Hoje é o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais. A
hepatite consiste em uma inflamação no fígado e pode ser causada por vírus,
medicamentos, uso de bebidas alcoólicas, doenças de depósito (de gordura no
órgão, por exemplo), entre outras causas.
Dra. Ana Maria Pittella, coordenadora dos Serviços de
Clínica Médica e de Hepatologia do Hospital Quinta D’Or, explica que “existem
diversos tipos de hepatite, porém as formas mais comuns são as contagiosas,
transmitidas por vírus, também chamadas de hepatites virais. Entre os tipos de
vírus, estão: A, B, C, Delta, E, citomegalovírus, Epstein Barr e vírus da
dengue”.
A hepatite também pode ocorrer pelo uso de medicamentos,
chás, doenças autoimunes (decorrentes de anormalidade no sistema imunológico),
doenças metabólicas, obesidade, dislipidemia e exposição a resíduos tóxicos
ambientais.
Tipos de hepatites virais
Hepatite A - A hepatite A é transmitida por água
contaminada. De acordo com a Dra. Ana Maria, a “queixa de cansaço é o sintoma
mais comum na hepatite A. Outros sintomas são febre, perda de apetite, náuseas,
cefaleia, prurido cutâneo, coloração amarelada em escleras e na pele (icterícia).
Em crianças, a hepatite A pode ser assintomática”.
Hepatite B – A médica afirma que “cerca de 90% dos adultos
expostos ao vírus B da hepatite (VHB) estarão recuperados em seis meses (hepatite
B aguda), sem uso de medicação. Outros 5% evoluirão a formas crônicas da doença”.
Crianças nascidas de mães infectadas pelo VHB têm risco elevado de evoluir à
hepatite crônica, cirrose, e até mesmo o carcinoma hepatocelular, ou seja, um
tipo de câncer no fígado.
A hepatologista esclarece que qualquer indivíduo que tenha
contato direto com fluidos contaminados (sangue, sêmen, secreção vaginal) está
predisposto a contrair a infecção. “Ainda estão sob risco os recém-nascidos de
mães infectadas, pessoas que fazem sexo não seguro, que têm múltiplos parceiros
sexuais, usuários de drogas
ilícitas injetáveis, pacientes em unidades de hemodiálises e viajantes para
países onde o VHB é comum”.
Muitos indivíduos com hepatite B crônica não têm sintomas.
Quando existentes, eles podem ser vagos, mas também estão relacionados ao
cansaço, ao mal-estar, à perda do apetite, à cefaleia e à icterícia.
Hepatite C – Dra. Ana Maria relata que “o vírus da Hepatite
C só é reconhecidamente transmitido pelo sangue ou seus derivados. Por este
motivo, a partilha de material perfuro-cortante (agulhas, seringas, lâminas de
barbear, alicates, entre outros) pode transmitir a doença”.
Segundo a médica, estão incluídos como passíveis de risco indivíduos
que foram submetidos à transfusão de sangue antes de 1992/1993; usuários de
drogas ilícitas com seringas compartilhadas; pacientes em hemodiálise; profissionais
de saúde que sofreram acidentes de trabalho; bebês que nasceram de gestantes
infectadas – transmissão de mãe para filho; pessoas que mantiveram relação sexual sem
proteção (embora esta seja uma forma mais rara de contágio).
“Além da história clínica e do exame médico, as hepatites A,
B e C são diagnosticadas por testes sanguíneos para verificar a presença de
anticorpos, que são proteínas criadas pelo sistema imune em resposta à virose”,
conclui Dra. Ana Maria.
Continue seguindo nosso blog. No próximo post, abordaremos
como prevenir a hepatite e como tratá-la, em caso de contaminação.
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