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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

AVC na mãe aumenta risco de infarto na filha














Pesquisa realizada na universidade de Oxford, na Inglaterra, mostra que as filhas, cujas as mães sofreram AVC, têm maiores chances de também sofrerem do mesmo mal ou terem um infarto. Ainda não se sabe dizer se o ambiente ou os genes exercem grande influência nessa relação.

Na matéria publicada no
portal IG, especialistas explicam como foi realizado esse estudo e falam sobre a doença. Além disso, aconselham as mulheres a verificarem seus níveis de pressão arterial, glicemia e colesterol, e a fazer mudanças de comportamento para melhorar a saúde.

AVC na mãe aumenta risco de infarto na filha

Exames periódicos de colesterol e pressão arterial são a orientação para mulheres cujas mães tiveram o problema antes dos 65

The New York Times

Nova pesquisa mostra que mulheres cujas mães já sofreram acidente vascular cerebral (AVC) têm maiores chances de ter não somente um AVC, mas também um infarto.

“Nosso novo estudo mostra que o AVC sofrido pela mãe está associado ao risco de infarto das filhas”, disse Amitava Banerjee, pesquisador da Unidade de Pesquisa e Prevenção do AVC da Universidade de Oxford, na Inglaterra.

Em outras palavras, uma mãe ou parente de primeiro grau que tenha sofrido um AVC pode indicar mulheres que correm maiores riscos de sofrer infarto – mesmo no caso da mãe não ter sofrido um infarto.

A pesquisa, publicada na revista especializada Circulation: Cardiovascular Genetics, mostra uma associação, mas Banerjee ressalta que a relação causa-efeito ainda não foi determinada.

“Sabemos que se os pais sofreram um AVC ou infarto, o risco deste último nos filhos é maior, tanto em homens quanto em mulheres. Estudos anteriores não analisaram estas questões quanto ao sexo dos pais ou dos filhos, tampouco fizeram uma análise 'prospectiva' – ou seja, acompanhando determinada população por um período de tempo”, disse ele.

No novo estudo, Banerjee e seus colegas avaliaram 2.210 mulheres e homens que já tinham sofrido infarto, ou outros problemas coronários, e derrame. A equipe não teve acesso ao histórico familiar completo dos participantes. Entretanto, os pesquisadores constataram que mais de 24% daqueles que já tinham sofrido enfarto ou crises de angina – e aproximadamente o mesmo percentual de pacientes que já tinha sofrido um AVC ou um AVC transitório – tinha um histórico do problema em pelo menos um parente de primeiro grau, como pais ou irmãos.

Segundo Banerjee, este dado indica que o histórico de AVC em pais ou irmãos é tão importante para prever os riscos de ataque cardíaco de um indivíduo como de derrame.

No estudo foi constatada maior ocorrência de derrame sofrido pela mãe do que pelo pai de mulheres com infarto ou angina instável. Mulheres com problemas cardíacos apresentaram probabilidade mais de duas vezes maior da mãe ter sofrido um AVC do que o pai. Entretanto, a mesma ligação não foi encontrada em homens com problemas cardíacos.

Ainda não se sabe exatamente porque o fato da mãe ter tido um AVC seja importante para prever os riscos de infarto da filha. Segundo Banerjee, não é possível dizer se o ambiente ou os genes exercem o papel mais importante na associação mãe e filha.

O pesquisador explica que foi mantida a relação entre o histórico de acidente vascular cerebral da mãe e os riscos de AVC e infarto da filha mesmo no caso da mãe ter sofrido um único AVC e nenhum infarto.

Tatjana Rundek, professora associada de neurologia, epidemiologia e saúde pública da Escola de Medicina da Universidade Miami Miller, disse que mesmo que a associação entre o AVC da mãe e o infarto da filha seja relativamente nova, a questão de certa forma já foi mencionada em outras pesquisas, inclusive na que ela conduziu – examinando a diferença dos sexos nos riscos cardiovasculares.

No novo estudo de sua autoria, Rundek afirma que descobriu que variações genéticas em genes envolvidos no metabolismo de gordura podem ter efeitos sob as placas das artérias em função do gênero do paciente. Ela diz que pesquisas também já constataram que mulheres apresentam mais inflamações sistêmicas. As inflamações têm uma ligação com a formação de depósitos de gordura nas artérias.

Rundek explica que as novas descobertas são importantes para as mulheres cujas mães sofreram um AVC, pois é “necessário conhecer os próprios riscos de AVC e infarto”.

Ela aconselha estas mulheres a verificar seus níveis de pressão arterial, glicemia e colesterol, e a fazer mudanças de comportamento para melhorar tais índices, se necessário.

Banerjee complementou que “mulheres cujas mães já sofreram ACV – principalmente antes dos 65 anos de idade – devem realizar exames de colesterol e pressão arterial, levando também em conta fatores relacionados ao estilo de vida, como o tabagismo”.

Confira a matéria no portal IG.

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