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segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Hepatites Virais
Com mais de 500 milhões de casos em todo o mundo, número dez vezes maior do que o de portadores do vírus da Aids, as hepatites virais são hoje uma questão de saúde pública que não conhece fronteiras.
Bem mais comuns do que as formas bacterianas, as hepatites virais ocorrem quando vírus provocam a inflamação do fígado e atingem desde crianças até idosos. Por isso, entender as formas de contágio e como se prevenir é o mais indicado.
A hepatite pode ser classificada como tipo A, B, C, D ou E, dependendo do seu agente causador, acarretar maiores ou menores danos ao organismo. O perigo mais grave, porém, é quando o problema não é identificado e tratado corretamente. As hepatites crônicas têm a capacidade de, silenciosamente, comprometer as funções do órgão e gerar sequelas irreversíveis, até mesmo fatais.
É o que alerta a hepatologista Maria Chiara Chindamo, coordenadora do serviço de Clínica Médica do Hospital Barra D’Or: “Os vírus do tipo B, C e D são os mais graves, pois podem causar infecção crônica do fígado, passível de se prolongar por toda a vida e resultar em cirrose, insuficiência hepática e até câncer.”
Os casos mais comuns da doença são dos tipos A, B e C. “As hepatites A e E são transmitidas por via oral, pela ingestão de alimentos e água contaminados. Já as B e C são adquiridas por meio de hemodiálise, contato com sangue contaminado e também sexualmente”, explica a médica, destacando o fato de que a D (delta), por sua vez, é mais rara.
Embora os tipos de hepatite e formas de contágio sejam diferentes, os sintomas agudos, em geral, são bastante parecidos. “Comumente, as hepatites se manifestam por surgimento de icterícia (coloração amarelada dos olhos, da pele e das mucosas), escurecimento da urina e descoloração das fezes, podendo também estar associadas a febre, mal-estar, perda de apetite, enjôo e dor na região superior direita do abdome, onde está o fígado”, diz a Drª. Maria Chiara.
É importante lembrar, porém, que algumas pessoas podem apresentar manifestações assintomáticas ou pouco expressivas, o que acaba fazendo com que o diagnóstico passe despercebido, ou seja, confundido com uma infecção viral qualquer.
A discriminação do tipo de hepatite demanda exames específicos, denominados sorologias virais, que identificam a presença de anticorpos produzidos para combater a cada vírus. Baseado no resultado, outro exame de sangue é solicitado para definir se a infecção está presente no organismo ou se já foi curada. A boa notícia é que, apesar de serem doenças relativamente preocupantes, os tratamentos disponíveis são bastante eficazes: “Só é necessário tratamento médico para as hepatites B e C que se tornaram crônicas, pois os outros tipos são tratados apenas com repouso durante a fase aguda, até que os valores das análises hepáticas voltem ao normal”, diz a hepatologista.
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