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terça-feira, 30 de março de 2010

Matéria do site Delas (iG) sobre exames da mulher

Exames da mulher
Cuidados com a saúde em cada época da vida feminina
Ana Luiza Silveira, especial para o iG São Paulo





















Foto: Getty Images/Photodisc

Exames periódicos garantem a saúde no futuro

É comprovado que as mulheres vivem mais do que os homens, porque se preocupam mais em cuidar da própria saúde. Aqui no Brasil, segundo o IBGE, elas vivem em média sete anos a mais do que eles.

Essa vantagem, é claro, depende de uma boa manutenção do organismo, com alimentação equilibrada, exercícios físicos e visitas periódicas ao médico para a realização de um check-up completo. O objetivo é prevenir doenças antes que elas apareçam, manter o corpo saudável e garantir uma boa qualidade de vida ao longo dos anos.

De acordo com o médico Joel Garcez, ginecologista do Hospital Santa Cruz, em Curitiba, os primeiros exames devem ser feitos a partir do início da vida sexual. “É importante começar desde cedo a vigilância sobre doenças como a infecção pelo vírus HPV, que está relacionado à incidência do câncer de colo de útero, e sobre o câncer de mama. Quanto mais cedo eles foram detectados, maior a chance de cura. Com o passar da idade, vão sendo feitos outros exames conforme a necessidade”, orienta.

Mas os exames femininos não se resumem apenas aos ginecológicos. “O check-up vai além deles. O ideal é consultar também um clínico geral ou um cardiologista para exames complementares como hemograma, glicemia, colesterol, triglicérides, ácido úrico e urina”, sublinha Edilson da Costa Ogeda, ginecologista do Hospital Samaritano, de São Paulo. Como cada pessoa tem um organismo diferente, é fundamental que o médico faça uma avaliação completa antes de pedir os exames.


“É necessário investigar com atenção alguns antecedentes pessoais e familiares, estilo de vida, hábitos alimentares, trabalho, tabagismo e obesidade. Portanto, o check-up deve ser uma ferramenta individualizada de prevenção de doenças”, ressalta o clínico geral Marcelo London, chefe do Setor de Emergência do Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro. Segundo ele, além do câncer ginecológico, o check-up regular serve também como prevenção de doenças cardiovasculares e diabetes, que apresentam alta prevalência na população.


Casos especiais


Para quem não tem essas doenças na família, o check-up deve ser feito a cada seis meses ou a cada ano, dependendo da idade e dos resultados dos exames. Já quem tem histórico familiar de doenças como câncer, osteoporose e problemas cardiovasculares precisa fazer o check-up com mais freqüência, de acordo com a determinação do médico.


“Em mulheres sem histórico de câncer de mama, indica-se a mamografia a partir dos 35 anos. Já para as que tiveram parente direto (mãe) com a doença, é preciso começar aos 30 e repeti-la a cada ano”, diz o especialista do Copa D’Or.


Como a osteoporose é bastante comum em mulheres acima de 50 anos, o exame de densitometria óssea precisa ser feito a partir dos 40. “A freqüência da avaliação vai ser determinada pelos resultados de cada exame”, diz o Dr. Edilson. Já as mulheres com histórico familiar de infarto, angina, diabetes e hipertensão têm chances aumentadas de desenvolver essas doenças e necessitam de avaliações anuais. “Deve ser dada atenção especial nestes casos se a mulher for fumante”, completa.


Em cada fase, cuidados específicos


Nunca é tarde para transformar o check-up em um cuidado de saúde. Porém, quanto mais cedo ele for feito, maiores são as chances de mantê-la em dia. Veja os exames pedidos pelos médicos em cada faixa de idade:


Da primeira menstruação até os 30 anos

Mesmo que não tenha iniciado a vida sexual, mas já tenha menstruado, a mulher pertencente a essa faixa etária precisa ir ao ginecologista todo ano para fazer alguns exames de rotina. São eles:
Exame das mamas
– para a detecção de nódulos mamários e prevenção do câncer de mama.

Papanicolau e exame pélvico
– indicados para a prevenção do câncer do colo de útero.

Exames de sangue
– para avaliação clínica dos níveis de glicose, colesterol e triglicerídeos, função renal e hormônios tireoideanos. Verificam doenças como diabetes, hipertensão, problemas cardíacos e da tireóide.

Periodicidade:
anual


A partir dos 30 anos

Nessa fase, além de manter o check-up regular, a mulher deve ter cuidado especial com o sistema reprodutivo, pois aumentam as incidências de câncer de mama e de colo do útero. São repetidos os exames feitos na faixa dos 20 anos, mas novos testes são adicionados:
Mamografia
– indicado após os 35 anos. Quem tem histórico familiar de câncer de mama deve começar aos 30.

Radiografia de tórax
– indicada para pacientes fumantes.

Periodicidade:
anual


A partir dos 40 anos

Começa a preocupação com a menopausa e com a osteoporose. Além dos exames indicados para os 20 e 30 anos, é preciso fazer:
Densitometria óssea
– detecta a osteoporose. Precisa ser repetido anualmente se já houver algum grau de perda de massa óssea e a cada dois anos para aquelas com exame normal.

Testes de perfil hormonal
– são indicados para mulheres que estão iniciando o climatério, irregularidade menstrual que antecede à menopausa.

Ecografia pélvica e transvaginal
– avaliam os ovários e verificam a presença de cistos, endometriose, pólipos ou miomas.

Exame proctológico
– nesta faixa de idade também se observa uma maior incidência de câncer de intestino, daí a necessidade de realização do exame, especialmente em quem tem histórico familiar da doença.

Periodicidade:
anual (pode ser reduzida de acordo com os resultados ou sob orientação médica)


A partir dos 50 anos

Os cuidados precisam ser redobrados nessa faixa de idade. Além dos exames anteriormente citados, é preciso checar a presença de diabetes, hipertensão arterial e osteoporose, muito comuns a partir dos 50. O controle do peso passa a ser uma questão médica, para evitar complicações. Como prevenção, é preciso fazer:
Exames de sangue
– verificam o colesterol completo e a glicemia para detectar o surgimento do diabetes (duas vezes por ano).

Exame de fundo de olho
– avalia o grau de comprometimento das artérias e lesões provocadas pelo diabetes e pela hipertensão arterial.

Densitometria óssea
– nessa faixa de idade, é bom procurar um reumatologista para fazer o acompanhamento da osteoporose. O exame precisa ser feito com mais freqüência.

Periodicidade:
semestral ou anual (dependendo dos resultados e do estado de saúde)


Fontes: Edilson da Costa Ogeda, ginecologista do Hospital Samaritano (São Paulo); Joel Garcez, ginecologista do Hospital Santa Cruz (Curitiba) e Marcelo London, clínico geral e chefe do Setor de Emergência do Hospital Copa D’Or, (Rio de Janeiro)

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