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segunda-feira, 18 de maio de 2015

Obesidade é fator de risco para o acúmulo de gordura no fígado



Excesso de gordura corporal e/ou a ingestão abusiva de álcool podem sobrecarregar o fígado, levando ao acúmulo anormal de gordura neste órgão. O hematologista Paulo Soares, do Hospital Santa Luzia, em Brasília, explica que este processo é mais conhecido como esteatose hepática.

De acordo com o médico, esse é o distúrbio do fígado mais comum, sendo diagnosticado em até 24% da população em geral. Entre os obesos, Dr. Paulo informa que a doença atinge níveis alarmantes, de até 70%. “Essa porcentagem pode ser ainda maior – chegando a 85% – quando se analisa pessoas obesas que ingerem álcool em grandes quantidades”, observa.

A pesquisa Vigitel 2014, do Ministério da Saúde, revela que 50% da população adulta do Distrito Federal está acima do peso. O hematologista alerta que o mundo está vivendo, atualmente, uma epidemia de obesidade e que a esteatose hepática tende a se tornar um problema grave de saúde pública. “É geralmente a obesidade que impulsiona o armazenamento de gordura no fígado. Ou seja, qualquer pessoa que está acima do peso é suscetível a desenvolver a esteatose hepática”, avisa o médico.

O especialista ressalta que esta enfermidade é silenciosa. Assim, muitas pessoas têm o distúrbio, mas não sabem. “Isso porque não há sintomas nas fases iniciais, antes que ocorram complicações potencialmente mais graves”, comenta. O hematologista adverte que não há tratamento específico e eficaz para essa patologia. Ou seja, a prevenção é de fato o melhor caminho.

“A pessoa deve, basicamente, controlar o peso e a quantidade de gordura corporal. Além disso, é indicado praticar atividades físicas regularmente e manter uma dieta balanceada. Se o paciente apresentar diabetes ou elevação do colesterol, é necessário um controle dessas doenças, para evitar o desenvolvimento de esteatose hepática. Outro ponto importante na prevenção é evitar o consumo excessivo de álcool, hábito também relacionado a uma maior incidência desse problema”, recomenda.

O hematologista afirma que esse acúmulo de gordura é detectado por meio da ecografia. “Em casos estritamente necessários, o diagnóstico pode ser confirmado por biópsia hepática”, esclarece. Ele acrescenta que, se não controlada, a enfermidade pode progredir para graus mais severos e levar à morte. “Há uma porcentagem de até 20% que evolui para esteato-hepatite, uma condição de inflamação crônica no fígado. Quando não tratada, essa inflamação pode avançar para cirrose hepática, o que pode ocasionar o óbito do paciente” finaliza Dr. Paulo.

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