O diabetes é uma doença causada pela má absorção de glicose devido
à diminuição na ação da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, ou sua
total ausência. Em outras palavras, o
diabetes ocorre quando a insulina não é suficiente ou não consegue agir
adequadamente para metabolizar a glicose presente nos alimentos e transformá-la
em energia, o que resulta no excesso de glicose na corrente sanguínea.
Se o diagnóstico da doença em adultos já é motivo de angústia,
entre crianças e adolescentes a preocupação torna-se ainda maior, uma vez que
nestas fases é comum os jovens apresentarem resistência a novos alimentos no
cardápio.
Entretanto, Dra. Renata Noronha, coordenadora da Endocrinologia
Pediátrica do Hospital São Luiz, de São Paulo, explica que nos
últimos anos as restrições alimentares às crianças portadoras de diabetes
diminuíram e a qualidade de vida dos pequenos melhorou consideravelmente e por
muito mais tempo.
“Com as novas insulinas, que possuem ação ultrarrápida, hoje a
criança não é completamente proibida de consumir alguns alimentos. Quando ela
vai a um aniversário, por exemplo, ela pode comer o bolo.”
Esta liberdade é possível devido aos tratamentos mais modernos, de
múltiplas doses e monitoramento da glicemia capilar a cada refeição. “Com o
exame de glicemia capilar – também conhecido como exame de ponta de dedo – é
possível realizar o cálculo da quantidade de insulina que a criança precisa
para corrigir sua glicemia e absorver adequadamente os diferentes tipos de
alimentos. A insulinas podem ser aplicadas através de canetas com agulhas bem
finas, possibilitando a normalização do resultado do nível de glicose em poucos
minutos. Desde que os pais saibam fazer a contagem de carboidratos e calcular a
dose de insulina que será administrada, a criança pode abrir exceções
eventualmente.”
A evolução do tratamento também é muito importante porque o
diabetes tipo 1 tem sido diagnosticado com mais frequência e têm crescido entre
crianças menores de 5 anos e em jovens em idade de puberdade. “Atualmente, os
pais podem ver quanto as crianças comeram e fazer a contagem dos carboidratos
para depois aplicar a dose. Isto evita muitos casos de hipo e hiperglicemia nos
pequenos que apresentam muita irregularidade alimentar ou em momentos em que
estejam doentes e com baixo apetite”, esclarece.
Dra. Renata ressalta, porém, que a insulina é apenas uma parte do
tratamento do diabetes infantil. “Assim como fariam com qualquer outra criança,
os pais devem estimular a prática de exercícios físicos e incentivar os hábitos
alimentares saudáveis, como alimentar-se de frutas, verduras e produtos
integrais.”
#rededor #diabetes #criancas
Nenhum comentário:
Postar um comentário