Conversamos com Gabriel Rodríguez
de Freitas, Coordenador de Pesquisa em Neurologia do Instituto D’Or de Pesquisa
e Ensino (IDOr) sobre a esclerose múltipla, doença autoimune que ataca o nervo
central. O especialista explica que isso acontece porque o sistema imunológico
do corpo confunde células saudáveis com “intrusas” e as ataca provocando lesões
no cérebro. O sistema imune do paciente corrói a mielina – bainha protetora que
cobre os nervos.
Gabriel explica que os sintomas
variam de acordo com o caso e da quantidade de danos e os nervos afetados. “As
principais alterações que a doença provoca são alteração da visão, coordenação
motora afetada, dormência no corpo que tende a piorar, deterioração dos
próprios nervos, lesões no cérebro que podem levar à atrofia ou perda de massa
cerebral, dores crônicas, incontinência urinária, perda de força, falta de
equilíbrio, fadiga”.
A doença afeta de diversas maneiras, mas Gabriel destaca as duas principais:
- Remitente-recorrente: é a
manifestação clínica mais comum, caracterizada por surtos que duram dias ou
semanas e, em seguida, desaparecem.
- Progressivo-secundária: pacientes que evoluíram da forma
remitente-recorrente e vão piorando lenta e progressivamente.
A esclerose múltipla
não tem cultura, mas pode ser controlada. O especialista reforça dois
tratamentos:
- Com anti-inflamatório em casos de surto;
- Com medicação em longo prazo que acaba prevenindo um novo
surto.
Para ele, a doença é mais fácil de tratar em comparação aos
anos 90 pois, atualmente, há medicações capazes de prevenir novos surtos. “Estas
medicações podem diminuir o surto em até 80% a 90%. Os efeitos colaterais e
incapacidades também diminuíram. Melhora na qualidade de vida”, explica Gabriel.
O especialista ainda reforça que novas medicações também
estão em fase de aprovação. A previsão é de que haja novidades no mercado para
um futuro próximo.
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