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segunda-feira, 17 de julho de 2017

Você sabe diferenciar alergia à proteína do leite e intolerância à lactose?

Especialista destaca os principais pontos de atenção e ressalta que aleitamento exclusivo até os seis meses de idade pode evitar o surgimento de alergias e hipersensibilidades alimentares

A princípio, pode ser difícil entender a diferença entre a alergia à proteína do leite de vaca (APLV) e a intolerância à lactose. Antes de tudo, é preciso entender a característica principal que difere as patologias. Na APLV, como o próprio nome diz, o organismo da criança reage contra as proteínas lácteas, especialmente a caseína e a betalactoglobulina. Já a intolerância à lactose decorre da má absorção do açúcar ou carboidrato presente no leite.

- A APLV tem inclinação imunológica e até genética, cujos sinais e sintomas o bebê vai apresentar ao longo da vida, dependendo da forma que for exposto à proteína. Por isso, a importância da amamentação exclusiva até os seis meses da criança. Quanto mais cedo o contato com a proteína do leite, maior a possibilidade de desenvolver a alergia se houver a predisposição – explica Dra. Carla Dall Olio, coordenadora da Emergência Pediátrica do Hospital Barra D’Or.



A faixa etária para o surgimento dos sintomas da alergia ou da intolerância vai depender da introdução dos alimentos derivados do leite, da época do desmame ou do tipo de alimentação da mãe, já que isso influencia na composição do leite materno. Por exemplo, se essa dieta for baseada em produtos lácteos, a sintomatologia pode ser mais precoce. Geralmente, a APLV se apresenta em bebês menores de um ano, e a intolerância à lactose é expressiva a partir dos seis anos, sendo mais evidente na adolescência.

Outra diferença entre os problemas é a apresentação dos sintomas. Os da APLV são mais relacionados à digestão, e podem ser agrupados em dois grupos: gastrointestinais (vômitos, diarreias, refluxo e colites) e cutâneos (dermatite atópica e urticárias), além de pouco ganho de peso e até irritabilidade. Os sinais da intolerância são parecidos com o da alergia, porém mais centralizados na parte intestinal: distensão abdominal, flatulência, desconforto abdominal e, em casos mais graves, vômitos e diarreia.

A restrição alimentar está presente no tratamento de ambas doenças. Na intolerância, é necessário reduzir o consumo de produtos lácteos, além de fazer uso da enzima lactase conforme prescrição médica. Para o cuidado com a APLV, exclui-se rigidamente a proteína do leite de vaca da dieta do bebê, caso ele não esteja mais no aleitamento exclusivo. Se for preciso, o médico pode refazer um teste de consumo da proteína de acordo com a evolução clínica e laboratorial do caso.

- No surgimento dos sintomas da APLV ou a Intolerância a lactose, o ideal é procurar o pediatra ou clínico. Não faça dietas e restrições alimentares sem orientação dos especialistas. O médico irá orientar a procurar os especialistas certos, para o melhor apoio multiprofissional, especialmente da nutricionista, para que o melhor manejo destas restrições alimentares seja aplicado sem causar maiores danos à saúde. Não use aplicativos ou sites, o diagnóstico requer cuidado para não rotular o paciente de forma leviana e danosa – aconselha Dra. Carla Dall Olio.

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