Um estudo
publicado este ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou
que os estudantes com excesso de peso são os que mais sofrem bullying - assédio ou intimidação por parte de uma pessoa
ou grupo, intencional e repetido, sem motivo aparente, que pode ocorrer sob a
forma de violência física ou psicológica.
Denominado
“Discriminação contra os estudantes obesos e muito magros nas escolas brasileiras”,
o levantamento foi baseado nos número da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar
de 2012, que traçou o perfil antropométrico dos estudantes a partir de
entrevistas com 110 mil crianças e adolescentes.
Entre
as meninas, 17% das que se consideraram “muito gordas” afirmaram que sofrem
bullying com frequência. Entre os meninos, o número é ainda maior: 23,7% dos
que se consideraram “muito gordos” disseram que são intimidados devido a sua
aparência física.
Segundo a Dra.
Carolina Costa, psiquiatra do Hospital Barra D’Or, “o bullying tem grande impacto na saúde mental, mas
pode também ter impacto na saúde física através de sintomas psicossomáticos. As
vítimas, geralmente, têm dificuldade de denunciar os agressores e passam a
sofrer de baixa autoestima, o que pode repercutir na idade adulta”.
A especialista alerta que os pais devem ficar atentos a
alterações no comportamento dos filhos, uma vez que há uma série de sinais que
podem indicar que há algo errado no colégio. “Eles podem variar entre dores ou
marcas de agressões, isolamento social, aversão ou resistência de ir à escola,
tristeza, irritabilidade ou agressividade, dores de estômago, cólicas
intestinais, queda no rendimento escolar, automutilação até, em casos extremos,
tentativas de suicídio.”
Caso os pais ou responsáveis notem algum comportamento
estranho, os profissionais da coordenação ou os professores devem ser procurados
para esclarecer a situação e tomar as devidas providências.
Dra. Carolina orienta que “a ajuda profissional deve ser
procurada sempre e o mais precoce possível para que não haja exposição crônica
ao bullying e para que sejam estimuladas novas habilidades de enfrentamento da
situação pela vítima”. O tratamento mais utilizado é a psicoterapia. Em casos
mais graves, um psiquiatra prescreverá medicamentos antidepressivos.
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