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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A relação entre alcoolismo e AVC

Pesquisadores da Universidade de Lille-Nord, na França, descobriram que indivíduos que ingerem mais de três doses de bebidas alcoólicas por dia podem correr o risco de sofrer um AVC com quase 15 anos de antecedência, se comparados com as pessoas que não fazem uso pesado de álcool.

Os resultados foram publicados essa semana na revisa Neurology, editada pela Academia Norte-Americana de Neurologia. O estudo incluiu entrevistas sobre os hábitos de consumo de 540 pessoas, com idade média de 71 anos, que haviam sofrido AVC com hemorragia intracerebral, ou AVC hemorrágico. Os médicos também entrevistaram os cuidadores e familiares a respeito dos hábitos dos participantes.

 Um total de 137 pessoas (25%) apresentou comportamento de consumo pesado de álcool, três ou mais doses de bebidas alcóolicas por dia, ou o equivalente a 47,3 mililitros diários de álcool puro. Os participantes também foram submetidos a exames cerebrais de tomografia computacional e seus prontuários médicos foram revisados.

O estudo revelou que os indivíduos habituados ao consumo pesado de álcool sofreram AVC com uma idade média de 60 anos - aproximadamente 15 anos antes da idade média dos demais participantes. Os pesquisadores também notaram que os bebedores pesados que sofreram um AVC antes dos 60 anos corriam um maior risco de morrer, se comparados com o outro grupo.

O AVC hemorrágico é causado por um sangramento no cérebro, em vez de um coágulo de sangue, como ocorre no AVC isquêmico. Acerte nos hábitos e previna um derrame cerebral No Brasil, o AVC mata mais que o infarto: são mais de 100 mil pessoas por ano, segundo o Ministério da Saúde.

"Além de consumo abusivo de álcool, existem outros fatores de risco para a doença que podem ser evitados", alerta o neurologista Maurício Hoshino, do Hospital das Clínicas e Santa Catarina.

Conheça esses fatores e saiba como combatê-los:

Pressão alta O neurologista André Lima, do Hospital Barra D'or, explica que as paredes internas das artérias sofrem traumas por causa do fluxo do sangue mais forte decorrente da hipertensão.

"Esses traumas formam pequenos ferimentos nas paredes, que podem obstruir a passagem do sangue (AVC isquêmico) ou romper a parede da artéria (AVC hemorrágico)", afirma. É possível controlar a doença com medicação e hábitos saudáveis.

Tabagismo Substâncias do cigarro fazem com que a coagulação do sangue aumente. Com isso, o sangue fica mais grosso e fluxo nas artérias, por sua vez, fica prejudicado, aumentando as chances de um derrame.

Diabetes O excesso de glicose no sangue (característica do diabetes) aumenta a coagulação do sangue, que fica mais viscoso. "Isso diminui o fluxo de sangue das artérias e pode levar a um AVC", afirma André Lima.

Mas vale lembrar que esse problema pode ser controlado com tratamento médico regular e hábitos de vida saudáveis.

Colesterol alto "Placas de colesterol e conteúdos gordurosos se depositam lentamente na artéria, fazendo com que ela se feche aos poucos e impeça a passagem de fluxo sanguíneo", afirma Maurício Hoshino.

Esse processo provoca arteriosclerose (endurecimento das artérias) e prejudica a oxigenação do cérebro, aumentando o risco de AVC.

Sedentarismo e obesidade "Pressão alta, colesterol elevado, diabetes e doenças cardiovasculares são complicações decorrentes do excesso de peso e precisam ser prevenidas e controladas com bons hábitos, o que inclui atividade física regular e uma alimentação saudável", diz Maurício Hoshino.

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