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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Sepse tem controle

A sepse é conhecida erroneamente como infecção generalizada e a cada dia torna-se um desafio maior a ser vencido pelos profissionais das unidades de emergências e terapias intensivas dos hospitais do mundo. É uma doença de alta prevalência e associada a elevadas taxas de morbidade e mortalidade, bem como altos custos financeiros da iniciativa hospitalar pública e privada - no Brasil, o custo total para o tratamento da doença gira em torno de 9.632 dólares (R$ 38 mil).



“Para diminuir o número de pessoas afetadas pela sepse é importante estar atento ao modo como o corpo se comporta. Uma vez que aparece, o diagnóstico e o tratamento devem ser feitos o mais rápido possível. Para isto, precisamos trabalhar com o público divulgando campanhas de alerta e conscientização”, afirma Dr. Marcelo Maia, intensivista do Hospital Santa Luzia, em Brasília.

O médico destaca que a patologia é constituída de um conjunto de sinais e sintomas. Suspeita de infecção, febre, calafrios, coração batendo rápido ou cansaço para respirar, são alguns exemplos. “A fonte de infecção não é uma só e pode ser originada em diversos órgãos. Se estiver relacionada ao aparelho respiratório, por exemplo, o paciente pode ter pneumonia ou sinusite. Sepse também se manifesta por infecção de pele ou da urina”, explica o especialista.

Dr. Marcelo acrescenta que algumas pessoas desenvolvem a patologia com mais facilidade e alerta sobre os cuidados com a saúde. “O paciente só pode evitar o desenvolvimento da patologia prevenindo qualquer tipo de infecção, cuidando-se e visitando o médico regularmente. Aqueles com diabetes, câncer, os que trataram o HIV previamente com quimioterapia, usuários de corticosteroides, recém-nascidos prematuros e idosos são os mais propensos às formas mais graves de infecção”, exemplifica.

ATITUDE IMEDIATA

O grande desafio da sepse a ser vencido pelos hospitais é a identificação da doença logo que o paciente chega para fazer a triagem. Em 2004, foi iniciado no Hospital Santa Luzia um trabalho especial voltado ao tratamento da infecção. Hoje, a unidade conta com 58 leitos de UTI e comemora uma evolução em 80% no controle da patologia desde o início dos trabalhos.

“Procuramos realizar no Santa Luzia um protocolo gerenciado de sepse que inicia no departamento de emergência com monitoramento do paciente desde o primeiro atendimento. A finalidade deste protocolo é garantir a segurança daqueles atendidos em nossa instituição reduzindo de maneira drástica a evolução da doença e consequente risco de mortalidade”, relata.

De acordo com o médico, o alinhamento dos objetivos e propósitos do corpo clínico foi essencial para o sucesso do trabalho. “Preparamos nossa equipe por meio da capacitação para reconhecimento imediato e precoce da doença. A infraestrutura do hospital e acesso livre aos mais variados exames laboratoriais são cruciais na intervenção terapêutica em tempo hábil”, finaliza o especialista.

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