Procedimentos realizados no Hospital Quinta D’Or alcançam a marca de 95% bem-sucedidos
“Tão importante quanto o transplante, é o sucesso dele”. A afirmação é
do coordenador do serviço de transplante hepático do Hospital Quinta D’Or, Dr.
Lucio Pacheco, que é incansável quando o assunto é salvar vidas. Com sua
equipe, alcança a marca de 95% de transplantes de fígado bem-sucedidos,
considerando casos de alta complexidade. E este dado se torna ainda mais
relevante quando se observa que muitos dos pacientes com doença do fígado
morrem antes de conseguirem o transplante.
- A espera pelo transplante de
fígado pode ser um processo longo para muitos pacientes, que têm que se
submeter a tratamentos conservadores e sofrem impactos relevantes em sua
qualidade de vida. O que observamos é que há uma fila relevante para o
transplante no Brasil, mas ela se dá mais pela falta de doadores do que pela
estrutura instalada para a realização. A realidade é que muitos pacientes
morrem antes de conseguir o doador –
destaca o especialista.
A condição mais frequente, em
adultos, que leva ao transplante de fígado é a cirrose hepática. Além disso, o
tumor primário de fígado é outra indicação frequente de transplante de fígado.
Em crianças, a principal indicação é uma doença congênita, chamada Atresia de
Vias Biliares. No entanto, ainda é um grande obstáculo a negativa familiar,
hoje, cerca de 47% não autorizam. É preciso que todos tenham consciência de que
os órgãos de um familiar falecido podem contribuir diminuindo a dor de tantas outras
famílias.
- Temos conhecimento de que ainda
há receio quanto ao que é morte encefálica. É preciso que todos tenham ciência
de que há protocolos muito bem estabelecidos para confirmação da morte
encefálica e que morte encefálica é irreversível. É este o diagnóstico que
viabiliza a doação dos órgãos. A doação de órgãos é um assunto deve ser
comentado constantemente. O ideal é que as famílias falem sobre isso antes do
óbito, pois em muitos casos é um assunto deliciado para ser tratado.
Estimulamos que o tema seja exposto em reuniões de família, já que cabe a ela a
decisão final quanto a doação ou não dos órgãos – complementa o Dr. Lucio
Pacheco.
Como escolher um hospital para
realizar um transplante de fígado? – No Brasil, o transplante hepático só
pode ser feito por uma equipe e um hospital credenciado pelo Sistema Nacional
de Transplantes para realizar este procedimento. O resultado destes centros não
é divulgado, como é feito nos Estados Unidos. A escolha do centro de
transplante é um fator muito importante para o sucesso do procedimento,
principalmente para pacientes com doença mais avançada, isto é, com alto grau
de gravidade.
- O que observamos é que com uma
equipe especializada e coesa o potencial de sucesso cirúrgico e de sobrevida a
longo prazo aumenta. Além disso, uma equipe multidisciplinar experiente em um
hospital bem equipado possibilita que o paciente tenha um diagnóstico mais ágil
e a definição de conduta mais correta com o menor tempo possível – explica o coordenador do serviço de transplante
hepático do Hospital Quinta D’Or, Dr. Lucio Pacheco.
Cerca de 95% dos procedimentos de
transplante de fígado realizados em pacientes graves, no Hospital Quinta D’Or,
são considerados bem-sucedidos. Isso ocorre, pois a equipe de assistência,
desde diagnóstico ao pós-transplante atua de forma integrada, na discussão do
caso, identificação do diagnóstico e da conduta. Conta com parque de imagem
completo (tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassom e
serviço de endoscopia estruturado). Outra questão relevante é a composição da
equipe, com hepatologista, cirurgiões, radiologia diagnóstica, radiologia
intervencionista, oncologia e endoscopia.
Além disso, o Quinta D’Or dispõe
de uma Unidade de Tratamento Intensivo especializada na doença hepática, o que
potencializa a assistência ao doente hepático em casos graves, tendo indicação
ou não do transplante.
Transplante Intervivos – O
transplante de fígado intervivos é uma prática possível e condiz na retirada de
parte do órgão de pessoas sadias para doação ao paciente com doença no fígado.
Inicialmente, era uma opção voltada para crianças, pois a cirurgia no doador é
um pouco menor. Atualmente, também é feito transplante intervivos de fígado em
adultos. A compatibilidade principal é o tipo sanguíneo ABO, seguida por
avaliação de peso e altura do paciente e do doador. Outros pontos também são
considerados como o tamanho do fígado a ser doado e a estrutura anatômica do
doador e receptor, como veias, artérias e vias biliares.
O doador não precisa ser membro
da família, mas é necessário que seja uma ação voluntária, respeitando os
critérios éticos. A lei brasileira diz que parentes até 4º grau e conjugues
podem doar sem autorização judicial.
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