O congelamento de óvulos é uma técnica segura e eficaz que permite que a mulher engravide mesmo depois da menopausa As mulheres brasileiras compõem uma parcela de 47% do total de profissionais atuantes no mercado de trabalho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por causa dessa ascensão profissional, o casamento e a gestação, principalmente, foram adiados. Hoje, a taxa de fecundidade (estimativa de filhos por mulher) do país é de 1,9 filho. Há dez anos, por exemplo, o número era de 2,38. Atualmente, a maior quantidade dos nascimentos acontece depois que a mãe atinge os 30 anos.
Mas é justamente a partir dessa idade que, em geral, começam as dificuldades para engravidar ou aumentam as chances de uma gravidez de risco. Por isso, cada vez mais, aquelas que querem adiar a maternidade, recorrem ao congelamento de óvulos.
Para gerar uma gravidez, o óvulo (célula sexual feminina) precisa ser fecundado pelo espermatozóide. E a chance de sucesso da fecundação está diretamente relacionada à “idade” do óvulo. “Até os 35 anos, a mulher têm mais óvulos. Depois, mesmo com o estímulo que fazemos antes de congelar, ela pode ter menos chances de colher bons óvulos”, diz o obstetra Aléssio Calil Mathias, especialista em reprodução humana do Hospital e Maternidade São Luiz.
Como funciona o procedimento?
Em geral, a mulher produz um óvulo a cada ciclo menstrual. Antes de se submeter ao processo de congelamento, a paciente recebe um estímulo para produzir mais e aumentar as chances de colher amostras em perfeito estado para a fecundação.
Para isso, ela recebe hormônios através de uma injeção aplicada na barriga.
“Depois da coleta, os óvulos são congelados em nitrogênio líquido (a 196 graus negativos), por meio de técnica de vitrificação, que permite que eles sejam preservados por décadas”, afirma Cássio Sartório, ginecologista e especialista em reprodução humana assistida do Vida Centro de Fertilidade, da Rede D’Or.
A eficácia da técnica garante bons resultados para o momento do descongelamento. “O procedimento permite que todo - ou quase todo - o material seja recuperado”, diz Calil.
A paciente corre algum tipo de risco?
O tratamento “pré-congelamento” e a coleta são procedimentos simples e não oferecem alto risco à saúde. De qualquer forma, a paciente deve ficar atenta às recomendações médicas - e segui-las com rigor - para não sofrer um hiperestímulo ovariano.
“Existe a possibilidade de o ovário produzir óvulos excessivamente por causa do estímulo que acontece antes da coleta”, afima Calil.
Nesse caso, os ovários liberam alta quantidade de estrógeno (hormônio feminino) e a mulher retém líquido no abdômen, no pulmão e no coração. Além disso, o ovário pode ser comprometido.
Para Sartório, “as técnicas para o congelamento têm evoluído nos últimos anos, por isso os riscos são conhecidos e bem controlados.”
Até quanto tempo depois do congelamento é possível engravidar?
A técnica de vitrificação é relativamente nova. Ainda não existem casos de óvulos congelados há décadas que geraram uma gestação. “Apesar de a técnica ser recente, já aconteceu de crianças nascerem de óvulos congelados há 12 anos”, afirma Sartório.
Mesmo sem dados concretos, Calil acredita que “os óvulos podem ser congelados por 40, 50 ou muito mais anos e, ainda assim, gerar uma gravidez.
” No entanto, a gestação só pode acontecer se o corpo da mulher tiver condições de receber uma criança. "É possível engravidar até depois da menopausa, desde que o útero esteja em bom estado e todo o corpo esteja saudável”, completa.
Por que congelar?
O congelamento não é apenas uma alternativa para quem quer adiar a gravidez. O tratamento de câncer e endometrióse, por exemplo, expõe a mulher ao risco de esterilidade ou até mesmo de perda do útero. “A alternativa para casos assim é congelar os óvulos antes de se submeter aos tratamentos, não importa a idade da paciente - que já deve ter ciclo menstrual estabelecido É uma garantia de que eles estarão bons quando ela puder engravidar”, diz Calil Mathias.
Também existe alternativa para a mulher que perdeu o útero e quer engravidar com seu próprio óvulo. “A solução é usar um útero de substituição. Uma pessoa recebe e gera um embrião seu, fecundado com o seu óvulo e com o semêm do seu parceiro”, fala Sartório.
A técnica é aprovada pelo conselho federal de medicina, mas depende de regulamentos pré-estabelecidos para ser realizada.
Eu congelei e já utilizei os óvulos que precisava.
O que fazer com o restante?
Existe um banco de óvulos para o qual as mulheres podem doar o material que não será mais utilizado. A doação é anônima e deve ser feita sob as regulamentações do órgão que irá recolher o material.
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quarta-feira, 21 de novembro de 2012
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