A Coordenadora do
Serviço de Neurologia do Hospital Barra D'Or, Dra. Elizabeth Batista, esclareceu algumas dúvidas sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica, doença do físico Stephen Hawking e que motivou o "Desafio do Balde de Gelo":
1) O que é a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)?
A esclerose lateral amiotrófica (ELA) ou doença de Lou Gehrig é uma
doença degenerativa que causa morte dos neurônios motores de maneira crônica e
rapidamente progressiva, determinando uma paralisia motora igualmente
progressiva, de caráter irreversível. Em geral, o óbito ocorre em até cinco
anos após o diagnóstico da doença. A incidência é de um a dois casos/100.000
pessoas por ano, com predominância no sexo masculino e idade média de início em
torno dos 50 anos. Estima-se que a doença atinja cerca de 15 mil brasileiros.
2) Quais os sintomas da ELA?
Os sintomas incluem fraqueza muscular, cãibras e miofasciculações
(discretas contrações de fibras musculares, como se “a carne tremesse”). Surge
progressivamente atrofia muscular com rigidez de movimentos dos membros
superiores e inferiores, assim como acometimento da musculatura craniana
representada por distúrbio da fonação, da deglutição e fraqueza da musculatura
de língua.
3) Quais as causas da ELA?
As causas da ELA são multifatoriais. A morte do neurônio motor é
caracterizada por dano na estrutura funcional da célula, seja por alterações do
DNA ou por stress funcional (desequilíbrio entre acúmulos bioquímicos) ou
necrose por agressão direta ao neurônio motor. Os fatores de risco relacionados
à doença são distúrbios inflamatórios, exposição a agentes tóxicos e traumas
físicos mecânicos, elétricos ou cirúrgicos. Em apenas cerca de 10% dos casos
pode ter causa familiar (mutação genética).
4) Há como prevenir a doença?
Por tratar-se de uma doença de causas multifatoriais, ainda não foram
estabelecidas formas de prevenção comprovadas.
5) Qual o tratamento para a ELA?
A ELA ainda é uma doença sem cura, porém existem pesquisas promissoras
quanto à liberação de medicamentos que podem modificar ou retardar sua evolução
natural aumentando a expectativa de vida. Algumas medicações ainda estão em
fase de análise de eficácia, mas o inibidor da liberação do glutamato
(aminoácido não essencial) já tem sua eficácia comprovada no retardo da doença.
O tratamento dos sintomas da doença oferece melhora da qualidade de vida do
paciente. Estão indicados medicamentos para sintomas depressivos e contrações
musculares dolorosas, além de fisioterapia motora, respiratória e acompanhamento
fonoaudiológico e nutricional.
6) Existe alguma relação entre a doença e a questão do balde de gelo?
Não há propriamente relação da doença com a água fria. A ideia do desafio
do balde de gelo (ice bucket challenge) seria tentar fazer alusão ao impacto
que esse diagnóstico causa ao indivíduo. O conhecimento de ser portador de uma
doença degenerativa, com evolução rápida para o encarceramento e morte,
provocaria um choque inicial tão arrepiante quanto um balde de água fria.
#rededor #BarraDOr #desafiodobaldedegelo
Nenhum comentário:
Postar um comentário