheia demais” com os alimentos, o que leva a paciente a induzir a vômitos; e também abuso de agentes purgativos (laxantes).

O quadro clínico se traduz por episódio de compulsão alimentar seguindo imediatamente por atitude compensatória (vômitos, diuréticos e ou laxantes) podendo ocorrer com frequência variável semanal ou trimestral. Esses episódios costumam ocorrer às escondidas, acompanhados de vergonha, culpa e desejo de autopunição. Para se ter uma idéia, os vômitos autoinduzidos são usados por 90% das pacientes, o uso de laxantes e a prática exagerada de exercícios físicos em 60% e jejum prolongado em 30%.

Outra característica marcante da bulimia é o comportamento antissocial, sendo os distúrbios de personalidade muito mais marcantes na bulimia do que na anorexia.

E atenção: pacientes bulímicas podem apresentar os mesmos sintomas que aquelas com anorexia, se estiverem abaixo do peso. Já com peso normal, ou sobrepeso, os sintomas são mais relacionados a episódios purgativos.


Por Dra. Vera Cuoco
Endocrinologista da Rede D'Or

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sexta-feira, 5 de junho de 2009

Dor de cabeça: culpe os hormônios!












Você costuma ter crises de dor de cabeça latejante, daquelas que pioram com qualquer movimento e chegam a durar horas ou até dias? Se sim, você está entre os cerca de 20% da população mundial afetada pela enxaqueca. E as mulheres são as mais atingidas: para cada dois homens, são cinco mulheres que sofrem com o problema, tendo a vida prejudicada pela incapacidade temporária provocada pelas fortes crises de dor de cabeça.

Antes da adolescência, a prevalência de enxaqueca é similar em ambos os sexos, mas, após a puberdade, as crises passam a acometer mais a elas, do que a eles. Grande parte disso se deve ao fator hormonal, em particular ao hormônio estrogênio. Estudos indicam que 65% das mulheres apresentam crises mais intensas durante o período menstrual. Mas a intensidade e a duração das dores pode variar. Enquanto muitas têm enxaqueca durante todo o mês e pioram durante a menstruação, outras podem sentir dor apenas nessa fase.

Outro motivo para o aumento da intensidade das crises no período menstrual é o uso de pílulas anticoncepcionais. Isso porque elas provocam uma queda ainda mais acentuada do nível de estrogênio no sangue, que, fisiologicamente, já é menor no período próximo à menstruação. Mas apesar das dores de cabeça serem mais comuns nas mulheres em idade fértil, muitas vezes podem ocorrer, também, naquelas que já atingiram a menopausa. Nesses casos, a culpa também é dos hormônios, já que as terapias de reposição hormonal podem desencadear as dores.

Por isso, se você sofre com a enxaqueca, converse com o seu ginecologista para encontrar o método anticoncepcional mais indicado para suas necessidades. No entanto, se as dores de cabeça forem frequentes mesmo que você não tome anticoncepcionais, ou faça terapia de reposição hormonal, é importante consultar um neurologista para descobrir a causa do problema e a forma mais adequada de tratamento. Mas atenção: cuidado com a automedicação. O uso indiscriminado de medicamentos é prejudicial à saúde e pode tornar sua dor crônica.

Por Dr. Humberto Tindó
Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Quinta D'Or

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quinta-feira, 4 de junho de 2009

Corte o cigarro!












Que o cigarro é extremamente prejudicial à saúde, todo mundo sabe. E, para as mulheres, o mau hábito causa danos ainda mais devastadores. Cerca de 18% das brasileiras são fumantes; além de ter suas chances de desenvolver câncer aumentadas, elas estão muito mais propensas a ter problemas graves no sistema circulatório venoso e também arterial (em menor proporção), doenças cardíacas, respiratórias, entre outras. O cigarro possui mais de 40 substâncias cancerígenas em sua composição. Praticamente todas as doenças possuem piores prognósticos quando os pacientes fumam!

No caso de problemas circulatórios, a razão está na constituição mais delicada desse sistema no organismo feminino, que, quando combinada aos efeitos nocivos do cigarro, pode resultar em varizes e casos sérios de trombose (formação de coágulos sanguíneos), com sequelas irreversíveis e riscos de complicações fatais. A produção dos hormônios femininos faz com que a parede das veias das mulheres seja naturalmente mais fraca, aumentando a propensão à coagulação sanguínea e os riscos de formação de trombos, com suas consequencias clínicas: tromboflebite, trombose e embolia.

Mesmo aquelas que não têm qualquer predisposição a apresentar problemas venosos, o cigarro é capaz de promover um estado de coagulação excessiva, que pode levar à formação de uma trombose no interior da veia. Essa trombose venosa profunda, como é conhecida, expõe a fumante ao risco de complicações seríssimas, como a embolia pulmonar - que acontece quando um coágulo que estava fixo em uma veia do corpo se desprende e vai pela circulação até o pulmão, obstruindo a passagem do sangue por uma artéria. Como resultado, pode ocorrer dano pulmonar, ou até mesmo a morte imediata.

O risco pode ser ainda maior no caso das fumantes que usam anticoncepcionais orais. Associado aos hormônios da pílula, o tabagismo forma uma “bomba” de trombose prestes a explodir, além de aumentar muito os riscos de acontecimento de um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Mas o risco se estende também àqueles que não fumam. A fumaça do cigarro contém mais de 4.000 substâncias químicas e, pelo menos, 40 substâncias conhecidamente cancerígenas. Já há estudos que mostram que o risco de morte por doença cardíaca em pessoas expostas à fumaça de cigarro é de 30% maior que na população geral. Filhos de fumantes, por exemplo, têm maior propensão a doenças respiratórias e a infecções. Mulheres não-fumantes expostas à fumaça de cigarro também têm mais chances de dar à luz a bebês de baixo peso.

A única solução é mesmo deixar o cigarro de lado. Já existem terapias com retirada gradual da nicotina, medimentos antidepressivos, medicações que diminuem o efeito da nicotina e grupos de apoio para ajudar a superar essa dependência. O maior passo a ser dado é o reconhecimento da dependência e a vontade de superá-la. Se este for dado, o próximo é procurar ajuda especializada para assim facilitar a superação desse transtorno.

Por Dr. Humberto Tindó
Chefe da Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Quinta D'Or

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quarta-feira, 3 de junho de 2009

Depressão pós-parto












A gravidez é um período de muitas expectativas para o casal e, em especial, para a mulher. Além das alterações com as quais seu corpo teve de se adaptar, como incômodos, variações hormonais e modificações físicas, há ainda a ansiedade com as transformações que acompanham a chegada de um filho.

Por todas essas razões, os cuidados despendidos às gestantes devem se estender também depois da chegada do bebê. O impacto da gravidez não só é capaz de deixar a mulher um pouco mais sensível e vulnerável, como também de deflagrar um processo que chamamos de depressão pós-parto.

A depressão pós-parto é um distúrbio emocional comum, podendo ser considerada, até mesmo, uma reação esperada no período de uma semana após o nascimento da criança. Entre 50% a 80% de todas as mulheres costumam apresentar reações emocionais ocasionadas pelas grandes variações hormonais e de metabolismo. A mulher precisa de tempo para se adaptar à nova rotina. A maternidade em si e mesmo o fato de ter um bebê pequeno em casa representam não só mudanças, mas uma grande responsabilidade e certa insegurança para a mulher, o que pode levar a alguns conflitos internos.

Toda a família deve ficar atenta a esse período. Uma leve instabilidade de emoções e sensibilidade mais aguçada podem ser comuns. Porém, episódios mais graves de irritabilidade, mudanças bruscas de humor e indisposição precisam ser acompanhados com atenção. A depressão pós-parto é um assunto sério. Em alguns casos, há mulheres que desenvolvem doenças psicossomáticas, tristeza profunda, sensação de incapacidade de cuidar do filho e desinteresse pelas atividades do dia-a-dia e pelo bebê. Se você conhece alguém passando por isso, ou se sente assim, procure ajuda especializada, para que o problema possa ser tratado e não traga consequências profundas à sua saúde, ao bem-estar do bebê e da família.

Por Dr. Humberto Tindó
Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Quinta D'Or

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terça-feira, 2 de junho de 2009

AIDS cada vez mais presente entre as mulheres









Não é mais novidade que a AIDS vem crescendo assustadoramente entre as mulheres. A questão é entender os porquês e colaborar para frear o avanço dessa epidemia. Hoje, a AIDS já atinge mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo e há muito deixou de ser uma doença restrita a grupos de risco como homossexuais, prostitutas e usuários de drogas injetáveis. Infelizmente, porém, muitas mulheres se recusam a encarar que o risco está mais próximo do que se gostaria.

A síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA, ou AIDS em inglês) é uma infecção que se manifesta depois que a pessoa contrai o vírus do HIV (Human Immunodeficiency Virus). O HIV destrói as células que defendem o organismo contra doenças, deixando a pessoa vulnerável a outras infecções.

No Brasil, é exatamente entre elas que os casos de AIDS mais crescem. E o perfil é de mulheres jovens, com parceiro fixo e único. Segundo o Núcleo de Estudos para a Prevenção da Aids da Universidade de São Paulo, 71% das mulheres infectadas pelo HIV contraíram o vírus de maridos, ou namorados, com quem se relacionaram por mais de um ano.

Apesar das campanhas de prevenção, a AIDS tem avançado ano a ano entre o público feminino e entre as mulheres com parceiro fixo a resistência ao uso da camisinha é, logicamente, maior. Desde o início da década de 90, com um número maior de heterossexuais contaminados e a dificuldade de colaboração do parceiro para adoção das medidas preventivas necessárias, o verdadeiro grupo de risco está situado entre as mulheres casadas, com mais de 30 anos. Só para se ter uma idéia, em 88, havia uma mulher com AIDS para cada 18 homens e atualmente a média é de cerca de uma mulher para cada 3 homens com o vírus.

A mulher precisa ter consciência de seu direito de exigir o uso a camisinha masculina e também já existe a opção da camisinha feminina. Informe-se! Para saber mais e tirar suas dúvidas, uma ótima dica é o site do Programa Nacional de DST e AIDS.

Camisinha - Como utilizar

O site DST.com.br tem um passo-a-passo bastante completo de como colocar a camisinha, que reproduzo a baixo, porque tão importante quanto nunca abrir mão dela, é fazê-lo da forma correta!

Escolha uma marca de confiança. Carregue-a sempre com você. É recomendável ter uma ou mais unidades de reserva. Conserve-as protegidas do calor e utilize-as sempre dentro do prazo de validade.

Abra delicadamente a embalagem, cuidando para que esta operação não a danifique.

A colocação deverá ser feita com o pênis em ereção (duro). O prepúcio (pele) deverá estar tracionado e a glande (cabeça do pênis) exposta.

Deixe um pequeno espaço na ponta da camisinha. Isto é importante e pode ser conseguido comprimindo-se a extremidade da camisinha entre o polegar e o indicador e mantendo-os assim enquanto a coloca.

Encoste a camisinha enrolada na ponta da glande e desenrole-a até a base do pênis.

Se a camisinha não for lubrificada, utilize somente lubrificantes a base de água, os quais deverão ser aplicados sobre o pênis antes da colocação e/ou diretamente na camisinha após colocada

Após o uso retire a camisinha. Dê um nó na extremidade aberta e jogue-a no lixo. Camisinha é descartável, deve ser usada somente uma vez.

No caso da camisinha romper-se ou sair durante o coito, despreze-a e coloque uma nova.


Por Dr. Humberto Tindó
Chefe da Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Quinta D'Or

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

Doenças sexualmente transmissíveis












As doenças sexualmente transmissíveis são um tema delicado e muitas vezes evitado, mas com o qual toda mulher deve se preocupar. Isso porque quando o assunto é DST, as mulheres são as mais vulneráveis. Elas estão mais susceptíveis às infecções e desenvolvem complicações com maior frequência que os homens.

DST são doenças transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de proteção (camisinha), com parceiro infectado. Normalmente, se manifestam como feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas, mas várias delas não provocam sintomas, podem ser confundidas com reações normais do organismo, ou ainda se manifestam de forma branda. Por isso, muitas vezes não são detectadas rapidamente. E atenção: algumas dessas doenças, se não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem levar a complicações graves e até à morte, além de facilitar a transmissão sexual do HIV (vírus da AIDS).

Existem mais de 20 tipos de DST. As menos agressivas são o herpes genital, a candidíase, a tricomoníase e a sífilis. Sob tratamento, essas infecções podem ser curadas e, algumas delas, causam apenas irritação local, coceira e uma leve dor. Mas já outras, como a gonorréia e a clamídia, podem ter conseqüências sérias, como infertilidade nas mulheres. O HPV, ou vírus do papiloma humano, também transmitido por contato sexual, pode facilitar o aparecimento de câncer, já que causa lesões precursoras do câncer de colo do útero. A AIDS e as hepatites B e C, também transmitidas por prática de sexo desprotegido, comprometem a saúde de forma ainda mais grave, podendo, inclusive, ser fatais.

Clique aqui para saber mais sobre cada uma das DST.

Para se prevenir, é importante ter em mente que o mais importante é o uso de preservativos em todas as relações sexuais. Além disso, outras medidas também ajudam no controle: reduzir o número de parceiros sexuais; procurar um especialista no caso de sintomas, seguindo o tratamento até o término; e não se automedicar. Os sintomas mais comuns são: corrimento anormal, verrugas, úlceras e dor na região do baixo ventre. E lembre-se: no caso de infecção por DST, ambos os parceiros devem ser examinados e tratados. No caso de algum desses sintomas, procure imediatamente seu médico.

Gravidez

Como na gravidez a mulher tem suas capacidades de defesa naturais enfraquecidas, é exatamente nesse momento que deve se preocupar mais com as DST. Não só por estar mais suscetível a doenças, mas também por poder transmitir a doença ao feto, ou ao recém-nascido e trazer complicações graves para a gestação, a futura mamãe deve cuidar da saúde. Além de se proteger, ela estará protegendo o bebê. E mais! Nesse período o uso de alguns medicamentos está restrito, pois podem interferir no desenvolvimento do feto. As DST podem causar: parto prematuro, ruptura prematura das membranas, doença inflamatória pélvica, hepatite crônica, câncer do colo do útero e infertilidade, entre outros. Por isso, o pré-natal é fundamental para garantir uma gestação sem riscos desnecessários.

Por Dr. Humberto Tindó
Chefe do Serviço de Ginecologia do Hospital Quinta D'Or


Clique no ícone e ouça o Dr. Humberto Tindó falando sobre doenças sexualmente transmissíveis