Quem pensava que atividade física era benéfica somente para manter uma boa aparência vai se surpreender com uma pesquisa holandesa que estudou a relação entre memória e atividades aeróbicas. Os autores do trabalho que foi publicado na edição de junho da revista Current Biology, acreditam que exercícios físicos ajudam o cérebro a guardar as informações por mais tempo, em função das reações químicas impulsionadas pela movimentação do corpo.
Dra. Bruna Mendonça, neurologista do Hospital Santa Luzia, em Brasília, explica que atividades físicas são responsáveis por ativar o hipocampo, região extremamente importante para memória, além de liberar neurotransmissores do grupo catecolamina (dopamina, adrenalina, e noradrenalina). “Também é uma forma de ativar os endocanabinóides, que são responsáveis pela atividade anti-inflamatória cerebral. Dessa forma, seria interessante a prática de atividades físicas até como forma de prevenção de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer ”, explica.
Embora o estudo tenha sido testado em um grupo pequeno de pessoas, a médica diz que a novidade abre portas para futuros debates sobre o assunto. “Ainda não podemos afirmar categoricamente que todos devem fazer atividades físicas 4 horas após estudar para conseguir melhor desempenho. Porém, este estudo é importante, pois a partir de agora podem surgir outras análises para aprofundar este tema", diz.
Estímulos
Aprender coisas novas e fora da área de atuação estimulam o cérebro e mantém a atividade. Segundo a médica, o órgão tem grande capacidade de se moldar e melhorar. “Aprender a pintar, aprender novas línguas e fazer palavras cruzadas, por exemplo, são estímulos muito benéficos”, completa.
Qualquer atividade deve ser bem escolhida para que seja eficaz. Dra. Bruna acredita que Boxe e futebol americano são opções arriscadas. “Traumatismos cranianos repetitivos já possuem relação estabelecida com danos à memória.", finaliza.
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