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sexta-feira, 3 de abril de 2009

Gravidez de alto risco

Toda gravidez é um período especial e requer atenção. O acompanhamento médico deve ser constante para a garantia de que tudo corra da melhor forma para mamãe e bebê. Se essa for de alto risco, então, a gestante precisa seguir cuidados ainda mais especiais, para não prejudicar seu filhote e evitar um nascimento prematuro.

Alguns fatores podem contribuir para transformar uma gestação saudável em uma condição delicada, pondo em risco o bem-estar dos dois. Gestações de alto risco ocorrem apenas de 6 a 8% das vezes. Mas essas complicações resultam em 70 a 80% dos casos de mortalidade e doenças subsequentes. Para evitar qualquer tipo de problema, é importante estar atenta às principais causas e tentar contorná-las, com o apoio do seu médico.


O bom condicionamento físico é premissa para uma gravidez tranquila, por isso a atenção ao peso é fundamental. Mulheres muito magras, ou obesas tendem a gerar fetos fora do tamanho ideal, pequenos, ou grandes demais. Quando a mulher ganha muito peso, pode também desenvolver hipertensão, ou diabetes durante os nove meses. Além disso, gestantes com altura menor do que 1,60m têm mais chances de entrar em trabalho de parto prematuramente, assim como de dar à luz a fetos menores, por isso o cuidado com elas deve ser redobrado.


Mas também não se pode esquecer o lado emocional. A má aceitação de uma gestação não planejada, assim como uma situação conjugal insegura, por exemplo, são obstáculos que podem gerar problemas futuros. Como este é um período no qual a mulher deve se sentir segura, manter uma relação familiar harmoniosa e confiante é importantíssimo.


Outro fator importante é a idade da gestante. Meninas muito jovens, com 17 anos ou menos, têm mais probabilidade de apresentar hipertensão arterial e retenção de líquidos durante a gravidez, assim como de desenvolver crises convulsivas e dar à luz a bebês com baixo peso ou subnutridos. Já as mulheres com 35 anos ou mais, são mais propensas a apresentar diabetes, miomas e complicações durante o trabalho de parto. Além disso, o risco de gerar um filho com anomalias genéticas aumenta nessa faixa etária e principalmente após os 40 anos.


Da mesma forma, a história ginecológica e obstétrica anterior pode elevar os riscos para mãe e bebê. Eventos em gestações passadas, como hemorragias e pressão alta, aborto espontâneo, trabalho de parto prematuro, anomalias uterinas e doenças como mioma, aumentam a probabilidade de novas ocorrências. Gestações que se complicam, ou que por si só já apresentam mais risco, como a gravidez de gêmeos, devem demandam acompanhamento especial. Além disso, o pré-natal detalhado e constante é fundamental, especialmente para mulheres com algumas condições de saúde específicas. Doenças do coração, dos pulmões, da tireóide, do sangue, tumores e infecções, assim como doenças sexualmente transmissíveis, disfunções psiquiátricas e epilepsia podem ameaçar a saúde do feto.


Por todas essas razões, ter um bom médico ao lado da futura mamãe é indispensável. As consultas devem ocorrer constantemente, antes, durante e após a gestação. É seu papel instruí-la sobre como se alimentar, maneiras de se manter confortável durante todo o período, que polivitamínicos ingerir, além de quais exames realizar. E, no caso de gravidez de alto risco, indicar um acompanhamento mais rigoroso, garantindo saúde para mãe e filho.

Por Dr. Humberto Tindó
Coordenador do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Quinta D'Or

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