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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Novos estudos revelam como exercícios físicos na terceira idade atenuam problemas do envelhecimento













A idade não é desculpa para deixar as atividades físicas de lado. E o melhor: um estudo realizado no Rio de Janeiro comprovou que nunca é tarde para começar, já que os exercícios de força e capacidade cardiovascular são, comprovadamente, aliados na batalha contra os problemas de envelhecimento.

Os estudiosos avaliaram os efeitos da prática de musculação em 175 pessoas com mais de 65 anos, sendo 130 homens, durante dois anos, e chegaram à conclusão de que mesmo aqueles que nunca praticaram nenhuma atividade física se beneficiaram e atenuaram ou reverteram quadros de perda natural de força. Os resultados você pode conferir no texto abaixo ou acessando o portal O Globo.com.

Novos estudos revelam como exercícios físicos na terceira idade atenuam problemas do envelhecimento

Publicada em 07/11/2010 às 11h35m
Antônio Marinho

Exercícios físicos com supervisão fazem bem em qualquer idade. Foto: Corbis/Latinstock

RIO - Quanto mais cedo se começa a praticar exercícios, melhor. Mas mesmo quem toma essa decisão tardiamente, depois dos 60, só tem a ganhar; não só em força como em capacidade cardiovascular. É o que confirmam dois novos estudos. Um deles foi realizado na Clínica de Medicina do Exercício (Clinimex), no Rio, e avaliou por quase dois anos os efeitos da musculação em 175 pessoas (130 homens) acima de 63 anos. O outro é um trabalho americano com sedentários acima de 65 anos. Os resultados de ambos são evidentes: a atividade física faz bem em qualquer idade e mesmo quem começa tarde é beneficiado.

No estudo da Clinimex - apresentado na 7ª Conferência Mundial em Treinamento de Força, na Eslováquia - o objetivo foi saber se a musculação com ênfase em velocidade rápida no movimento atenuaria ou reverteria a perda natural de força com o envelhecimento. Segundo o professor de educação física Roberto Macedo Cascon, coautor, os participantes tiveram um ganho de força de até 7% ao ano.

- Considerando que a média anual de perda de força com o envelhecimento é de 2%, a musculação a longo prazo atenua ou até reverte esse processo - diz. - Esse ganho não é cumulativo, explica Macedo, sendo maior nos primeiros meses do programa.

Os voluntários fizeram exercícios de musculação convencional (incluindo supino, extensora e puxada), em l 2 séries de cinco a oito repetições. A diferença é a ênfase na velocidade rápida no movimento do exercício, diz o fisiologista.

- A força e a potência dão autonomia, melhorando a qualidade de vida. Além disso, o idoso fica menos vulnerável a quedas - afirma.

Para essa faixa etária, Macedo recomenda, de duas a três vezes por semana, uma média de 8 a 12 exercícios que envolvam os braços e as pernas; em duas a três séries, de cinco a oito repetições com carga de 60% a 80% da máxima. E enfatizando a alta velocidade de execução, com orientação de professor.

Já o estudo americano - publicado na revista "Circulation" - avaliou os benefícios cardiovasculares de um ano de treino intenso e progressivo em sedentários acima de 65 anos. Os autores observaram que os idosos apresentaram melhora da função ventricular. Isso significa que o coração deles se tornou mais apto a responder as exigências durante o esforço e com menor sobrecarga, explica o professor de educação física Marcelo Cabral:

- Isso é um importante indicador de saúde cardiovascular.

Cabral alerta que esse foi um estudo controlado, no qual todos tiveram seu estado de saúde bem avaliado para assegurar que eram saudáveis e que o risco na execução do exercício seria baixo na pesquisa.

- Ninguém nessa idade pode fazer esforço intenso antes de uma avaliação cardiológica - reforça.

Outros estudos, lembra Cabral, comprovam os benefícios da prática de exercícios na capacidade de relaxamento e dilatação dos vasos para ajustarem o fluxo sanguíneo. Além disso, a atividade física diminui a quantidade de triglicerídeos e aumenta o nível de colesterol HDL, a fração boa. Ele cita pesquisa na "British Medical Journal", mostrando que indivíduos que só começaram a se exercitar depois dos 50 anos tiveram redução na taxa de mortalidade semelhantes ao grupo que se exercitava há mais tempo.

Portanto, vale muito a pena começar a se exercitar em qualquer fase da vida, insiste Cabral. Ele recomenda, para quem tem mais de 60 anos - e depois da liberação do médico -, a prática de atividade aeróbica, como caminhar e andar de bicicleta. Esses exercícios podem ser iniciados por idosos saudáveis, de duas a três vezes por semana com duração de 20 a 30 minutos, em intensidade leve e progredindo para cinco a sete dias na semana, com duração de 30 a 60 minutos cada dia. Depois, sempre com orientação de profissional, pode-se elevar a intensidade em alguns dias da semana, por pelo menos mais alguns minutos.

Veja também no site do Globo.

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