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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Bulimia e anorexia – transtornos alimentares tipicamente femininos












Seja pela pressão social por um padrão físico idealizado, seja pela popularização de dietas e assuntos relativos a nutrição, o problema dos transtornos alimentares está cada vez mais em voga. Casos e mais casos de meninas vêm à tona pela mídia e chocam pela agressão que causam à saúde, levando, algumas vezes, até à morte.

É preciso ser muito criterioso ao definir essas doenças, pois muitas pessoas ainda os confundem com algo que depende da vontade de quem sofre com eles. Na verdade, são doenças psiquiátricas sérias, caracterizadas por graves alterações do comportamento alimentar e se incluem em duas categorias diagnosticas principais: a anorexia nervosa (AN) e a bulimia nervosa (BN).

Apesar de afetar indivíduos de qualquer sexo, idade, raça ou nível social, mais de 90% dos pacientes são do sexo feminino e 75% são ainda adolescentes quando o problema começa a se desenvolver. Atualmente, essas doenças são motivo de grande preocupação por parte de médicos de todo o mundo, pois vêm sendo cada dia mais frequentes nas sociedades industrializadas, especialmente entre as classes econômicas média e alta.

Aprender um pouco mais sobre esses transtornos pode não apenas ajudar as mulheres a entender os riscos que a obsessão pelo peso oferece, como a identificar caso comecem a apresentar algum desses sintomas. Caso desconfie que possa estar desenvolvendo alguma dessas patologias, ou conheça alguém que sofra com elas, procure ajuda especializada. Os transtornos alimentares são problemas muito sérios e que demandam acompanhamento médico. Diante da suspeita diagnóstica, a família deve incentivar a busca de ajuda, cujo tratamento será realizado por equipe multiprofissional e, em alguns casos extremos, há até mesmo a necessidade de internação hospitalar.

O que é a anorexia nervosa?

É caracterizada por um pavor de se tornar gorda e uma obsessão por ser magra, levando a uma insuficiente ingestão calórica para manter o peso. O curso da doença é caracterizado por perda de peso progressiva e continuada e perturbação da imagem corporal, onde a paciente se recusa a reconhecer seu estado corporal atual, o que a leva ao isolamento social.

A gravidade da doença pode ser avaliada pelo IMC, sendo maior ou igual a 17,5, como um dos critérios diagnósticos. Os principais sintomas são: secura da pele; redução dos pelos; baixo batimento cardíaco e pressão arterial; edema (inchaço); alterações hormonais endócrinas - como ausência de menstruação, doenças tireoidianas, quadro de desnutrição protéico calórica e osteoporose, entre outras complicações, além do agravamento dos distúrbios psiquiátricos.

O que é a bulimia nervosa?

A paciente tem medo excessivo de ficar gorda e a doença se expressa por três aspectos de comportamento básicos: um forte e incontrolável impulso de comer demais; medo de sentir-se “cheia demais” com os alimentos, o que leva a paciente a induzir a vômitos; e também abuso de agentes purgativos (laxantes).

O quadro clínico se traduz por episódio de compulsão alimentar seguindo imediatamente por atitude compensatória (vômitos, diuréticos e ou laxantes) podendo ocorrer com frequência variável semanal ou trimestral. Esses episódios costumam ocorrer às escondidas, acompanhados de vergonha, culpa e desejo de autopunição. Para se ter uma idéia, os vômitos autoinduzidos são usados por 90% das pacientes, o uso de laxantes e a prática exagerada de exercícios físicos em 60% e jejum prolongado em 30%.

Outra característica marcante da bulimia é o comportamento antissocial, sendo os distúrbios de personalidade muito mais marcantes na bulimia do que na anorexia.

E atenção: pacientes bulímicas podem apresentar os mesmos sintomas que aquelas com anorexia, se estiverem abaixo do peso. Já com peso normal, ou sobrepeso, os sintomas são mais relacionados a episódios purgativos.


Por Dra. Vera Cuoco
Endocrinologista da Rede D'Or

Clique no ícone e ouça a Dra. Vera Cuoco falando sobre distúrbios alimentares


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