Sobre o que você quer saber?







quarta-feira, 6 de abril de 2011

Atenção: epidemia de conjuntivite!












A recente epidemia de conjuntivite em São Paulo tem sido assunto de várias matérias de saúde no momento. Tratam-se, nada mais nada menos, de 60 mil casos de conjuntivite que foram registrados nas últimas sete semanas. Por ser uma importante cidade e muito visitada, as chances dessa epidemia atingir outras cidades do país é grande.

O centro de controle de doenças da capital já enviou comunicados para escolas e creches com informações sobre os sintomas e prevenção da doença.

A conjuntivite é uma inflamação ocular, e a conjuntiva é uma membrana transparente e fina que reveste a parte da frente do globo ocular (o branco dos olhos) e o interior das pálpebras. As conjuntivites podem ser de causa alérgica, viral, bacteriana ou por irritação química. Somente as conjuntivites infecciosas (virais e bacterianas) são contagiosas. Como todas apresentam sintomas parecidos e você só descobre o tipo por meio de exames clínicos, é bom adotar cuidados especiais tão logo seus olhos comecem a: coçar, arder, ficar vermelhos, lacrimejar, apresentar secreção e sensação de corpo estranho (como se tivesse areia).

O surto atual é de conjuntivite viral que, em geral, acomete os dois olhos e pode durar de uma semana a quinze dias, e não costuma deixar sequelas. É contagiosa e, portanto, pode ser passada para o outro, e sua transmissão ocorre por meio da secreção. Não há contágio apenas por proximidade a alguém com conjuntivite. É necessário que tenhamos contato com a secreção dos olhos ou das vias aéreas (espirros, tosses) para que sejamos contaminados. O mau hábito de coçar os olhos com as mãos sujas é o maior facilitador deste surto. Por isso, tenha muito cuidado nos transportes públicos: ao pegar no corrimão, por exemplo, nunca leve as mãos aos olhos. Pelo contrário, lave-as sempre que possível. O uso do álcool em gel pode prevenir 99% dos casos.

No verão, é comum a conjuntivite do tipo viral, de fácil transmissão, pois a exposição ao convívio social é maior nesta época.

Alguns cuidados básicos podem prevenir a transmissão do vírus

- Lavar sempre as mãos, usar álcool em gel e não coçar os olhos;

- Não compartilhar toalhas de rosto, óculos escuros, colírios, maquiagem para olhos (como lápis, rímel, delineadores ou esponjas), além de evitar nadar em piscinas sem cloro ou em lagos. Também não é aconselhável o uso prolongado de lentes de contato. O melhor é retirá-las todas as noites e colocá-las em solução apropriada para limpeza.

O maior risco de passar para outras pessoas está na fase aguda, que dura de 7 a 10 dias. É o tempo estimado para que os sintomas melhorem sem que seja necessário qualquer tratamento específico, além de compressas de água filtrada gelada várias vezes ao dia. Ao surgirem os sintomas, deve-se procurar um oftalmologista imediatamente para que ele identifique o tipo de conjuntivite e seu tratamento adequado. Não se automedique.

Muitas doenças oculares têm sintomas parecidos ao da conjuntivite viral, e o atraso no diagnóstico pode levar a sequelas graves visuais ou até mesmo à perda da visão.

Atenção: não use colírios sem prescrição médica.

Andréa Barbosa
Oftalmologista, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo Sócia da Clínica de Olhos São Francisco de Assis, Rio de Janeiro. Coordenadora do Serviço de Oftalmologia da Rede D'Or, Rio de Janeiro.

Nenhum comentário: