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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Novo estudo confirma que reposição hormonal na menopausa aumenta risco de câncer de mama









Os famosos tratamentos de reposição hormonal, largamente utilizados no período da menopausa pela maioria das mulheres, podem estar com os dias contados. Isso porque pesquisas recentes concluíram que eles influenciam em muito o risco de desenvolvimento de câncer de mama e outros tumores agressivos. Os estudos não apontam a causa ou relação entre o carcinoma e o uso dos hormonios mas, de acordo com os especialistas, seu uso já não pode mais ser considerado seguro e é desaconselhado. Confira abaixo a matéria do portal O Globo Online que explica melhor os dados da pesquisa.

Novo estudo confirma que reposição hormonal na menopausa aumenta risco de câncer de mama

Um tratamento de reposição hormonal já conhecido por aumentar o risco de câncer de mama também está associado com o desenvolvimento de tumores mais agressivos. A pesquisa envolveu o medicamento Prempro, que contém estrogênios equinos conjugados e parente sintético do hormônio progesterona.

Nos últimos anos, as mulheres têm sido instadas a minimizar o uso de hormônios na menopausa, e os novos dados reforçam essa recomendação, segundo o principal autor da pesquisa, que será publicada amanhã na revista da Associação Médica Americana.

" Muitos médicos presumem que as mulheres podem tomar hormônios com segurança por quatro ou cinco anos para aliviar os sintomas da menopausa. Não se pode mais dizer isso agora "

- Muitos médicos presumem que as mulheres podem tomar hormônios com segurança por quatro ou cinco anos para aliviar os sintomas da menopausa, como ondas de calor e suores noturnos - disse Rowan T. Chlebowski, oncologista que trata pacientes com câncer de mama no Harbor-UCLA Medical Center em Torrance, na Califórnia. - Acho que não se pode mais dizer isso agora. Eu sei que algumas pessoas precisam tomar, mas a mensagem agora é que você realmente deve tentar parar depois de um ano ou dois - acrescentou ele.

Chlebowski afirmou que não é possível saber se existe algum período de tempo em que estes medicamentos para reposição hormonal podem ser tomados sem aumentar o risco de câncer de mama. A nova informação vem do acompanhamento contínuo de 12.788 mulheres que estavam no Women's Health Iniciative, um grande estudo financiado pelo governo americano que comparou as mulheres que tomavam hormônios e um grupo que recebeu placebo. O estudo foi interrompido em 2002, três anos antes do previsto, porque os pesquisadores descobriram que os hormônios causavam um aumento pequeno, mas significativo, no risco de câncer de mama, doenças cardíacas, derrames e coágulos nos pulmões.

Esse estudo de 2002 teve um impacto enorme. Antes havia a crença generalizada de que os hormônios reduziriam o risco de doenças cardíacas nas mulheres e poderiam mantê-las atraentes e saudáveis. Na época, 6 milhões de americanas estavam tomando hormônios, mas rapidamente o número caiu pela metade. O índice de câncer de mama também começou a diminuir logo depois, e muitos pesquisadores atribuem essa redução à queda no consumo de hormônios.

O novo relatório aumentou a média de acompanhamento para 11 anos a partir do original, de 5,6 anos. Este é o primeiro relatório do Women's Health Iniciative que inclui as taxas de mortalidade por câncer de mama relacionados ao uso de hormônios na menopausa. Como o estudo anterior já havia mostrado, mulheres que tomam hormônios são mais propensas a desenvolver câncer de mama invasivo. A taxa da doença foi de 0,42% ao ano, em comparação com 0,34% no grupo placebo.

Entre as mulheres com câncer de mama, aquelas que tomaram hormônios estavam mais propensas a ter câncer nos gânglios linfáticos, um sinal de doença mais avançada: 23,7% contra 16,2% no grupo do placebo. E entre as mulheres que usaram hormônios ocorreram mais mortes: 0,03% ao ano, ante 0,01% no grupo placebo. Isso se traduz em 2,6 mortes para cada 10 mil mulheres por ano, entre aquelas que usaram hormônios, o dobro do 1,3 óbito por 10 mil no grupo do placebo. Entre as mulheres que tiveram câncer de mama, as pacientes que tomaram hormônios também tiveram uma maior taxa de morte por outras causas.

Não se sabe ao certo por que as mulheres que tomaram hormônios tinham tumores mais avançados. Mas a pesquisa anterior mostrou que o tratamento hormonal pode causar atrasos no diagnóstico por aumentar a densidade da mama, dificultando a visualização em mamografias.

Outra autora do novo estudo, JoAnn E. Manson, professora de medicina na Escola de Medicina de Harvard e do Brigham and Women's Hospital, disse que as mulheres não devem tomar os hormônios a menos que realmente precisem deles, para sintomas moderados a graves, que afetam muito sua qualidade de vida.

Acesse o Globo Online e confira a matéria na íntegra.

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