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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Pílula do dia seguinte pode colocar a saúde em risco
















Publicada no site Abril.com, uma matéria com a participação do ginecologista Humberto Tindó, colaborador do Espaço Saúde da Mulher, fala sobre os cuidados que toda mulher deve ter com a ílula do dia seguinte. Apesar do uso cada vez mais difundido, o medicamento pode cuasar danos graves à saúde. Confira:

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Pílula do dia seguinte pode colocar a saúde em risco
A pílula do dia seguinte virou febre como alternativa para evitar a gravidez há pelo menos dez anos

Tem muita garota usando e abusando desse método contraceptivo de emergência sem orientação e o pior: como se fosse um anticoncepcional comum. O que elas não sabem é que, além de desafiar a eficácia do medicamento, estão colocando a saúde em risco. Entenda como o remédio funciona e faça a coisa certa

A pílula do dia seguinte virou febre como alternativa para evitar a gravidez há pelo menos dez anos, quando foi aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA), órgão americano que regulamenta o uso de remédios nos Estados Unidos, para ser comercializada naquele país. Liberada também pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), passou a ser encontrada facilmente nas farmácias do Brasil e hoje é adotada por mulheres de todas as idades, que nem sempre entendem como ela funciona nem respeitam as indicações dos médicos. Para não restar dúvida na hora de utilizar ou não o medicamento, escute os especialistas: use somente em caso de emergência.

O que é
Os dois tipos mais comuns são o que vem em duas doses (um comprimido para ser tomado após o sexo desprotegido e outro 12 horas mais tarde) e o de dose única, que deve ser ingerido logo depois da transa. Nos dois casos, o princípio ativo é o levonorgestrel, um derivado sintético do hormônio progesterona, em concentração de 1,5 miligramas (na dose única) e 0,75 miligramas (em cada uma das duas doses). Uma diferença em relação às pílulas comuns é que a do dia seguinte não contém o hormônio estrogênio na fórmula.

Como funciona
"A sobrecarga hormonal vai alterar as características do endométrio (o tecido que reveste o útero) e criar um ambiente impróprio para a implantação do embrião, caso haja o encontro do óvulo com o espermatozoide e a fecundação", descreve a ginecologista Rosa Maria Neme, diretora do Centro de Endometriose São Paulo. Se o embrião já estiver instalado, a pílula não vai fazer com que ele seja removido, isto é, não vai provocar o aborto.

Prazo de validade
A maioria das pílulas tem efeito prolongado por 72 horas depois de ingeridas, não importa quantas vezes você faça sexo dentro desse período. "Quanto mais cedo você tomar, mas protegida vai estar", avisa Humberto Tindó, ginecologista do Hospital Quinta D’Or, no Rio de Janeiro. "A margem de eficácia da pílula fica entre 94% e 97% (diante de mais de 99% no anticoncepcional de rotina) quando ela é tomada até 24 horas depois do sexo desprotegido, cai para 85% entre 24 e 48 horas após transar e para menos de 60% depois de 48 horas", explica.

Menos é mais
As recomendações da OMS para a pílula do dia seguinte são bem claras: trata-se de um contraceptivo de emergência, indicado para aquelas situações em que você transou sem camisinha (ou ela furou), esqueceu de tomar seu anticoncepcional comum ou injetável ou errou no cálculo do seu período fértil, fora os casos de violência sexual. Não deve, portanto, ser tomada de forma contínua como método de prevenção. E nunca mais de uma vez em um mês. "A alta dosagem hormonal vai desregular o ciclo menstrual e pode sobrecarregar o fígado, onde o hormônio é metabolizado", diz Humberto Tindó. Tem mais: "O excesso de hormônio pode refletir em pele mais oleosa, queda de cabelo e diminuição da libido", fala Rosa Neme. Para você ter uma ideia, 1,5 miligramas de levonorgestrel equivale a quase meia cartela de uma pílula de baixa dosagem.

Eu posso?
Teoricamente, todas as mulheres podem consumir a pílula do dia seguinte, mas o ideal é que seja sob prescrição médica. "No caso do comprimido com estrogênio, ele deve ser evitado por mulheres diabéticas, hipertensas ou com histórico de trombose na família, pois a alta quantidade de hormônio pode levar à formação de coágulos e à obstrução dos vasos sanguíneos", diz Arnaldo Schizzi Cambiaghi, ginecologista especialista em reprodução humana, de São Paulo.

O que vem depois
Diferentemente das pílulas mais antigas ou das que têm estrogênio, as de levonorgestrel não costumam provocar náusea, dor de cabeça ou vômito. "Ainda assim, algumas garotas sentem", diz Rosa Neme, que alerta: se o vômito acontecer dentro de 12 horas depois de tomar o remédio, é melhor repetir a dose, pois pode ser que ele seja eliminado. Um pequeno sangramento nos dias seguintes também é esperado.

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