O Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH) é o distúrbio neurocomportamental mais recorrente
na infância e na adolescência e, portanto, o mais estudado atualmente.
Dr. Paulo Breinis, médico responsável pela neuropediatria das unidades
Morumbi e Anália Franco do Hospital São Luiz, de São Paulo, explica que o
transtorno tem base genética, acomete cerca de 5,8% da população e é
diagnosticado principalmente em crianças. É possível identificar o TDAH a
partir dos cinco anos, mas a maioria dos casos é diagnosticada quando os
pequenos têm entre sete e oito anos. Na infância, a doença acomete mais os
meninos, mas na adolescência, a prevalência é de dois para um.
Quem sofre de TDAH pode ter a
prevalência de dois tipos de sintomas (desatenção ou hiperatividade). O mais
comum, porém, é que o paciente sofra de uma combinação dos dois tipos de
sinais.
Segundo o especialista, são
exemplos de sintomas de desatenção: descuido em atividades escolares, falta de
atenção a detalhes, dificuldade em se concentrar, em seguir instruções e em organizar
tarefas. O paciente também costuma perder objetos com frequência e se distrair
facilmente por algum estímulo externo à tarefa que deveria executar.
Os jovens que sofrem de
hiperatividade se mexem o tempo inteiro, andam em sala de aula, escalam
objetos, não conseguem ficar sentados durante as refeições, dão respostas
precipitadas, falam em demasia e têm dificuldade para aguardar sua vez em
filas.
“É importante orientar os pais e
os professores em relação ao transtorno, uma vez que ele é para a vida inteira
e não tem cura. Principalmente nas classes mais baixas, o TDAH ainda é
subdiagnosticado”, afirma o neuropediatra.
Caso percebam esses sintomas nos
filhos, Dr. Paulo recomenda que os pais levem a criança ao médico. Os
especialistas mais indicados para fazer o diagnóstico são o neuropediatra, o
psiquiatra infantil.
O tratamento ideal é realizado
por diversos profissionais e combina a terapia cognitiva comportamental ao uso
de medicamentos, que agem sobre os neurotransmissores e aumentam o tempo de
atenção e concentração do paciente. Os mais utilizados são Ritalina ou Cocerta
– nomes comerciais do metilfenidato - ou Venvanse, nome comercial da
lisdexanfetamina, esclarece.
“Apesar de haver muito
preconceito contra essas drogas, é preciso entender que elas têm um ótimo
efeito. Entre 70% a 80% dos pacientes que utilizam os medicamentos têm sucesso
no tratamento. A cultura do brasileiro de tentar não medicar pode fazer com que
a criança ou o adolescente sofra demais. Apesar do TDAH não ter nada a ver com
a inteligência, o jovem pode repetir o ano, ser vítima de bullying dos colegas,
ficar com a autoestima baixa porque sofrerá uma série de derrotas na escola.”
Ocorrência em adultos
Antigamente, a doença era
diagnosticada apenas em crianças e adolescentes. Nos últimos anos, porém, os
adultos também têm recebido o diagnóstico e é praticamente igual o número de
mulheres e homens que sofrem do transtorno.
“Normalmente, eles apresentam
sintomas de desatenção, uma vez que com a idade, o componente da exacerbação da
hiperatividade reduz. Há estatísticas de que a persistência do transtorno em
adultos chega a 50%”, conclui.
#rededor #TDAH
#deficitdeatencao
Nenhum comentário:
Postar um comentário