“Controle de ambiente” pode ser fundamental para
contornar as crises nesta estação
A asma é caracterizada por uma inflamação que afeta os bronquíolos pulmonares, prejudicando a passagem do ar para os pulmões. Por causa disso, o paciente apresenta, entre outros sintomas, falta de ar, tosse, cansaço, dor e sensação de aperto no peito. Se for tratada de maneira adequada, sua tendência é não evoluir, não se agravar. Por isso, é importante o paciente iniciar o tratamento assim que receber o diagnóstico, que tem conduta terapêutica específica para cada caso.
- A doença, geralmente, tem origem genética, sendo mais propensa em crianças que tenham dermatite atópica. Ela é agravada, também, pelos fatores do ambiente aos quais os pequenos são expostos logo na primeira infância, como exposição à fumaça de cigarro e às viroses respiratórias. Apesar de não ter cura, o tratamento é essencial para a não progressão da doença – orienta a Dra. Maria Fernanda Motta, coordenadora de pediatria do Hospital Rios D’Or.
Dentre as medidas para evitar crises respiratórias, está o que os especialistas chamam de “controle de ambiente”, que são ações simples que qualquer um pode tomar para ajudar os asmáticos nessa estação. Algumas delas são:
- Aderir hábitos de higiene para não contrair viroses respiratórias;
- Lavar roupas de invernos, roupas de cama e bichos de pelúcia e colocá-los ao sol;
- Usar capa antialérgica no colchão e travesseiro;
- Evitar o uso de ventiladores que podem levantar poeira;
- Manter o filtro do ar-condicionado limpo;
- Utilizar desumidificadores de ar em ambientes muito úmidos; umidificadores podem cooperar para a proliferação de mofo.
Além disso, evitar ambientes fechados, aglomerados e mofados; não ter contato com crianças gripadas; e não trocar brinquedos usados por outras crianças, principalmente aqueles que vão à boca.
Confira alguns mitos e verdades sobre a doença:
Asma é mais perigosa em crianças do que em adultos.
Mito. Existem asmas mais perigosas em crianças e asmas mais perigosas em adultos. A gravidade é individual.
Criança com asma pode fazer atividade física.
Verdade. Atividade física aumenta a capacidade ventilatória. A única restrição é se a criança estiver em crise, pois precisa de repouso. Mas, se a doença estiver controlada, a atividade física é uma boa aliada.
Asmático pode ter animais de estimação.
Verdade, mas depende. Pode ter se a pessoa não for alérgica a esses animais de estimação, ou seja, desde que o componente da asma não seja por alergia ao animal. Quem determina isso é o alergista.
O uso de ar condicionado faz mal.
Mito. O aparelho não faz mal se estiver com o filtro limpo. Caso o ar fique muito seco, característica que algumas crianças não toleram, deve-se usar uma forma de umidificar o quarto, mas tendo atenção para não contribuir para o mofo.
Bombinha faz mal para o coração.
Mito. Prescrita na dose certa, a bombinha trata o broncoespasmo e salva a vida da criança. O que pode acontecer é que ela pode dar uma taquicardia como efeito colateral, que é esperado. Mas a própria crise asmática pode acelerar o coração.
O asmático deve se isolar.
Mito. Ao contrário. O asmático deve se inserir ao meio e manter o ambiente adequado para ele. Atenção apenas para não se expor aos ambientes que contenham fatores que levam o paciente à crise.
Existe grau de gravidade da doença.
Verdade. A asma é classificada como leve, moderada e grave. Existem alguns critérios específicos em literatura que são incluídos na consulta para melhor avalição e escolha do medicamento adequado. Mas um dos critérios é o grau de obstrução ao fluxo de ar.
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