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terça-feira, 24 de outubro de 2017

Filhos de pais obesos têm de 50 a 100% de chance de desenvolver a doença

Avaliação clínica multiespecialidades é aliada no combate ao excesso de peso e as doenças associadas

A obesidade está ligada principalmente à influência genética, ou seja, filhos que tenham os dois pais ou um deles obeso têm de 50 a 100% de chance de desenvolver o problema. Já para aqueles que não têm histórico familiar a possibilidade é de 25% – menor, mas não nula. Em todos os casos, os hábitos de vida adquiridos desde a infância têm total interferência na balança, seja na fase adulta ou, ainda, infantil. Logo, a melhor medida contra a obesidade é a prevenção.

- Prevenir é muito mais eficaz e mais fácil. Manter-se no peso ideal é mais prático do que ter que perder os quilos excedentes e lutar para continuar dentro da forma física. O trabalho é longo e mais difícil no sentido de emagrecimento e manutenção – explica a Dra. Cristiane Carius, médica especialista em suporte nutricional do Hospital Quinta D’Or.



Ainda segundo a especialista, o cuidado deve iniciar na infância. Para isso, há dois caminhos importantes a seguir: o primeiro é o exemplo dos pais juntamente com uma educação alimentar. Ter uma família que come de forma equilibrada e variada, e ensinar sobre a importância da alimentação adequada ajudam as crianças a definirem seus paladares corretamente; a outra forma é através do estímulo às atividades físicas. Os pequenos têm tendência a gostar de esportes e, quanto mais cedo são inseridos nesse meio, mais fácil irão se adaptar e estender para a vida adulta.

Para quem já está acima do peso ou que tem predisposição genética, as orientações são para que busque acompanhamento e avaliação médica, pois a obesidade pode estar associada com outras doenças, principalmente as hormonais.

- As doenças que envolvem a obesidade são divididas em dois grupos: as que são associadas às causas, e as que são consequências, ou seja, que se desenvolvem por causa do excesso de peso. No primeiro grupo, o hipotireoidismo é mais comum. No segundo, estão diabetes, hipertensão, esteatose hepática e colesterol alto. Mas do que a estética, essas patologias podem colocar em risco a vida do paciente obeso – alerta Dr. Leonardo Grossi, endocrinologista do Hospital Quinta D’Or.

O acompanhamento de uma equipe médica multidisciplinar – que pode ser composta por nutricionista, endocrinologista, cardiologista, psicólogo e cirurgião bariátrico – é indicado tanto para quem encontra-se dentro do peso adequado, mas tem predisposição genética, quanto para quem já desenvolveu a doença. Através deste apoio, é possível prevenir, diagnosticar as causas do sobrepeso e receber orientação quanto ao melhor caminho para tratar o problema, antes que a cirurgia bariátrica seja a única forma resolutiva.

A cirurgia bariátrica não é o fim da linha de chegada – No entanto, mesmo aqueles que passaram pela bariátrica precisam continuar o tratamento com outros profissionais, que darão suporte nutricional e psicológico após a cirurgia, principalmente se alguns dos estopins da doença forem compulsão alimentar ou depressão.

Há todo um processo de avaliação e preparo clínico que antecede a cirurgia, e o paciente com obesidade precisa ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar. Durante este período, os especialistas submetem o paciente aos exames complementares, como de sangue específico, Doppler dos membros inferiores, eletrocardiograma, endoscopia, ultrassom e prova de função respiratória. Além de receber orientações para tentar reduzir o excesso de peso de forma gradual, com boa alimentação e atividades físicas. Porém, se, ao passar por este processo, for percebido que não houve alteração nas taxas de IMC, tendo este se estabilizado acima dos 35 e associado com outras patologias, ou IMC acima de 40, os profissionais indicam a cirurgia bariátrica.

- O sucesso da cirurgia se dá com perda de 20% do peso inicial. Mas para manter o progresso, o paciente tem que ter consciência de que precisa permanecer acompanhado por multiprofissionais por mais cinco anos, até receber alta. Hoje, a gente sabe que apenas 35% dos pacientes conseguem o objetivo final. As pessoas acham que cirurgia é o fim do tratamento, mas não é. Existe todo um trabalho de outros profissionais antes, durante e após ela – aconselha Dr. Guilherme Cotta, cirurgião bariátrico do Hospital Quinta D’Or.

Benefícios da Cirurgia Robótica – A técnica, minimamente invasiva, também está presente na realização de cirurgias bariátricas. O procedimento disponível no Hospital Quinta D’Or, e também no CopaStar, gera vantagens aos pacientes, como redução do tempo de hospitalização; recuperação e retorno mais rápido às atividades normais; redução de dor e complicações no período pós-operatório; cortes menores e menor sangramento; menor risco de infecção hospitalar; redução na dose de medicamentos no pós-operatório.


Segurança para o paciente – Os hospitais da Rede D’Or São Luiz estão credenciados para operacionalizar a plataforma Da Vinci Surgery, e todo o procedimento é muito seguro. O braço do robô é o responsável por manipular as pinças introduzidas no paciente para a cirurgia – com total precisão, sendo importante salientar que todos os comandos são definidos e controlados em tempo real por médicos altamente treinados para a realização da cirurgia robótica. Na prática, um cirurgião comanda o equipamento – através de um joystick, tendo acesso a uma visão mais abrangente do que nas cirurgias convencionais. O cirurgião executa os movimentos no equipamento, que são replicados pelo robô, dento do paciente, durante a cirurgia. Um cirurgião assistente fica próximo à mesa cirúrgica, com outros especialistas, para dar o suporte necessário ao procedimento.

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